
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
É doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Pesquisa agendas internacionais voltadas para as mulheres de países periféricos, representatividade feminina na política e história das mulheres. É autora do livro de contos
O mês de agosto é, na cultura popular, conhecido como o mês do desgosto. Desconheço a origem dessa pecha lançada sobre o mês.
Entretanto, quero aproveitar para lançar uma desconstrução acerca da visão negativa que paira sob o céu de agosto e quero, concomitantemente, construir uma nova visão: venho propor que o mês vigente carregue o bom estigma de ser o mês da conscientização, para ser mais clara, uma conscientização sobre o fenômeno da violência contra as mulheres.
Nós entramos no chamado Agosto Lilás e somos convocados a refletir acerca de um tema que, nos dias atuais, parece onipresente. A cada caso retratado na mídia, ficamos com a impressão de que os agressores querem ultrapassar o anterior no quesito misoginia e perversidade. Muitos procuram no baú do machismo estrutural um motivo conivente que induziu o agressor ao ímpeto violento.
Nessa constelação de discursos, se destacam aqueles que reclamam por penas mais elevadas, pena perpétua e até pena de morte. O brasileiro parece inclinado a acreditar que a solução para a violência contra as mulheres virá unilateralmente pelas mãos do Estado repressivo-punitivo.
Curiosamente, na percepção de grande parte dos brasileiros, a opressão e a violação aos direitos humanos dos agressores é que trará a tão sonhada erradicação da violência feminina.
Nesses embates discursivos, quase nunca sobra espaço para o Estado educador e para seu papel fomentador de uma política de conscientização sobre as causas, os tipos e as consequências do fenômeno da violência contra mulheres.
Diante desse cenário, as informações e a educação ganham espaço, o que propicia a formação de um pacto pelo fim da violência com todas as instituições públicas e privadas dando sua contribuição.
A violência contra as mulheres precisa ser debatida. Está na ordem do dia e todo cidadão tem que participar, falar, fazer algo. Como fez o porteiro do prédio que chamou a polícia para o homem que desferiu 61 socos no rosto da namorada, a atitude do porteiro foi pedagógica. Nós não podemos ser indiferentes e omissos.
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