Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha
Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha
Tudo mundo já reparou que o presidente Jair Bolsonaro é um homem dúbio. Quis ser presidente, embora sua vida pública de parlamentar tenha sido tão medíocre, que caso ele resolvesse abandoná-la, ninguém de bom senso sentiria sua falta ou de qualquer coisa relacionada ao seu trabalho.
Bolsonaro vive dizendo que defende a liberdade e que existem políticos no Brasil que querem se eleger para tirar a “liberdade dos brasileiros”. Na prática, nenhum presidente desde a redemocratização do País atentou tanto contra as liberdades no Brasil. Jair Bolsonaro ataca a imprensa, investe pesado na desinformação e defende detratores das instituições que zelam pelas liberdades democráticas. Bolsonaro quer apenas ter a liberdade para fazer o que ele e sua turma quiserem, apresentar qualquer versão tosca e dizer: “Cala a boca” a quem questionar seus desmandos.
O presidente deste Brasil infeliz diz que cumpre a Constituição, mas prima por quem a debocha de maneira mais vil, se solidariza com quem pede o AI-5, chama ministros do supremo de “idiotas” e a ataca frontalmente ao ameaçar a não realização das eleições em 2022, caso que não se retroceda ao voto impresso.
Jair Bolsonaro diz que quer eleições limpas. Com processos auditáveis como os que ele impôs ao Ministério da Saúde durante a pandemia. Ou, quem sabe, limpas e transparentes quanto a forma de gerenciamento das verbas parlamentares dos gabinetes da sua família.
O dúbio Bolsonaro compara o processo eleitoral ao sistema financeiro ao dizer que os bancos atualizaram suas plataformas para evitar fraudes e insinuar que o sistema de votação eletrônico do País está defasado a ponto de não ser confiável. Comparar o sistema financeiro do Brasil às urnas eletrônicas só confirmam o quanto Bolsonaro é cindido em suas ideias e ações. Nada pode ser confiável neste homem imaturo e inseguro.
Acossado pela CPI da Covid, o que Bolsonaro quer com a gravíssima crise que pode resultar da ameaça às eleições de 2022 só pode ser o de executar o plano que ele sempre demonstrou ter em mente: Tomar o Brasil de assalto e girá-lo de uma vez por todas na rota do autoritarismo absoluto, esvaziando ainda mais as instituições que garantem nossa democracia combalida, mas ainda resistindo. Nesse ponto, Bolsonaro não é dúbio. É translúcido.
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.