Battlefield Hardline: a nostalgia de um filme policial
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Miguel Pontes é Streamer de Games na Twitch. Host, editor e produtor do Mais Um Podcast de Games e da Comunidade Nerd do O POVO. Pesquisador da Central de Jornalismo de Dados - Datadoc e Acervo O POVO. Neste espaço, vai falar sobre jogos, noticiar eventos, analisar games e opinar sobre a indústria de jogos
Battlefield Hardline: a nostalgia de um filme policial
Têm jogos que envelhecem mal, têm jogos que a gente esquece, e têm aqueles que mesmo com todos os defeitos ainda conseguem arrancar um sorriso quando revisitados
Foto: EA | Divulgação
Jogo Battlefiled Hardline teve dublagem polêmica em 2015
Jogar Battlefield Hardline em pleno 2025 é quase como achar um DVD antigo daquela série policial dos anos 2000 e decidir maratonar. A campanha é construída exatamente nesse clima de seriado policial que a gente conhecia da TV, no melhor estilo de "Nova York Contra o Crime".
Mas já vou soltar a primeira pedrada: a dublagem em português do protagonista Nick Mendoza é simplesmente sofrível, tão ruim que deu vontade de desistir antes de terminar o primeiro episódio.
Acontece que o personagem, em sua versão brasileira foi dublado por Roger Moreira, vocalista do Ultraje a Rigor, e que até onde lembro, não tinha experiencia alguma com dublagem e foi isso que me fez achar que, de longe, é uma das piores dublagens que já ouvi em qualquer jogo. Parece que tiraram a emoção de todas as falas e jogaram fora - eu literalmente ri para não chorar.
Tirando esse detalhe, o jogo surpreende. Não é mais um Battlefield de guerra em grande escala. Aqui a fórmula muda: trocaram os tanques e exércitos por perseguições de carro, prisões cinematográficas em modo furtivo e tiroteios em cenários urbanos.
Foi um risco da EA e da Visceral Games, e sinceramente, funcionou bem para quem curte esse estilo de narrativa. Eu incluso!
Claro, jogar anos depois do lançamento deixa a experiência um pouco amarga. A campanha segue firme, mas o modo online... esse virou praticamente um deserto. Tive dificuldade em achar partidas, esperei muito um outro tanto de vezes, e nada. As expansões nem se fala, não consegui jogar nenhuma.
Não sei se é problema da loja do Playstation, se tiraram mesmo de catálogo ou se o jogo simplesmente foi varrido do mercado brasileiro. Já que havia um processo por direitos do nome Hardline que fez com que o jogo fosse retirado de varias lojas digitais, mas pelo o que sei o assunto foi resolvido. Porém, fica a sensação de que parte do conteúdo sumiu.
Mesmo assim, Hardline tem aquele charme estranho de jogo que tentou ser diferente. Não alcançou o sucesso dos outros Battlefields, mas também não merecia o esquecimento total. Se fosse lançado hoje em dia, com melhor suporte e mais capricho na localização e na DU-BLA-GEM, talvez tivesse tido outro destino.
A graça é que, mesmo com todos os problemas, eu me diverti. A adrenalina dos tiroteios, o clima de filme policial e a estrutura em episódios ainda entregam momentos intensos que valem a jogatina, especialmente para quem gosta de campanhas curtas e diretas, do jeito que esse corôa novinho aqui curte em um final de semana sem plantão.
No fim das contas, revisitar Battlefield Hardline é como voltar a uma série que você sabe que não é perfeita, mas tem aquele gosto de nostalgia. Talvez nunca mais teremos outro Battlefield tentando se afastar tanto da formula tradicional de guerra da franquia, e tudo bem.
Mas Hardline deixa registrada a ousadia de brincar com uma formula de um jeito inesperado — e isso já garante o seu lugarzinho no coração de quem curtiu a experiência.
Então, se você ainda tem o jogo perdido na estante ou na biblioteca digital, vale a pena dar uma chance à campanha. Só não espere dublagem decente ou servidores lotados. É nostalgia pura, com defeitos e tudo o mais. Ah, depois volta aqui para me falar o que achou.
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