Mentor e conselheiro de startups há mais de quatro anos, formado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) e com especializações pela UFRJ e Unyleya. Hoje, atua como diretor de Operações da Casa Azul Ventures, já tendo mentorado mais de 100 startups e avaliado mais de 1.000 em diversos programas nacionais e internacionais. Também atua como gerente de Novos Negócios no Grupo de Comunicação O POVO.
Existem vários tipos de investidores em Venture Capital, desde experientes até novatos, dos bons e dos maus. E é dos maus que quero falar. Sim, mal com U.
É incrível como é possível trazer uma fábula para nosso mundo de Venture Capital. Meu paralelo, será com uma fábula conhecida: Os Três Porquinhos.
Assim como no conto, os porquinhos (aqui, os Empreendedores) são constantemente avisados dos riscos que se tem quando vai atas de investidores, sócios e hubs de inovação. É necessário sair de casa, assumir riscos e viver a vida. E é necessário construir sua casa (sua startup) para viver e prosperar. Essa casa, também vai proteger os porquinhos, pois no ambiente, além das coisas boas, existe o lobo mau (o investidor mau).
O investidor Lobo Mau é aquele que não se preocupa com o futuro do negócio, ele se preocupa com o presente atual e quanto ele consegue extrair daquele negócio para ganhar mais no curto prazo. A saciedade do curto prazo define suas ações, e não importa se para isso ele precise devorar o que está à volta (as casas e, porque não, os porquinhos).
E nesse ambiente, temos os três perfis de porquinhos (empreendedores).
O empreendedor da casa de palha:
Sua casa (sua empresa) é quase um mal necessário, pois viver o hype da liberdade e do momento lhe satisfaz mais. Empreendedores que querem curtir “ter uma empresa”, querem curtir espaços de criatividade, hackatons, etc.
Esses empreendedores não estudam o mercado, não falam com os clientes, não pensam em vender e sequer estruturam seus indicadores. Esses empreendedores, ao encontrarem com o investidor lobo mau, tem suas casas destruidas no primeiro sopro. São feitos acordos longos, com valores exorbitantes que o empreendedor nunca viu na vida, as contas são confusas e o empreendedor sabe que será devorado.
Esse empreendedor, constrói uma casa considerando o básico, ele se esforça para montar algo estruturante mas ainda falta. Falta dedicação, esforço, acesso, conexões e materiais.
Esse empreendedor acredita que construiu uma empresa sólida, mas seus números são confusos, seu produto é difícil de usar, seu cliente ainda é mal definido e os indicadores são estimativas (ou achismos).
Ainda minimamente estruturado, encontrando o investidor lobo mau, esse empreendedor tem dificuldade pra mostrar o valor da sua empresa e acaba sucumbindo nos argumentos (fortes sopros) que aparecem.
O empreendedor da casa de cimento:
Como todos sabemos na fábula, aqui, a casa demora para ser construída, é necessário esforço, dedicação, acesso à materiais de qualidade e muitas vezes o empreendedor vai se ver trabalhando enquanto os outros estão cantando e dançando. Essa empresa, tem claramente as perguntas necessárias para crescer, seu produto pode ser simples mas resolve o que o cliente pede, o mercado é claro e o cliente é ouvido constantemente.
Aqui os indicadores são calculados com consciência e avaliados para se dar o próximo passo. O investidor lobo mau, até tenta argumentar e invadir essa empresa, mas é difícil pois o empreendedor sabe quanto vale sua empresa, ele sabe o que significa cada item em contrato e entende se aquilo vai ajudar ou não sua empresa.
Pode assoprar a vontade, o empreendedor vai ignorar e se preocupar muito mais no próximo cômodo da casa que precisa construir.
E ai, já encontraram investidores lobo mau? E empreendedores com casas assim? Eu não posso evitar que empreendedores encontrem esses investidores, eles existem e o máximo que se pode fazer é construir casas de cimento.
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