"Fortaleza ensinou qual é o caminho", avalia especialista sobre ascensão do futebol nordestino
Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
"Fortaleza ensinou qual é o caminho", avalia especialista sobre ascensão do futebol nordestino
Para o economista Fernando Ferreira, especialista no mercado esportivo e referência em intermediação de compra e venda de participações em clubes, o Fortaleza é o grande exemplo de gestão e o principal impulsionador da ascensão nordestina no futebol brasileiro
O Nordeste terá cinco representantes na Série A de 2025 — Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport e Vitória —, um recorde para a região na era dos pontos corridos. O momento histórico é resultado da modernização das equipes, da adoção de gestões financeiras responsáveis e do aumento de investimentos, especialmente por meio do modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF).
Para o economista Fernando Ferreira, especialista no mercado esportivo e referência em intermediação de compra e venda de participações em clubes, o Fortaleza é o grande exemplo de gestão e o principal impulsionador da ascensão nordestina no futebol brasileiro.
"O Nordeste, certamente, está no seu melhor momento, não há a menor dúvida. O ponto de virada é que o Fortaleza ensinou qual é o caminho, que o caminho não se faz com endividamento, com uma gestão financeira bagunçada. O Fortaleza deu a trilha para o pessoal", analisou o sócio-diretor da Pluri Consultoria em entrevista à coluna.
Com marcas fortes e torcidas de massa, os clubes nordestinos têm despertado cada vez mais interesse de investidores. Segundo Fernando, a transição para SAF é uma das alternativas mais viáveis para garantir crescimento sustentável no longo prazo.
"Há hoje uma preocupação com capacidade de investimento e a capacidade de investimento só vem de dois lugares: ou você se reestrutura, não tem dívida e gera caixa, o caso do Fortaleza; ou então você tem que fazer isso (vender ações e se transformar em SAF), mas fazer isso, e se você está endividado, você tem que fazer isso com parceiro que financie essa operação e que traga condições da operação ficar rentável, com capacidade de investimento, que é o caso do Bahia", explicou.
O cenário varia entre os clubes da região, mas todos precisam de estratégias claras para se consolidar:
Sport: "O Sport vai fazer a SAF, dependendo do investidor. Eu acho que vai ser um investidor forte."
Ceará: "O Ceará tem que ver se vai buscar um investidor porque talvez fique complicado ir sozinho. A busca por investidor nesse momento é fundamental."
Vitória: "A mesma coisa para o Vitória, que vai precisar de um investidor para conseguir se consolidar."
A SAF no horizonte de todos
Embora elogie o trabalho realizado no Fortaleza, Fernando acredita que o clube cearense também poderá precisar de investidores no futuro para continuar crescendo.
"O mercado está crescendo de uma maneira tão grande que ali na frente, talvez, seja necessário buscar um investidor para poder fazer frente. Mesmo com muita eficiência, uma hora você fica com dificuldade para poder gerar caixa na necessidade que se precisa", comentou.
"O mesmo vale para o Ceará, para o Sport. O Sport é obviamente um clube que tem mais dívida. Já teria uma dificuldade nas condições atuais, ficaria naquele sobe e desce. Mas com a SAF, ele pode realmente se posicionar lá em cima", completou.
No Nordeste, Bahia e Fortaleza já aderiram ao modelo SAF, embora com abordagens distintas. Náutico e Botafogo-PB também estão em processos avançados de transição, com intermediação da Pluri, enquanto Sport e Vitória devem seguir o mesmo caminho em breve.
"O foco, basicamente, do interesse dos investidores é o quê? É a tradição dos clubes, a torcida, a possibilidade de desenvolver marcas, gerar engajamento, e no Nordeste é muito grande, formação e captação de atletas e, obviamente, a distribuição no mercado futuro."
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