Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Lula disse que o bloco "é um conjunto de países querendo criar outro jeito de organizar o mundo". Ou seja, a proposta é fazer do Brics o embrião de uma nova ordem mundial
Foto: PABLO PORCIUNCULA / AFP
Presidente Lula na reunião de cúpula dos Brics
Enquanto corria a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu duas declarações contra o Brasil.
Uma diretamente, quando palpitou sobre os processos em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus sequazes respondem no Supremo Tribunal Federal (STF)
A outra, indiretamente, porém nem tanto, pois o Brasil é um dos fundadores do Brics. Ele ameaçou com seu rifle de tarifas taxar qualquer país que se aproximar do bloco que representa o Sul Global.
Sobre Bolsonaro, sem citar o STF, Trump disse que “o Brasil está fazendo uma coisa terrível com o ex-presidente Jair Bolsonaro”, pois “ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”. O presidente americano ainda expectorou que o golpista estava sendo vítima de uma “caça às bruxas”. O póbi do inocente.
Bolsonaro disse ter recebido com “alegria” as palavras de seu chefe, tomando a liberdade de chamá-lo de “ilustre amigo”. O patriota só esqueceu de lembrar que o ato de Trump configura intervenção estrangeira em um país soberano — e que a mais alta corte do País nada mais faz do que enquadrar um fora da lei, segundo denúncia do Ministério Público Federal.
O pretenso rei do mundo também voltou suas armas contra o Brics: “Qualquer país que se alinhe às políticas antiamericanas do Brics será taxado com tarifa extra de 10%”, ameaçou o xerife em sua rede social, no estilo “o planeta é pequeno demais para nós dois”.
A preocupação de Washington é que o Brics se desenvolve rapidamente em duas frentes: a econômica e a política, desafiando a hegemonia americana.
Criticando a ONU pela sua inoperância em mediar conflitos, Lula disse que o Brics pode ser uma solução para os “desafios globais”, propondo que mais países do G20, além dos cinco atuais, integrassem. Fazem parte do grupo 11 países, que representam cerca de 40% do PIB mundial.
Lula disse, no discurso de encerramento, que o Brics “é um conjunto de países querendo criar outro jeito de organizar o mundo”. Ou seja, a proposta — ousada e difícil de concretizar —, é fazer do Brics o embrião de uma nova ordem mundial.
É isso o que incomoda o homem laranja.
Fatos e personagens. Desconstruindo a política. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.