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Trump e o regime do medo
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Trump e o regime do medo

Aumenta o número de professores que deixam ou pensam em mudar-se dos EUA, à procura de países nos quais possam trabalhar livremente
Imigrantes venezuelanos deportados dos EUA chegam ao aeroporto internacional Simon Bolivar em Maiquetia, Venezuela, em 10 de fevereiro de 2025 (Foto: Pedro MATTEY / AFP)
Foto: Pedro MATTEY / AFP Imigrantes venezuelanos deportados dos EUA chegam ao aeroporto internacional Simon Bolivar em Maiquetia, Venezuela, em 10 de fevereiro de 2025

Nos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, o medo toma conta não apenas de imigrantes, expulsos do país aos milhares, muitos ao arrepio de leis americanas. Empresários temem uma recessão, trabalhadores estão preocupados com os empregos e a inflação — e intelectuais e universidades estão assustados.

Aumenta o número de professores que deixam ou pensam em mudar-se dos EUA, à procura de países nos quais possam trabalhar livremente.

O professor da Universidade de Yale, Jason Stanley, está entre aqueles que estão de malas prontas. Autor do livro “Como funciona o fascismo”, traduzido para mais de 20 países, ele diz que os Estados Unidos já se encaixam nessa categoria política.

Em entrevista à BBC News, ele explica sua decisão de mudar-se para o Canadá — e fala da repressão do governo Trump às universidades.

Para ele, o ataque à liberdade de expressão é pior do que o macartismo. (Referência ao período de intensa repressão política, com perseguição a supostos comunistas, capitaneada pelo senador Joseph McCarty, na década de 1950).

Tenho chamado atenção nesta coluna para a inclinação autoritária do governo, evidências muito fortes de que Trump quer alargar sua autoridade, demolindo as instituições e costumes democráticos, até enfeixar em suas mãos todos os poderes da república, anunciando-se ditador.

As suas atitudes “polêmicas”, como fantasiar-se de papa, nada mais são do que um despiste, fingindo-se de “louco” e “imprevisível”, quando ele sabe onde quer chegar.

Em artigo publicado no New York Times (reproduzido pelo Estado de S. Paulo), o jornalista Thomas Friedman escreve:

“Por que nunca estive tão apavorado com o futuro dos EUA como agora?”, e passa a listar as “loucuras” que acontecem no governo Trump. Entre elas, sua obsessão pelas fontes de energia poluidoras, quando o mundo busca uma saída para o problema do aquecimento global.

Para ele, o segundo governo Trump “não passa de uma farsa cruel", pois Trump teria voltado a concorrer a um segundo mandato para "ficar fora da cadeia e se vingar daqueles que, com evidências reais, tentaram responsabilizá-lo perante a lei".

É isso e muito mais.

 

 

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