Henrique Araújo é jornalista e doutorando em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), com mestrado em Sociologia (UFC) e em Literatura Comparada (UFC). Cronista do O POVO, escreve às quartas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades, editor-adjunto de Política e repórter especial. Mantém uma coluna sobre bastidores da política publicada às segundas, quintas e sextas-feiras.
O levantamento testou cenários com um, dois e três nomes de opositores, dos quais o mais favorável ao petista é exatamente aquele com mais candidatos do mesmo bloco disputando
Foto: Samuel Setubal
Governador Elmano de Freitas participou do 17º Encontro Estadual do PT nesse sábado, 6
Uns meses atrás, escrevi que, num quadro de fragmentação no Ceará em 2026, o governador Elmano de Freitas (PT) teria condições de vencer a briga pela reeleição já no 1º turno.
Em termos gerais, o recado da pesquisa Real Time Big Data para o Governo do Estado divulgada hoje é este: sem união, a oposição deve ser engolida pela máquina.
O levantamento testou cenários com um, dois e três nomes de opositores, dos quais o mais favorável ao chefe do Executivo é exatamente aquele com mais candidatos do mesmo bloco disputando votos com o petista e entre si.
Logo, se quiserem perder, os adversários do Abolição já têm à mão a receita pronta, que consiste em apresentar o maior número de chapas para o pleito majoritário.
Mas a sondagem também descortina o caminho das pedras para a ala anti-PT no estado, qual seja, coesionar em torno de um concorrente, seja ele Ciro Gomes, previsivelmente o mais ameaçador à continuidade de Elmano, seja Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, ou Eduardo Girão, senador pelo Novo.
Qualquer outro arranjo diferente desse acabaria por pavimentar a estrada para a recondução de Elmano – salvo, é claro, alguma reviravolta, tal como uma crise mais aguda (na segurança?) que, por ora, não está no radar de ninguém.
Para o polo de Ciro, RC e Capitão Wagner (União Brasil), a dúvida, se há ainda, é sobre quem teria mais condições políticas não apenas de vencer a parada contra Elmano, mas de aglutinar aliados, inclusive num eventual 2º turno.
A um ano das eleições, tudo isso são apenas indícios e leituras com base em alguns movimentos sequer esboçados. Ciro, por exemplo, jamais manifestou publicamente desejo de se candidatar ao Governo do Ceará, embora tenha emitido sinais que podem ser interpretados nessa direção.
RC, até ontem cotado como nome escolhido para encabeçar esse campo na queda de braço contra o "camilismo", não viabilizou sequer sua filiação ao União, cujos adiamentos em série começam a despertar certa desconfiança – afinal, há mais em jogo do que meramente a dificuldade de compatibilizar agendas de lideranças nacionais?
Já quanto a Elmano, a principal questão diz respeito a sua manutenção como candidato à reeleição se o oponente for Ciro – se for RC ou Girão, a tendência é de que seja ele.
Como se vê, o campo está bastante aberto a alterações de rota e também de roteiro. Até abril, período de desincompatibilização, muita água vai rolar - e depois disso também.
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