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O futuro chegou: estamos mais velhos!
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

O futuro chegou: estamos mais velhos!

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, mostra que em 10 anos houve um aumento na população de idosos
Carolina Monteiro
 (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Carolina Monteiro

A temporada do Brasil como um país de jovens já está no passado. E se estamos aqui escrevendo e lendo esta coluna é porque sobrevivemos e isso deve ser comemorado. Para os jovens, entretanto, há uma herança de desafios; para os velhos, a luta continua para manter pelo menos os gastos mínimos para a sobrevivência.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, mostra que em 10 anos houve um aumento na população de idosos. A quantidade de pessoas com mais de 65 anos representava, em 2022, 10,5% dos brasileiros, quando em 2012 eram 7,7%. O Ceará manteve a mesma média nacional em relação ao número de idosos (10,6%). O número de adultos com 30 anos ou mais aumentou e, atualmente, representa 55,7% da população. Em 2012 esse contingente era de 46,0%.

Esse envelhecimento da população mostra em parte uma vitória das políticas públicas de saúde, mas também é motivo de preocupação. O chamado "bônus demográfico" brasileiro não está sendo bem aproveitado. Até 2020, o Brasil era considerado a nação com a maior população economicamente ativa da América Latina. Esse fato era visto como uma vantagem; o problema é que atropelamos alguns processos e não conseguimos evoluir.

Conforme já analisou o economista Márcio Pochmann, o Brasil saltou do período agrário para o industrial de forma irregular, passando em seguida por uma migração para a área de serviços; em seguida, houve uma precarização dos empregos, com a Gig Economy (trabalho através de aplicativos) e o aumento da informalidade - tudo isso, associado à irregularidade nos investimentos em educação.

Em 2022, somente no Ceará, os grupos de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e de 50 a 59 anos correspondiam respectivamente a 15,9%, 13,3% e 11,5% da população residente. São essas pessoas que deveriam contribuir para o pagamento das aposentadorias atuais e futuras. Com a informalidade, a precarização do trabalho e o resultado da ausência de políticas de desenvolvimento mais adequadas, o cenário no País se tornou ameaçador quando pensamos no envelhecimento da população e nos custos de previdência.

Alguns economistas já falam da necessidade de uma nova reforma da previdência. Como sempre, as saídas apontadas passam pela contratação de planos de aposentadoria complementares, jogando mais vez a responsabilidade nas soluções para escolhas individuais. Infelizmente, até agora, as ideias não incluem programas de formalização, nem levam em conta o caos pelo qual passamos com a pandemia. Alguma alternativa terá de ser criada antes do risco de um calote real em quem pagou a previdência até agora.

Empreendedorismo maduro

Carolina Monteiro (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Carolina Monteiro

A Junta Comercial do Ceará, presidida por Carolina Monteiro, registrou até maio deste ano um total de 10.728 aberturas de empresas, ou seja, um aumento de 8,2% se comparado ao mesmo período de 2022. Vale lembrar que, neste setor, tem ocorrido um grande movimento de empreendedores com mais de 40 anos. Pelos dados da Jucec, 23.124 pessoas que abriram o próprio negócio em 2022 eram mulheres com mais de 51 anos, e 42.190, eram homens também nessa faixa etária.

Isso demonstra o movimento de um público maduro na procura de se estabelecer de uma forma diferente no mercado de trabalho.

Ambiente com cooperação

O escritor Yunare Marinho, gerente corporativo de processos industriais na M. Dias Branco, lançou na semana passada o livro O Mundo Corporativo nas Organizações. O autor trata de alguns fatores-chave para o sucesso no trabalho, como a comunicação clara e efetiva; o compromisso com um objetivo comum; e a divisão de tarefas e responsabilidade. Ótimas dicas, já que as pessoas querem bem mais que salários.

 

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