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Se aos 40 eu me transformei, aos 41 eu me conheci
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.

Sara Oliveira comportamento

Se aos 40 eu me transformei, aos 41 eu me conheci

Parece sede em apenas ser você mesma, falar o que pensa, arcar sozinha com as consequências, sofrer sozinha também, ter calma para parar, pensar e escolher sem tanta pressa
Mulher aos 40 anos (Foto: Adobe Stock/Divulgação)
Foto: Adobe Stock/Divulgação Mulher aos 40 anos

O tempo - e a nossa idade - acabam definindo escolhas, caminhos e sensações. É uma linha que a gente segue e pela qual nos orientamos na vida. E a vida pede o crescimento, as conquistas, mas também clama pelos fracassos e as decepções. O tempo ensina isso. O que se vive aos 15 seria completamente diferente se vivido 25 anos depois. Seja para engravidar, ter estabilidade profissional ou liberdade de gênero, a idade está sempre lá. E eu digo: se aos 40 eu me transformei, aos 41 eu me conheci. E isso faz toda diferença.

É hormonal, experencial, orgânico, neural. Como vimos o mundo, como as pessoas e os acontecimentos nos afetam depende muito de como olhamos para isso. Parar e pensar no que fazemos e como reagimos ao que nos ocorre é raro. Se somos jovens, é ainda mais raro. O corpo e a mente que deixaram a infância e a adolescência acabam pedindo gasto mais intenso, planejamentos mirabolantes, decisões tomadas pelo ímpeto… seguimos como nos ensinam a ser felizes e satisfeitos.

Mas aí os anos passam, e com mais idade, começamos a viver mais os efeitos de quando as escolhas eram feitas no fervor da ansiedade por cumprir todas as fases. Cansa, desanima, frustra, mas também revela. O algorítimo tem me trazido muitas matérias sobre mulheres 40+, o que me mostra como a idade também cria nichos de consumo, seja de informação ou de sexo.

Numa das matérias que li, mulheres com mais de 50 anos entraram na universidade após os filhos se tornarem adultos e, portanto, mais responsáveis por eles próprios. Mais uma vez, a vida real mostra a solidão que é a maternidade. E confirma como a idade, e tudo que vem com ela, faz as mulheres se transformarem e melhorarem. Para o mercado de trabalho, mas principalmente para a satisfação dela própria.

O que foi vivido ao longo da vida possibilita um autoconhecimento às mulheres que lhe foi negado por muitos anos. Parece sede em apenas ser você mesma, falar o que pensa, arcar sozinha com as consequências, sofrer sozinha também, ter calma para parar, pensar e escolher sem tanta pressa. É poder realmente escolher o que você quer, seja a nova profissão, seja a música que vai tocar no seu parabéns no aniversário de 41 anos.

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