Análise, ciência e inovação: como o Ceará busca encurtar a distância para os clubes mais ricos
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi
Análise, ciência e inovação: como o Ceará busca encurtar a distância para os clubes mais ricos
De volta à Série A do Campeonato Brasileiro, o Ceará precisa ser criativo para solucionar desafios em meio a uma disputa "desleal" financeiramente
Foto: GABRIEL SILVA/CEARÁ SC
Apresentação do Cesp do Ceará
A convite do CEO de Futebol do Ceará, Haroldo Martins, acompanhei nessa segunda-feira, 24, a apresentação do Centro de Saúde e Performance (Cesp) e do Departamento Integrado de Mercado e Análise Sistemática (Dimas) do Alvinegro para conselheiros do clube. Confesso que fiquei impressionado em como o Vovô tem se profissionalizado e investido em inovações tecnológicas como vantagens competitivas para encurtar a distância dos clubes mais ricos do futebol brasileiro.
De volta à Série A do Campeonato Brasileiro, o Ceará precisa ser criativo para solucionar desafios em meio a uma disputa "desleal" financeiramente. A disparidade de investimentos entre os clubes é gigante, e o time de Porangabuçu está entre os que possuem os menores orçamentos e folhas salariais da primeira divisão nacional.
Para se ter uma ideia, a folha salarial do Flamengo girou em torno de R$ 27,9 milhões, enquanto a do Palmeiras foi de R$ 18,5 milhões em 2024, conforme estimativa da Capology, plataforma especializada em finanças no futebol. Entre as dez maiores folhas da Série A não há nenhuma menor do que R$ 10,9 milhões. Para este início de 2025, a do Ceará deve ficar entre R$ 5,5 milhões e R$ 6 milhões, como revelado pelo presidente João Paulo Silva, mas há margem para aumentar um pouco mais, dependendo de receitas.
Hoje, o Ceará tem um departamento de análise estruturado e altamente tecnológico. Entre as inovações, a equipe desenvolveu um aplicativo de baixo custo munido de múltiplas informações com fácil acesso para os atletas do elenco. No espaço on-line, cada jogador tem disponível na palma da mão lances detalhados, informações sobre rivais, vídeos e orientações, tudo em alinhamento com a comissão técnica. Há outro app em uso no Porangabuçu que é o mesmo utilizado pela La Liga, a elite do futebol espanhol.
O clube também desenvolveu uma estrutura de troca de informações em tempo real entre os membros da análise de desempenho e a comissão técnica de Léo Condé. Uma equipe fica na cabine municiando o auxiliar de Condé, Renatinho, com orientações sobre o que acontece no campo, incluindo vídeos detalhados.
Por exemplo, se há um mínimo desencaixe no balanço do setor defensivo, o erro é comunicado rapidamente à comissão alvinegra, já com imagens da falha. Inclusive, profissionais do Palmeiras procuraram o Ceará interessados na estrutura desenvolvida pelo Vovô.
Treinos de bola parada não se resumem apenas ao campo. O "xadrez tático" começa na palma da mão por meio de um aplicativo. O Ceará tem disponível um software com utilização de inteligência artificial que mapeia todos os detalhes de uma jogada de escanteio. A ferramenta lista os melhores cobradores, as características da batida do atleta e como ela pode se encaixar na jogada, além de mapear a área adversária e mostrar em quais zonas as chances de gol são maiores.
No setor de análise de mercado, o Alvinegro mantém conexões com equipes de outros países, como França, Portugal e Estados Unidos. É um networking relevante para estreitar laços e fechar possíveis negócios.
O Cesp possui atualmente um equipamento europeu chamado "Thermohuman", que consegue identificar os níveis de lesão do jogador. A tecnologia funciona como prevenção de contusões mais sérias.
Outro dispositivo considerado importantíssimo no Cesp é uma ferramenta que permite acelerar a recuperação de lesões como fascite plantar e tendinite, encurtando o tempo de retorno do jogador. O clube fez um investimento de R$ 100 mil para comprar o equipamento. Poucos clubes no Brasil possuem o item adquirido pelo Vovô.
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