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Dois anos únicos e inesquecíveis
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Joelma Leal assume como ombudsman do O POVO no mandato 2023/2024. É jornalista e especialista em Marketing. Atuou como editora-executiva de sete edições do Anuário do Ceará, esteve à frente da coluna Layout por 12 anos e foi responsável pela assessoria de comunicação do Grupo, durante 11 anos.

Joelma Leal ombudsman

Dois anos únicos e inesquecíveis

Uma oportunidade de interagir com os leitores, seguidores e ouvintes, que nenhuma outra "vaga" e cargo permitiriam
Tipo Opinião
Escolhi essa foto/presente, de autoria do meu amigo e competente Fabio Lima, para ilustrar a última coluna (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Escolhi essa foto/presente, de autoria do meu amigo e competente Fabio Lima, para ilustrar a última coluna

Há quase dois anos, mais precisamente no dia 15 de janeiro de 2023, estreei como ombudsman do O POVO. Hoje redijo a última coluna externa à frente desta missão fascinante.

No primeiro texto, intitulado "Não, eu não serei a voz do leitor", comentei que "o ombudsman não precisa ser resumido a críticas, há avaliação, há reflexão, assim como elogios (por que não?). Desde o dia em que o anúncio foi feito as mensagens (de amigos, colegas e desconhecidos) foram as mais variadas possíveis: desde 'boa sorte', 'paciência' e 'sabedoria'. Ao término deste mandato completarei a sequência do 'desde o dia'".

Pois bem, hoje complemento: desde o dia em que assumi este ofício, aprendi a ler, assistir aos conteúdos e ouvir notícias e pessoas de outra forma. Além disso, os desejos dos amigos, colegas e conhecidos acima foram realizados.

Não tenho dúvida sobre ter sido uma experiência única e com impacto singular na minha trajetória profissional e pessoal. Uma oportunidade de interagir com os leitores, seguidores e ouvintes, que nenhuma outra "vaga" e cargo permitiriam.

Mídias sociais, OP+ , editorias do impresso, Marketing, diretoria corporativa, rádio O POVO CBN, colunas sociais (e demais colunas), diretoria de Negócios… No decorrer desse período, todas as editorias e setores do O POVO foram mencionados, seja no comentário interno enviado aos funcionários do Grupo, seja na coluna dominical de visualização pública.

As indicações de falhas não ficaram restritas ao conteúdo (cada vez mais multimídia), mas englobaram ações e anúncios institucionais. Afinal, se tem a marca O POVO, está no "guarda-chuva" da avaliação. A busca foi por críticas técnicas, longe de autoritarismo, tom professoral ou algo pessoal.

Alguns retornos, de fato, não são muito bem aceitos por parte dos criticados. O jornalista Caio Túlio Costa, o primeiro ombudsman do Brasil, com atuação na Folha de S.Paulo, entre 1989 e 1991, conta em entrevistas que o mandato rendeu desavenças e perdas de várias amizades. Não diria tal qual, no entanto é certo que foi possível, sim, constatar a dificuldade que o ser humano (ainda mais jornalista) tem em receber críticas e a necessidade de obter aplausos.

A propósito: uma lástima que apenas dois veículos de jornal impresso no País - Folha e O POVO - mantenham o cargo.

Ao assumir, um dos receios era abrir a edição do dia e as demais plataformas e não ter nada para apontar. Até a última sexta-feira, 20, data do último comentário interno, não chegou perto de a situação ocorrer.

Falhas são recorrentes. Os erros de português (tema de uma das colunas), por exemplo, foi alvo quase diário dos apontamentos. Uma infeliz realidade, considerando que os conteúdos produzidos são - muitas vezes - utilizados como ferramentas de educação nas salas de aulas e nas mais variadas faixas etárias.

Certa vez, um colega me perguntou se eu não ficava frustrada com a falta ou a pouca quantidade de retornos para os itens indicados. Respondi que de maneira nenhuma, considerando que mais importante do que o retorno é saber que o responsável por aquele material teve ciência de que aquilo foi observado e na oportunidade seguinte o ajuste foi feito (mesmo com a ausência do "erramos" - outro tema de uma das colunas).

Na verdade, se os profissionais encarassem a atuação do profissional ombudsman como um aliado, como alguém que está ali para colaborar com a melhoria do que está sendo oferecido à audiência, certamente, o cenário seria outro.

Ainda assim, sou grata por cada retorno cordial e respeitoso, tanto os que chegaram por meio da lista com mais de 160 pessoas, de forma privada ou pessoalmente.

Agradecimentos

O trabalho de ombudsman é, fisicamente, solitário e pode parecer um tanto melancólico, entretanto, só parece. O dia a dia é extremamente coletivo. É a partir da contribuição dos leitores que o trabalho vai sendo desenvolvido. Saibam que todas as demandas, sugestões e reclamações foram encaminhadas.

A lista de agradecimentos é extensa: a todos os leitores, os que falaram uma única vez e aos que falam diariamente; aos integrantes do Conselho de Leitores, que são primordiais para a execução deste trabalho; pela equipe de atendimento aos assinantes e distribuição; à equipe do OPOVODOC pelas pesquisas no acervo; aos estudantes e professores pelos convites de diálogos nos ambientes acadêmicos; à jornalista e ex-ombudsman Daniela Nogueira, uma amiga da vida e não só do trabalho, a quem agradeço em nome de todos os profissionais; e, finalmente, à presidente Luciana Dummar e aos diretores de Jornalismo Ana Naddaf e Erick Guimarães pelo convite.

Foram dois anos de intenso aprendizado. Espero ter contribuído, de alguma forma, com a produção dos conteúdos e dos produtos que levam a marca O POVO.

Em suma, uma missão um tanto desafiadora, assim como enriquecedora.

Em boas mãos

Desejo muito sucesso ao jornalista João Marcelo Sena, que a partir do dia 7 de janeiro de 2025, quando O POVO vai celebrar aniversário de 97 anos, será empossado como novo ombudsman. Não tenho dúvida de que os leitores estarão em boas mãos e o mandato será executado com brilhantismo.

Um dia antes, no dia 6 de janeiro, iniciarei para um novo desafio e nada solitário: farei parte da equipe de editores de Cidades do O POVO.

Que venha 2025. Boas festas a todos.

 

Foto do Joelma Leal

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