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Violência digital: impacto na saúde emocional das executivas
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Neila Fontenele é editora-chefe e colunista do caderno Ciência & Saúde do O POVO. A jornalista também comanda um programa na rádio O POVO CBN, que vai ao ar durante os sábados e também leva o nome do caderno

Neila Fontenele ciência e saúde

Violência digital: impacto na saúde emocional das executivas

Pesquisa da consultoria KPMG revela que quase metade (48,8%) das líderes entrevistadas já sofreu ou presenciou violência digital
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JANINE Goulart, sócia de People Services (serviços para pessoas) da KPMG no Brasil (Foto: Arquivo pessoal)
Foto: Arquivo pessoal JANINE Goulart, sócia de People Services (serviços para pessoas) da KPMG no Brasil

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A violência contra as mulheres acontece em todas as instâncias. Além do dramático e lamentável agravamento dos feminicídios que precisa ser combatido, são constatados vários tipos de hostilidades à presença feminina. No mundo do trabalho, as questões vão de sutis a graves.

Quem nunca ouviu relatos sobre o sofrimento de lideranças desautorizadas por terem um perfil mais gentil, ou mulheres ridicularizadas por apresentarem um jeito mais enérgico e assertivo? Ou frases assim: "Ela deve estar naqueles dias" ou "Deve estar na menopausa", desmerecendo a postura feminina como se fosse apenas uma questão biológica? Esse tipo de problema tem sido verificado tanto nas relações presenciais quanto online e, às vezes, com uma violência digital que se materializa no mundo real.

Metade das líderes já sofreu ou presenciou violência

Levantamento global realizado pela consultoria KPMG, apresentado no relatório "Perspectivas globais das lideranças femininas 2025", ouviu 475 executivas experientes em diversos países e revela que quase metade (48,8%) das líderes entrevistadas já sofreu ou presenciou violência.

As formas mais comuns relatadas dessas ocorrências incluem personificação/falsa identidade (55%), discurso de ódio (45%) e difamação (35%). A maioria foi realizada por desconhecidos (76,5%), mas também por colegas de trabalho (41,2%) e conhecidos ocasionais (29,4%).

A reação das mulheres normalmente ocorre de forma passiva: 57,1% das executivas bloquearam o agressor, mas apenas 28,6% o denunciaram. Entretanto, os efeitos emocionais provenientes deste tipo de agressão reverberam: quase 60% relataram estresse; 42,9%, desconforto; e 28,6%, ansiedade.

"A pesquisa sinalizou que há diversos tipos de agressões no ambiente digital, desde práticas sutis até violações graves de privacidade, que podem comprometer a saúde emocional de forma persistente e silenciosa, sobretudo em contextos de alta exposição pública e de exigência constante de performance. Este tipo de agressão tem contribuído de maneira significativa para o aumento de estresse, ansiedade e sensação de impotência por parte das executivas", analisa a sócia de People Services (serviços para pessoas) da KPMG no Brasil, Janine Goulart.

Violência Digital

No caso da violência digital, Janine ressalta que normalmente as mulheres mais atacadas são as de maior destaque e visibilidade, uma intimidação feita em um espaço considerado de oportunidades. Janine explica que a consultoria criou o programa Know (Mulheres), dedicado ao empoderamento e desenvolvimento de mulheres na liderança.

Há ainda uma questão cultural do machismo que precisa ser debatida. Por essa razão, é necessário o envolvimento de diversas instâncias, inclusive das lideranças masculinas.

Velho, Eu?

Hoje, às 19 horas (logo após o O POVO News segunda edição), na TV O POVO (Canal 48.2) e no YouTube, será exibido mais um episódio do programa "Velho, eu?", que discute os desafios impostos pela longevidade. O programa é apresentada por esta jornalista e psicóloga envelhescente e pela médica Márcia Alcântara

 

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