Jornalista, repórter do O POVO+ e professor de Linguagens, graduado em Letras/Inglês pelo Centro Universitário Unicesumar. Homem pansexual, foi ativista organizado do Movimento LGBTQIA+ de 2014 a 2021. Em 2020, foi um dos idealizadores do festival artístico Tomada Drag, que mais tarde se tornaria o Coletivo Tomada.
Foto: Flickr
Nesta coluna, não há LGB sem o TQIAPN+, pois acreditamos que juntos, somos sempre mais fortes
Que honra dividir esse espaço com você! Começamos, hoje, a escrever um novo capítulo.
Essa nova história não seria possível sem o pioneirismo de quem trilhou caminhos longos e árduos antes de mim, e a essas pessoas, minha mais sincera gratidão.
Um pioneirismo que você, leitor, pôde acompanhar entre 2005 e 2018 nas plataformas do O POVO.
Ao longo de treze anos, o público LGBTQIA+ cearense pôde se ver e se reconhecer nas páginas da coluna Cena G. Seu diferencial, desde a primeira edição, foi o uso de uma perspectiva inclusiva e não de um olhar externo ao tema.
Claro que, como produto de seu tempo, há certas angulações — inclusive do próprio nome — que não cabem mais no mundo contemporâneo.
No entanto, em uma época que a comunidade era reduzida ao GLS, entendemos que era preciso fazer um aceno coerente ao público alvo e deixar explícito que a ideia era estabelecer um canal de comunicação que tanto informasse quanto debatesse questões da homossexualidade.
Desde o fim da publicação da Cena G, muita coisa mudou. O Brasil, que parecia estar caminhando a passos largos para uma realidade mais inclusiva, enfrentou momentos de obscurantismo.
Se nem as vacinas - consolidadas na rotina, nas mentes e nos corações do nosso povo - saíram ilesas a essas transformações tão profundas, quem dirá a dinâmica de percepções sobre identidade, sexualidade e diversidade.
E a cena também mudou. Ela não é, não pode e nem quer mais ser apenas G.
Uma das maiores popstars da América Latina é uma drag queen maranhense. Uma cantora trans e preta foi eleita para a Academia Brasileira de Cultura. Pela primeira vez um estado brasileiro foi governado por um homem gay e elegemos deputadas federais trans.
Foto: Vinicius Marques/Divulgação
Liniker apresenta turnê "Caju" no Festival Elos 2024
Com a massificação das redes sociais, as múltiplas formas de viver enquanto pessoa queer chegaram nas telinhas dos smartphones, emocionaram nas salas de cinema e comoveram até as mais conservadoras senhorinhas que adotaram os doramas como forma de entretenimento.
Ao mesmo tempo, o Observatório de Mortes Violentas de LGBT+ no Brasil, do Grupo Gay da Bahia (GGB), registrou 291 mortes violentas (homicídios e suicídios) de pessoas LGBTQIA+ em 2024.
O governo dos Estados Unidos iniciou uma cruzada cultural contra todas as políticas de Diversidade e Inclusão, e com o seu domínio cultural incentivam o mesmo mundo afora.
É nesse contexto que uma nova cena se posiciona. Uma comunidade plural, que enfrenta desafios antigos e celebra novas conquistas. Por isso é preciso pensar em um novo palco para essa cena, colocar o holofote em um público que está carente de representação.
E esse é meu convite. Vamos, juntos e juntas, dar vazão à toda a efervescência cultural e potenciais políticas que a comunidade LGBTQIAPN+ tem.
É um novo tempo, uma nova chance de estender nossas bandeiras com orgulho e marcharmos em direção a um futuro mais justo.
No(i)tinhas
Neste sábado, 1 de novembro, tem Fritaria! O projeto que já produz as icônicas Bonsucessions agora estreia no circuito de festas de Fortaleza para a alegria da cena clubber. Os ingressos já estão virando de lote, então cuida para garantir o seu.
Falando em cena clubber, a Batrita 3 já tem lugar certo: Centro de Eventos do Ceará. Os ingressos também já estão a venda e mandaram avisar que começa 21h e só termina às 7h. Tem pique pra aguentar?
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