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Precisamos saber como escutar as crianças, elas são política pura!
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Sara Oliveira é repórter especial de Cidades do jornal O Povo há 10 anos, com mais de 15 anos de experiência na editoria de Cotidiano/Cidades nos cargos de repórter e editora. Pós-graduada em assessoria de comunicação, estudante de Pedagogia e interessadíssima em temas relacionados a políticas públicas. Uma mulher de 40 anos que teve a experiência de viver em Londres por dois anos, se tornou mãe do Léo (8) e do Cadu (5), e segue apaixonada por praia e pelas descobertas da vida materna e feminina em meio à tanta desigualdade.

Sara Oliveira comportamento

Precisamos saber como escutar as crianças, elas são política pura!

Falar de um problema no parquinho, que a afeta diretamente, é também falar sobre ações de manutenção do espaço público. Ela está falando por si, mas demonstrando uma necessidade coletiva. É política pura!
Tipo Análise
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 03-10-2024: Crianças e política: quais demandas as crianças têm que poderiam virar política púbica na Biblioteca da Barra do Ceará. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo) (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL, 03-10-2024: Crianças e política: quais demandas as crianças têm que poderiam virar política púbica na Biblioteca da Barra do Ceará. (Foto: Fernanda Barros/ O Povo)

As crianças também sabem o que Fortaleza precisa. E isso ficou bem demonstrado na matéria que foi publicada no último 12 de outubro no O POVO. Por dias, eu e os fotógrafos Fernanda Barros e Samuel Setúbal, fomos a diferentes bairros da Capital, sentamos no chão, conversamos, rimos, tomamos café e brincamos com o ser criança. Tudo em meio a uma campanha política e assuntos como saúde, educação, infraestrutura urbana, esporte e lazer.

Elas, as crianças, têm muito a dizer. Mas precisamos saber ouvi-las, em forma, conteúdo, olhar e contextos. A pauta do Dia das Crianças surgiu a partir da participação da jornalista Amanda Araújo em um seminário sobre primeira infância, que destacava a importância de sabermos o que as crianças demandam que pode virar política pública. Afinal, é para o futuro que construímos o agora.

As eleições municipais evidenciam essa necessidade porque afetam diretamente a vida das crianças. É na Cidade que a rede de assistência, cuidado e segurança que ela precisa para crescer, acontece de fato. São as ações da gestão municipal que têm o papel de executar, propor e estimular a prestação de serviços públicos essenciais à população, como postos de saúde, escolas, ordenamento do trânsito e vias, e manutenção das pracinhas dos bairros.

Por isso, saber como elas vivem e tornar a Cidade mais viável a elas é fundamental se queremos prosperidade como sociedade. Ouvir meninos e meninas falarem sobre fila de espera para colocar um aparelho dentário, lixo no ponto de ônibus, problemas escolares, e desejo por ter uma areninha na esquina de casa, só deixou ainda mais claro como é preciso fazê-los participar. 

Especialistas que se dedicam a expandir a importância do desenvolvimento da infância - sobretudo de 0 a 6 anos - afirmam que mais do que ouvir, precisamos saber como ouvir as crianças. Saber a metodologia que pode ser utilizada para que elas exponham questões, se expressem e possam ser interpretadas. “Não é só abaixar e perguntar ‘o que você quer para Fortaleza'”, como me orientou Luzia Laffite, membro da Agenda 227 e superintendente executiva do Instituto da Infância - IFAN.

Não é só escutar o que as crianças dizem, mas é dar concretude ao que foi demonstrado por ela. Falar de um problema no parquinho, que a afeta diretamente, é também falar sobre ações de manutenção do espaço público, que refletem no cumprimento constitucional de uma das prioridades da infância, que é se desenvolver de forma saudável. Ela está falando por si, mas demonstrando uma necessidade coletiva. É política pura!

Em meio à guerra que se tornou o segundo turno das Eleições 2024 em Fortaleza, com movimentos políticos inéditos e bombásticos, propostas das mais diversas, resultados inesperados, apreensão a cada voto, discursos sobre tanta mudança e ao mesmo tempo tanto mais do mesmo, deixo um pedido que, seja qual for o candidato eleito: escute as crianças. Governe principalmente para elas, as priorize no orçamento público, crie espaços de participação, atue em temáticas que garantam uma vida melhor e mais saudável. Cumpra o que já garante a nossa Constituição. 

 

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