Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
O presidente americano falou sobre o ex-presidente brasileiro como se estivesse despedindo-se de um amigo que partiu, ficando ao desamparo
Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula cumprimenta o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante encontro em Kuala Lumpur, na Malásia: conversa franca e construtiva
A reunião entre Lula e Trump em Kuala Lumpur (capital da Malásia) transcorreu sem, digamos assim, intercorrência de qualquer espécie. E todo mundo já sabe o que aconteceu, pois foi noticiado maciçamente em todos os meios de comunicação. O resumo é que as negociações continuarão, sendo que ambos os presidentes autorizaram as respectivas equipes a marcarem reuniões para conversar sobre tarifas.
Isso não quer dizer que o problema tarifário será o único tema em pauta — há muitos interesses em jogo —, mas dificilmente entrarão em temas “políticos”, no que se refere, por exemplo, ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Assim, o deputado Eduardo Bolsonaro perderá, se já não perdeu, o protagonismo que obteve à custa de trair os interesses do povo brasileiro.
A propósito, antes da reunião, em entrevista à imprensa, quando foi perguntado sobre Jair Bolsonaro, Trump falou sobre o ex-presidente como se estivesse se despedindo de um amigo que partiu:
“Eu sempre gostei dele. Eu me sinto muito mal com o que aconteceu com ele. Eu sempre pensei que ele era uma pessoa direita, mas ele está passando por muita coisa”. Uma jornalista pergunta se o tema estaria na agenda: “Não é de sua conta”, foi a resposta ríspida de Trump.
Pelo que pôde ser observado durante a entrevista, Trump pelas palavras e Lula pelo gestual, o assunto é visto como um incômodo para ambos. Portanto, essa foi uma elegia que Trump prestou ao antigo aliado, por deixá-lo ao desamparo.
Isso fica ainda mais claro quando se compara às palavras dirigidas ao Brasil e a Lula, em particular:
— “É uma grande honra estar com o presidente do Brasil, um grande país. É um país grande e lindo''
— ''Acho que conseguiremos fechar alguns bons acordos, como temos conversado, e acho que acabaremos tendo um ótimo relacionamento
Por óbvio, não se advoga o bom relacionamento com Trump em homenagem à pessoa do presidente americano, que não é o tipo de sujeito com o qual se gostaria de tomar uma cerveja. Se faz isso por ser de interesse do Brasil (e também dos EUA) manter laços amigáveis que unem os dois países há mais de 200 anos.
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