Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
O presidente brasileiro aprendeu uma dura lição: autocratas ou candidatos a, são todos iguais, mesmo aqueles pintados de vermelho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo com toda a experiência política de que dispõe, está aprendendo agora uma dura lição: autocratas ou candidatos a, são todos iguais, mesmo aqueles pintados de vermelho.
Sempre disposto a defender Nicolás Maduro, desta vez Lula manifestou-se “assustado” quando o líder venezuelano, prognosticou “um banho de sangue”, e "uma guerra civil fratricida”, se for derrotado nas eleições presidenciais, que vão acontecer no domingo (28/7/2024). Isto é, se Maduro não resolver bloqueá-las antes, como já fez com vários candidatos que podiam fazer-lhe frente.
“Assustado”, ok, qualquer pessoa normal, com um pingo de juízo, ficaria, pois gente desse tipo é capaz de tudo para se manter no poder. Mas a ninguém é dado o direito à surpresa, partindo a ameaça de quem parte. Mesmo porque Maduro repete as palavras de seu equivalente, com sinal invertido, Donald Trump, que também se prepara para uma verdadeira guerra civil, caso perca as eleições nos Estados Unidos.
Didático, em tom professoral, Lula tentou dar uma lição de democracia ao colega venezuelano: “Quem perde recebe um banho de votos, não um banho de sangue”. E continuou sua preleção democrática: “Maduro tem que aprender que, quando você ganha, você fica, e quando você perde você sai e se prepara para outras eleições”.
Na resposta, Maduro começou amenizando suas palavras, uma tática comum de quem lança declarações para soar ambíguas, mas com alvo certo. Disse ter feito apenas uma “reflexão” a respeito do que se passa na Venezuela, mas o tom ameno durou pouco.
Desrespeitoso e mal agradecido, sem citar Lula, apelou para a ironia: “Quem se assustou que tome chá de camomila”. Resposta típica do “Zezinho”, das piadas sobre salas de aula: é o nível quinta série dos populistas. E, como é típico de gente dessa laia, dobrou a aposta, pondo em dúvida a lisura do processo eleitoral brasileiro, que ratificou a vitória de Lula.
De qualquer modo, Lula terá de agir com mais rigor, se Maduro impedir ou fraudar as eleições, ou caso se recuse a entregar o poder, se derrotado.
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