Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.
Parece sede em apenas ser você mesma, falar o que pensa, arcar sozinha com as consequências, sofrer sozinha também, ter calma para parar, pensar e escolher sem tanta pressa
O tempo - e a nossa idade - acabam definindo escolhas, caminhos e sensações. É uma linha que a gente segue e pela qual nos orientamos na vida. E a vida pede o crescimento, as conquistas, mas também clama pelos fracassos e as decepções. O tempo ensina isso. O que se vive aos 15 seria completamente diferente se vivido 25 anos depois. Seja para engravidar, ter estabilidade profissional ou liberdade de gênero, a idade está sempre lá. E eu digo: se aos 40 eu me transformei, aos 41 eu me conheci. E isso faz toda diferença.
É hormonal, experencial, orgânico, neural. Como vimos o mundo, como as pessoas e os acontecimentos nos afetam depende muito de como olhamos para isso. Parar e pensar no que fazemos e como reagimos ao que nos ocorre é raro. Se somos jovens, é ainda mais raro. O corpo e a mente que deixaram a infância e a adolescência acabam pedindo gasto mais intenso, planejamentos mirabolantes, decisões tomadas pelo ímpeto… seguimos como nos ensinam a ser felizes e satisfeitos.
Numa das matérias que li, mulheres com mais de 50 anos entraram na universidade após os filhos se tornarem adultos e, portanto, mais responsáveis por eles próprios. Mais uma vez, a vida real mostra a solidão que é a maternidade. E confirma como a idade, e tudo que vem com ela, faz as mulheres se transformarem e melhorarem. Para o mercado de trabalho, mas principalmente para a satisfação dela própria.
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