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As "coincidências" da blindagem parlamentar
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Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

As "coincidências" da blindagem parlamentar

O conteúdo da PEC da Impunidade ainda prevê, de maneira inédita, que presidentes de partidos políticos com representação no Congresso também ganharão foro especial no Supremo Tribunal Federal
ANTÔNIO Rueda esteve recentemente em Fortaleza e se reuniu com políticos da oposição e da base do governo do Estado (Foto: Divulgação/União Brasil)
Foto: Divulgação/União Brasil ANTÔNIO Rueda esteve recentemente em Fortaleza e se reuniu com políticos da oposição e da base do governo do Estado

Em artigo anterior escrevi que, por “coincidência”, a PEC da Blindagem estava sendo votada no momento em que congressistas se viam às voltas com o Supremo Tribunal Federal (STF), investigados por supostas irregularidades no manejo das emendas parlamentares.

Fui dar uma conferida no estrago e cheguei a mais “coincidências”.

Uma delas, por meio do levantamento do jornal O Estado de S. Paulo, verificou o seguinte:

Correm no STF 36 inquéritos envolvendo 108 parlamentares, que podem ficar travados se a PEC da Blindagem virar lei. Nesse caso, somente poderão se tornar ações penais com autorização do Congresso.

Outra pesquisa, do jornal O Globo, no sistema do STF, mostra que pelo menos 25 parlamentares são alvos de investigações na Suprema Corte. Eles também serão beneficiados caso a PEC venha a ser aprovada.

O conteúdo da PEC da Blindagem ainda prevê, de maneira inédita, que presidentes de partidos políticos com representação no Congresso também ganharão foro especial no Supremo Tribunal Federal.

A Folha de S.Paulo/ICL publicou reportagem na edição de ontem com o título “Piloto diz que Rueda é dono de aviões operados por empresa de voos do PCC”.

Sendo que “Rueda” é Antônio Rueda, presidente do partido União Brasil; e PCC é a sigla da organização criminosa Primeiro Comando da Capital. O texto que abre a matéria da Folha é o seguinte:

“Um piloto afirmou em depoimento à Polícia Federal que o presidente do União Brasil, Antônio Rueda, é o verdadeiro dono de ao menos quatro aeronaves operadas por uma empresa aérea ligada a Beto Louco e Primo, investigados por suspeita de lavar dinheiro para o PCC”.

Outra grande coincidência.

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