Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
A investigação envolve políticos importantes e nomes conhecidos do circuito mundial dos super-ricos que, supostamente, frequentavam as festas de Epstein, com a presença de meninas menores de idade
Foto: Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York / AFP
Esta imagem de prova de julgamento, obtida em 8 de dezembro de 2021 pelo Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, mostra a socialite britânica Ghislaine Maxwell e o financista americano Jeffrey Epstein
Existe um assunto, pouco comentado no Brasil, mas que preocupa Donald Trump, pois, nos Estados Unidos é uma pauta que captura atenção dos americanos, mais do que o tarifaço contra o Brasil.
Trata-se do caso Jeffrey Epstein, acusado de manter uma rede de exploração e tráfico sexual, envolvendo mulheres e meninas menores de idade. Epstein foi encontrado morto em sua cela, em 2019, aguardando julgamento. Segundo informações oficiais, ele teria cometido suicídio. Ghislaine Maxwell, então namorada dele, foi julgada, considerada cúmplice dos crimes e condenada a 20 anos de prisão, em 2022.
O caso envolve políticos importantes e nomes conhecidos do circuito mundial dos super-ricos que, supostamente, frequentavam as festas que Epstein promovia em mansões e em uma ilha no Caribe.
No movimento de extrema direita que apoia Trump, o Maga, foi criada uma teoria da conspiração de que essa rede de pedofilia seria controlada por nomes destacados do Partido Democrata, como Bill Clinton, Hillary Clinton, Barack Obama e Joe Biden, Incluindo também o nome do fiancista George Soros, conhecido filantropo e apoiador causas progressistas.
Durante a campanha eleitoral, Turmp ajudou a inflar a teoria da conspiração, uma fake news gigantesca, afirmando que iria abrir os arquivos do caso para expor “Estado profundo” e sua "elite corrupta".
Mas a promessa não foi cumprida, provocando um racha no Maga, com acusações de que Trump estaria protegendo aqueles que jurou combater. Os militantes do Maga esperavam que ele expusesse uma suposta lista com o nome dos clientes de Epstein.
O Departamento de Justiça e o FBI negaram a existência da suposta lista, o que irritou ainda mais os fanáticos do Maga.
Quando a imprensa vai para cima, Trump se esquiva e diz que nada mais tem para ser divulgado sobre o assunto. “Não entendo por que o caso Jeffrey Epstein seria do interesse de alguém. É um assunto bem chato. É sórdido, mas é chato, e não entendo por que continua acontecendo".
Trump e Epstein foram amigos até os primeiros anos da década de 2000, quando romperam por motivos comerciais.
Na edição de 17/72025 o Wall Street Jornal publicou reportagem sob a seguinte manchete:
“Os amigos de Jeffrey Epstein enviaram-lhe cartas obscenas para um álbum do 50º aniversário. Uma delas era de Donald Trump".
No bilhete há o desenho de uma mulher nua, com a assinatura “Donald” na região pubiana. Um texto simula um diálogo entre os dois a amigos.
Trump negou a autoria da carta. E, em resposta, abriu um processo de difamação contra o jornal pedindo US$ 20 bilhões (em reais R$ 110 bilhões).
Ele também disse que nunca desenhou na vida, mas foi desmentido por outro jornal, o New York Times:
“No início dos anos 2000, ele (Trump) doou regularmente desenhos para instituições de caridade em Nova York. Os desenhos, muitos dos quais parecem ter sido feitos com um marcador preto grosso e apresentam com destaque sua assinatura, não são diferentes de como o (Wall Street) Journal descreve a nota de aniversário que ele enviou a Epstein”.
A imprensa vem levantando evidências que Epstein e Trump eram próximos.
A agência Bloomberg (1º/8/2025), publicou, após ouvir três fontes “familiarizadas com o assunto”, que o FBI retirou o nome do presidente Donald Trump e de outras pessoas de destaque dos arquivos relacionados ao caso.
“As supressões foram feitas por uma equipe de funcionários do FBI encarregada de revisar os arquivos de Epstein com vistas a uma possível divulgação pública", escreveu a Bloomberg.
Trump está sendo pressionado por seus próprios aliados para divulgar esses arquivos, que podem (ou poderiam depois dessas tesourada) revelar quem está envolvido em um dos maiores escândalos sexuais dos Estados Unidos.
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