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(Ainda) Os cuidados e os imprevistos
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Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.

Joelma Leal ombudsman

(Ainda) Os cuidados e os imprevistos

Os episódios dos últimos dias e as parcerias de Marketing estão entre os assuntos de hoje
Tipo Opinião
 O título da coluna causou estranhamento por parte dos leitores (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução O título da coluna causou estranhamento por parte dos leitores

Chegamos ao tão esperado 6 de outubro de 2024. Data para escolher os vereadores e prefeito das cidades brasileiras (exceto Distrito Federal).

Pois bem, “Eleições: equilíbrios e cautelas” foi o título desta coluna, no domingo passado, dia 29 de setembro. No decorrer da semana que passou, foi possível observar algumas questões em que o cuidado mencionado neste espaço teria sido necessário.

Um deles diz respeito ao título "André Fernandes já ganhou", inserido na versão digital da coluna do jornalista Érico Firmo, na última quarta-feira, 2. No impresso, um acréscimo que faz toda a diferença: "André Fernandes já ganhou mesmo que perca".

Como bem observou um leitor, logo no início da manhã: "Achei bem complicado esse título da coluna do Érico em uma reta final de campanha. Se levarmos em consideração que o André Fernandes é da turma das fake news, esse é um prato cheio pra ele, apesar do colunista explicar no texto que ele ganhou por conta do capital político que vem conseguindo até aqui. Mas o título é a manchete".

O leitor tem toda a razão. No meio da manhã, o texto veiculado na home do portal foi alterado para "Mesmo que perca, Fernandes já ganhou". Alteração essa que demorou a ser realizada no índice de notícias do O POVO+ , assim como na própria página do colunista. O tempo foi suficiente para fazer prints e, quiçá, reverberar em outros canais.

Dois dias antes, abrindo a semana, foi a vez de a rádio O POVO CBN abrir espaço para uma longa entrevista com o ex-prefeito Roberto Cláudio. O espaço chamou a atenção de um ouvinte (que fez questão de dizer que não era de direita): "Semana passada, o (ministro) Camilo Santana foi ouvido na rádio e defendeu o nome do candidato Evandro (Leitão). Hoje foi a vez do Roberto Cláudio em prol do Sarto. A rádio também vai convidar o Bolsonaro para falar bem do André Fernandes? O convite foi feito? Ele topou ou recusou? É um espaço precioso, nos últimos dias de campanha, dado aos padrinhos políticos. Que seja dado a todos, ora".

O espaço concedido ao ministro e a presença do ex-prefeito em uma visita institucional à sede do O POVO haviam sido mencionados na coluna do último dia 29. 

Problemas técnicos

Completando a tríade, vêm as sabatinas realizadas com os nove candidatos à Prefeitura de Fortaleza, durante a 1ª edição do programa O POVO News. Todos foram convidados e somente o candidato do PL, André Fernandes, não compareceu, sem justificativa.

A outra ausência foi a do atual prefeito José Sarto (PDT). A data da sabatina com o atual prefeito foi algo gerador de dúvida. Enquanto o carrossel publicado no perfil do O POVO no Instagram, no dia 22 de setembro, informava (e ainda está disponível) 2 de outubro como a data reservada para Sarto, as peças publicitárias, matérias e notas traziam o dia 1º de outubro como dia sorteado, data dividida com o também candidato George Lima (Solidariedade).

Um infortúnio atingiu o canal do O POVO no YouTube e as entrevistas seriam veiculadas em outras plataformas. George Lima compareceu e a entrevista pode ser vista no YouTube do Canal FDR e no Facebook do O POVO.

No fim do programa de terça, 1º, o apresentador Ítalo Coriolano informou que "a sabatina com o candidato Sarto teve que ser adiada por problemas técnicos e em breve seria divulgada nova data".

Na edição impressa do dia seguinte, na matéria sobre o programa, uma informação equivocada: "Ontem o candidato José Sarto não compareceu à sabatina previamente agendada com a campanha do pedetista". Nota esta que rendeu um "erramos" na edição impressa do dia seguinte: "Política (2/10, pág. 8) Diferente (sic) do que foi publicado, a sabatina no O POVO News com José Sarto na última terça, 1º, não foi realizada por problemas que impossibilitaram a transmissão ao vivo da entrevista no Youtube".

Na mesma edição, do dia 3 de outubro, no entanto, na página 3 da Farol, uma matéria detalhava sobre a não realização da entrevista com o título "Sabatina com José Sarto no O POVO News 1ª edição não será realizada". Mais adiante um resumo: "Um problema técnico no canal do O POVO, no entanto, impediu a realização do programa, bem como a veiculação dos demais programas da grade durante aquele dia. Foi oferecida ao candidato alternativa em um canal de menor alcance, o que ele não aceitou".

Não existe café de graça

A veiculação de "conteúdos customizados" (expressão essa já questionada neste espaço) ou inserção de "publis" nas redes sociais (também assunto abordado nesta coluna) fazem parte do mercado da comunicação, assim como a realização de parcerias ou permutas. Não há problema em nenhuma das práticas, desde que sejam claramente sinalizadas como tal.

As parcerias e ações nas mídias sociais merecem uma menção na coluna de hoje. Ao acessar, por exemplo, o Instagram do O POVO, é fácil localizar vários exemplos de parcerias, principalmente em efemérides. Dia do Sorvete, Dia da Pizza, ovos de chocolate na Páscoa, enfim, são muitas as possibilidades de fechar parceria com marcas e realizar ações interativas com o público interno e/ou externo.

Um caso recente chamou a atenção da ombudsman. O gancho foi o Dia Internacional do Café, celebrado no dia 1º de outubro. Previamente, foi realizada uma ação na avenida Beira Mar, convidando transeuntes a contarem histórias suas com a bebida e daí "ganhar de graça (sic) um café". As cenas foram gravadas, cumpriram o papel e ok.

Collab (publicações — posts do feed ou reels — em colaboração entre dois ou mais perfis do Instagram) realizada junto à marca parceira da ação. Quando há as collabs, as marcas citadas aparecem como autoras do conteúdo. Foi esse o caso.

Dois dias depois, mais uma publicação, também collab com tal marca, e um em um formato diferenciado: uma crônica, com belas imagens como pano de fundo. Ok. No dia seguinte, uma terceira publicação, também collab, mostrando o cotidiano do cultivo do café. Pauta curiosa. Ponto.

Para além da contagem, a sequência próxima de collabs despertou a atenção, o que gerou trocas de e-mails entre os setores envolvidos.

A primeira resposta - oriunda do Marketing - só constatou o questionamento. "Entrou como collab porque é um grande parceiro nosso e fez a gentileza de nos mostrar todo o passo a passo do café em sua fazenda no Mulungu e levar a equipe para se hospedar lá". Mais adiante, um acréscimo, também do Marketing: "A parceria não é uma Publi e não foi porque eles fizeram uma gentileza. O café já era nosso parceiro e casou de ter uma pauta editorial para o Dia Internacional do Café".

Como indiquei internamente, é mais vantajoso ser gentil e parceiro do que investir em publi, portanto.

 

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