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Noronhe-se
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Com formação em desenvolvimento mobile pelo IFCE e pela Apple Academy, junto ao seu conhecimento em Design e Animação, atuação em UI|UX e experiência na criação de aplicativo móveis, fundou a Startup Mercadapp. É amante dos livros, da música, do teatro e do ballet. Tudo isso sempre junto e misturado a tecnologia e inovação. Escrever sempre foi seu refúgio dentro dessa jornada tão desafiadora, que é ser uma jovem mulher empreendedora

Larissa Lima comportamento

Noronhe-se

Há lugares no mundo que não são apenas visitados; são vividos. E Fernando de Noronha definitivamente é um deles
Fernando de Noronha (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal Fernando de Noronha

Fernando de Noronha, esse nome já nos evoca imagens de paraíso, de um lugar distante e quase mítico. Noronha está localizada no meio do Oceano Atlântico, a 545 km de Recife e 360 km de Natal. O arquipélago é formado por 21 ilhas e ilhotas, mas apenas a maior delas, que leva o nome do conjunto, é habitada. Com uma área total de 26 km², Noronha é um santuário ecológico, lar de uma biodiversidade única e de paisagens que parecem ter saído de um sonho.

Descoberta em 1503 pelo explorador Américo Vespúcio, Noronha foi palco de disputas coloniais entre portugueses, holandeses e franceses. Hoje, faz parte de um parque nacional e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Mundial da Humanidade, graças à sua biodiversidade marinha e paisagens exuberantes.

É um dos destinos turísticos mais cobiçados do Brasil, mas sua ocupação é controlada para preservar o frágil ecossistema. A população fixa é de cerca de 3 mil habitantes, mas o número de turistas é limitado a 1.000 por dia, garantindo que a ilha mantenha seu charme e sua integridade ambiental.

E era essa ilha, rica em história e beleza, que eu estava prestes a explorar. Com uma mochila nas costas, um bilhete de avião na mão e um coração cheio de expectativas, embarquei em Recife rumo a este paraíso.

No primeiro dia, fiz um Ilha Tour, um passeio guiado que percorre os principais pontos da ilha. Foi a melhor forma de ter uma visão geral de Noronha. Passamos pelo Mirante do Boldró, Praia do Sancho, Baía dos Porcos e vários outros locais icônicos. O guia nos contou histórias sobre a fauna e flora local, além de curiosidades sobre a cultura noronhense. O passeio foi essencial para entender melhor a geografia e escolher os lugares que eu queria explorar com mais calma nos dias seguintes.

O Mirante do Boldró tem uma das vistas mais icônicas do arquipélago: os Dois Irmãos, imponentes, parecendo guardiões da ilha. O pôr do sol ali é um espetáculo à parte. O céu, pintado em tons de laranja, rosa e lilás, refletia no mar sereno. Era o tipo de beleza que faz o tempo desacelerar, como se o mundo inteiro estivesse suspenso.

Um dos lugares mais preciosos da ilha, é a Praia do Sancho. Eleita diversas vezes como uma das mais bonitas do mundo. O acesso exige um pouco de coragem: uma escadaria metálica embutida nas rochas, desafiadora e bem claustrofóbica. Mas ao chegar lá embaixo, tudo fez sentido.

A areia dourada, as falésias imponentes e o mar cristalino criavam uma composição perfeita. Peguei meu snorkel e mergulhei. O fundo do mar era um espetáculo silencioso: tartarugas, peixes-palhaço, arraias e até um pequeno tubarão-lixa cruzou meu caminho.

Uma das experiências mais marcantes da viagem foi a remada ao nascer do sol para ver os golfinhos. O dia ainda nem havia começado completamente quando peguei o remo e fomos sobre as águas calmas. O céu se tingia de tons alaranjados, e o silêncio da manhã era quebrado apenas pelo som rítmico das remadas.

De repente, vi os primeiros golfinhos surgirem, saltando e nadando ao meu redor. Os golfinhos rotadores são um símbolo de Fernando de Noronha, e vê-los assim, livres e brincalhões, foi um privilégio.

Paramos para um mergulho na Baía dos Porcos, outro cartão-postal da ilha. A água era tão transparente que eu podia ver os peixes nadando mesmo sem colocar a cabeça debaixo d’água, eram piscinas naturais formadas entre as rochas. O tempo parecia não existir ali; só havia o ballet da natureza em sua forma mais pura.

Depois de tantas aventuras, decidi passar um dia tranquila na Praia do Padre. Esse pequeno paraíso escondido tem um clima mais reservado, com águas cristalinas e uma faixa de areia perfeita para relaxar. Caminhei descalça, sentindo a textura macia da areia entre os dedos e observando o vai e vem das ondas suaves. Deitei- me sob a sombra de um coqueiro e simplesmente contemplei o horizonte e relaxei.

Fernando de Noronha também tem uma história fascinante. Visitei o Forte dos Remédios, construído pelos portugueses no século XVIII. As ruínas contam histórias de batalhas, ocupações estrangeiras e até mesmo de presídios que funcionaram ali. E sem contar, que tem uma vista magnífica da ilha.

No último dia, fui me despedir na Praia do Cachorro, um lugar que mistura a beleza natural com um clima mais descontraído, com gente jogando frescobol e tomando água de coco. Além disso, aproveitei para conhecer o famoso Buraco da Bruna Marquezine, uma formação rochosa curiosa que virou um dos pontos mais fotografados da praia.

Eu sabia que Fernando de Noronha não era um destino qualquer. Era um daqueles lugares que deixam marcas, não só na memória, mas no corpo e na alma. Levei comigo o sal da água, o calor do sol e a certeza de que, um dia, voltaria para reviver esse paraíso. Porque há lugares no mundo que não são apenas visitados; são vividos. E Fernando de Noronha definitivamente é um deles.

Foto do Larissa Lima

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