Hugo Motta: "inimigo do povo" ou "herói do Brasil"?
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Hugo Motta: "inimigo do povo" ou "herói do Brasil"?
É sintomático que, em plena crise política, o
presidente da Câmara tenha comparecido a um jantar com 50 empresários, organizado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria
Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados
HUGO Motta afirmou que a Casa não é favorável ao aumento de impostos
A campanha “Congresso inimigo do povo” desfechada pela militância do PT nas redes sociais pode até parecer equivocada depois da demonização da política e das instituições promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus sequazes. As generalizações podem ser uma faca de dois gumes. Quando “nada presta”, uma saída autoritária pode não parecer tão ruim (porém é péssima).
De qualquer modo, pela primeira vez a esquerda conseguiu emplacar um “sucesso” nas redes sociais, abalando o Congresso. A repercussão foi tão grande a ponto de fazer o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) pedir água.
O Congresso, por seu lado, em vez de ajudar, atrapalha aqueles que saem a campo para defender a política como forma de resolver conflitos. Parece brincadeira (para eles) a quantidade de medidas impopulares (e erradas e caras) que o Congresso aprova em benefício dos parlamentares.
Portanto, faz sentido quando o personagem “Hugo Nem se Importa” faz apelo ao “povo escravo do trampo” para pagar seus luxos.
É comprovável ainda que o Congresso se mobiliza quando se trata de defender interesses de rentistas e empresários, mas prefere engavetar medidas em favor dos pobres e remediados. (Onde anda a isenção do IR para quem ganha até R$ mil? Como vai o projeto sobre o fim da escala de trabalho 6x1?)
É sintomático que, em plena crise política, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tenha comparecido a um jantar com 50 empresários do mais alto coturno, planejado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. Motta foi chamado de “herói do Brasil” por Doria por pautar a derrubada do decreto presidencial do IOF.
Alguém tem notícia de Hugo Motta ou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (Unão-AP) reunir-se com sindicatos ou com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) ou com o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) para conhecer os problemas e propostas dos trabalhadores e dos setores mais empobrecidos da população?
No entanto, Motta esteve no “Gilmarpalooza”, com as despesas bancadas pela Câmara. No evento, cujo nome oficial é Fórum de Lisboa, ocorrerem diversos convescotes de políticos, empresários e banqueiros, nos quais pode-se supor, prevaleceram as críticas sobre as medidas governamentais.
Trabalhadores apenas os que serviram suas excelências.
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