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Lei Maria da Penha e a importância da conversa entre mulheres
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.

Sara Oliveira comportamento

Lei Maria da Penha e a importância da conversa entre mulheres

A experiência de uma se une à área de atuação da outra, passa pelo interesse da maioria e resulta em diferentes experiências, sob um contexto bem parecido
FORTALEZA, CEARÁ, 16-08-2024: O Povo Educação - Maria da Penha 18 Anos. O evento ocorreu no Espaço O Povo, com entrega da Medalha Albanista Sarasate, para Maria da Penha. Na foto, o painel
Foto: FERNANDA BARROS FORTALEZA, CEARÁ, 16-08-2024: O Povo Educação - Maria da Penha 18 Anos. O evento ocorreu no Espaço O Povo, com entrega da Medalha Albanista Sarasate, para Maria da Penha. Na foto, o painel "Amor ou medo de ficar só?", com Carol Vazzoler, Aline Lira, Sara Oliveira e Priscila Sanches. (Foto: Fernanda Barros / O Povo)

Na sexta-feira, 16, participei do evento de homenagem à Maria da Penha, por sua contribuição e luta pelo direito das mulheres e contra a violência de gênero. Organizado pelo O POVO Educação, contou com a presença dela e de outras mulheres que sentaram, conversaram e compartilharam análises, sentimentos e informações sobre muito do que trata a legislação que quebrou barreiras históricas no Brasil. 

Foram realizadas duas mesas de conversa, uma com o tema “Amor ou medo de ficar sozinha” e a outra “Permanência no ambiente violento. Por quê?”. Mais uma vez, constatei a importância de mulheres dividirem suas vivências, em relatos e conhecimento. Quando mulheres conversam, a experiência de uma se une à área de atuação da outra, passa pelo interesse da maioria e resulta em diferentes realidades, sob um contexto bem parecido.

As integrantes da primeira mesa, as psicólogas Aline Lira e Priscila Sanches, puderam traduzir um pouco do que escutam e trabalham em seus atendimentos. É transformador ouvir que os anseios, medos e culpas são de tantas outras mulheres também. Triste, sim, mas importante quando isso mostra que, na verdade, grande parte dessas dores está relacionada às características de uma sociedade machista e patriarcal. Não é só com você. Embora seja exatamente você um dos motores da mudança. Terapia purinha… autodescoberta autêntica.

Foi fundamental ouvir a Rose Marques, coordenadora do Instituto Maria da Penha, ressaltando os avanços da nossa legislação e lembrando dos tantos contextos de violência de gênero existentes e que merecem nosso olhar, como aquele que inclui a morte de mulheres no contexto da violência urbana. Como é importante estarmos atentas! Foi emocionante ouvir a Daciane Barreto, coordenadora da Casa da Mulher Brasileira, nos lembrar o por quê de estarmos sempre em estado de alerta, quando detalhou como foi preciso lutar para alcançarmos os nossos direitos.

Socorro França, secretária dos Direitos Humanos, que em sua jornada pôde conhecer sobre Direito, políticas públicas, mas sobretudo sobre humanização, nos abraçou e aconselhou com a sua experiência. E definitivamente, foi uma honra ouvir Maria da Penha falar sobre seus relacionamentos, ciúme, coragem, apoio, família, direito, educação e futuro. Com simplicidade, pés no chão e seguranças ao fundo. Ela sorriu por horas ao ouvir outras mulheres compartilhando e se construindo. Ela sabe que é apoiando, ouvindo e lutando que se muda alguma coisa! Vamos juntas.

Durante o evento, realizado no Espaço O POVO de Cultura & Arte, Maria da Penha se tornou a primeira mulher a receber a medalha Albanisa Sarasate, instituída por Demócrito Dummar, presidente do O POVO de 1985 a 2008, e concedida a personalidades notáveis.


As mesas contaram com a participação das moderadoras Carol Kossling, jornalista do O POVO, e a especialista em Marketing de Serviço e Mestre em Administração, Carol Vazzoler. Um prazer imenso vê-las conduzir essas conversas.

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