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A falta que um revisor faz
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Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.

Joelma Leal ombudsman

A falta que um revisor faz

Tradicionalmente, O POVO é usado nas salas de aulas como instrumento de educação e orientação aos alunos, do ensino fundamental, médio ou pré-vestibular
Tipo Análise
Detalhe da capa do O POVO de sexta-feira, 10 de março (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução Detalhe da capa do O POVO de sexta-feira, 10 de março

Deslizes gramaticais são terríveis, ainda mais para quem faz o uso da língua portuguesa diariamente e como ferramenta de trabalho. A falha pode ser resultado de uma simples desatenção ou falta de conhecimento. Nos últimos dias, foram várias as incorreções no O POVO, sendo três delas na capa, a vitrine do jornal.

A primeira delas foi no domingo de Carnaval, dia 19 de fevereiro, mesma data em que trouxe para a coluna "A escassez do 'Erramos'". Pois bem, a capa apresentava o seguinte: "Aviso: amanhã, dia 20, e terça-feira, 21, não haverão edição.". Foram muitos os leitores que manifestaram indignação com o erro do verbo. Um deles enviou e-mail: "Temos que tratar bem a nossa língua portuguesa. Independentemente de ser na primeira página ou não. Bons revisores nessas horas fazem bem a diferença".

No dia 28 de fevereiro, também na versão impressa, uma chamada para a reportagem sobre o bairro Jacarecanga com a seguinte frase: "Jacarecanga tenta reconstrir a história em meio à memória corroída". Como o leitor deve perceber, faltou a letra "u" para que a mensagem fosse transmitida da forma correta. Na edição do dia seguinte, a página 2 publicou um Erramos: "Capa (28/3 (sic), pág. 1) Diferente (sic) do grafado na chamada de reportagem, o correto é 'Jacarecanga tenta reconstruir a história em meio à memória corroída'". Uma nota de errata também com erros.

Outro exemplo mais recente, na capa do impresso, ocorreu na última sexta-feira, 10 de março. Neste caso, um erro duplo: "Apenas 89 dos 1.300 ônibus de Fortaleza tiveram ar-condicinados ligados". Aqui, além da ausência do "o" na palavra "condicionados" ainda tem a questão do plural incorreto, assim como foi reproduzido na matéria publicada nas páginas internas e versão digital. "Ares-condicionados" ou "aparelhos de ar-condicionado" seriam as formas adequadas.

"É uma temeridade um professor de português recomendar a seus alunos a leitura diária do referido jornal", afirma outro leitor em e-mail. Tradicionalmente, O POVO é usado nas salas de aulas como instrumento de educação e orientação aos alunos, do ensino fundamental, médio ou pré-vestibular. Daí, mais um motivo para reforçar o cuidado em estar de acordo com as normas gramaticais.

A propósito, quinzenalmente, O POVO publica nas páginas de Economia a coluna Flor do Lácio, e semanalmente o quadro homônimo é transmitido às quartas-feiras, na rádio O POVO CBN, e às quintas-feiras, na rádio CBN Cariri. Crase, gramática, pronúncia e dicas para o dia a dia integram o material veiculado nos canais citados. O conteúdo é assinado pela jornalista Daniela Nogueira, que também atua como revisora e leciona aulas de português para os estudantes de Jornalismo selecionados, semestralmente, para o curso Novos Talentos do O POVO. Por que não expandir a iniciativa para os já profissionais da Casa? O termo "reciclagem" está na moda. Que seja, então, uma reciclagem de conteúdos da língua portuguesa para os profissionais.

Os revisores são essenciais para o triunfo de produtos como livros, cartilhas ou outros produtos (vide exemplo do Anuário do Ceará). Portanto, há esperança do retorno dos profissionais da revisão às Redações? Até o fechamento da coluna não tive retorno da Diretoria de Jornalismo sobre a possibilidade.

 

A publicação tratava de fenômeno ocorrido na China (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução A publicação tratava de fenômeno ocorrido na China

Chuvas de vermes

Na última semana, uma publicação no perfil do O POVO no Instagram apresentou o seguinte enunciado: "Chuvas de vermes em Pequim? Carros cobertos por supostas larvas geram teoria (sic) as (sic) redes sociais". Um leitor afirmou, então, que O POVO estava publicando fake news baseada em sinofobia (preconceito contra a China, seu povo ou a cultura chinesa), questionou onde estava o serviço de apuração e acrescentou que o fenômeno era resultado das flores de choupo e não vermes. Com efeito, a publicação não fazia menção às flores. Ao levar o caso para os comentários internos, enviados aos profissionais da Redação, tive conhecimento que a matéria produzida pelo portal O POVO trazia a explicação apontada pelo leitor. Ora, se tínhamos essa informação desde o princípio na matéria, qual o motivo de não incluir nas mídias sociais? Entendo que o espaço é mais restrito e raros são os seguidores que vão até o portal procurar a matéria completa. Ademais, após o alerta, a publicação foi editada e está disponível com o acréscimo: "Confira as explicações", trazendo tanto as flores de choupo como a suposição da "Lua Cheia de Verme", explicada no texto. Ambas as suspeitas também foram mencionadas no programa O POVO News, do YouTube do O POVO.

 

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