
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Um tarifaço motivado por um “processo judicial perseguidor de um homem de família”. Vamos resolver isso logo porque o tarifaço entra em vigor em breve e “ainda dá tempo de salvar o Brasil”. Vivemos em um “regime de exceção” promovido pelo “Sr. Alexandre de Moraes”. Um Deputado que quer livrar o país do “comunismo”. Salvar as big techs de uma regulamentação que “ameaça a liberdade de expressão”. Um homem “honesto” que corre o risco de ser preso pelos “bandidos do STF” cuja resiliência não resiste às investidas sequer de “um cabo e um soldado”. “Cabe ao Governo abrir diálogo pra resolver essa situação”.
O parágrafo acima está repleto de gatilhos sedutores para parcela grande da população. Mas é um labirinto cujo chão é instável. Centelhas que despertam, seduzem, alimentam sentimentos de origem desconhecida, mas que movimentam massas e votos. Isto posto, um tarifaço vindo de Trump pressiona o executivo de um país para que este resolva uma “caça às bruxas” no judiciário. “IMEDIATAMENTE”, assim em caixa alta, autoritariamente. Compreende que nada faz sentido?
Desinformar, um dia, já foi o simples ato de mentir. Algo simplório, de fácil resolução. Até a indiferença resolvia. Mas a vida ficou mais grave. Tudo ficou mais grave. Desinformar agora consiste em, estruturadamente, associar brechas discursivas com metodologias tecnológicas para fins de controle de emoções. Sabe o vírus que infecta um computador? Pois pense em uma mentira embalada por frases sedutoras, com gatilhos emocionais que manipulam reações, impulsionadas para arquétipos pré-determinados.
E funciona. A Quaest perguntou: “Trump está certo ou errado de impor taxas por acreditar que há uma perseguição a Bolsonaro no Brasil?”. Inacreditavelmente, quase um quinto da amostra achou correta a ação americana. Um quinto de um país continental acha razoável um país pressionar a suprema corte de outro país. Estando esta certa ou errada, não é razoável. E mais: usando a descabida mentira do superávit comercial.
Desinformação, lembremos do vírus de computador, turva o ambiente, afeta a capacidade crítica, instala-se na emoção. Ao fim e ao cabo, só os tolos estão preocupados com um “comunismo”. Também nada tem a ver com o julgamento do Bolsonaro. Este é a embalagem para os espertos que miram o mercado tomado pelo PIX e pelo etanol.
Para finalizar, soberania deixa de ter a carga subjetiva que tem, diante desse caso. Soberania, a digital inclusive, é ter autonomia para implementar uma ferramenta que traga ganho para a população. Soberania é não aceitar ameaça de dois ou três donos do mundo. Soberania se conquista todo dia.
Workshop, inovação, investimento, pitch, startup e tudo mais que falamos sempre que o assunto é empreender no digital. Porém, um detalhe muda tudo. Os aspectos abordados apontavam para o público 50+ em evento ocorrido no Ninna Hub essa semana. É a economia prateada em referência aos cabelos grisalhos. Um público que tem experiência de trabalho. Já construiu algo e não descarta migrar para a tecnologia da informação.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Caju, empresa especializada em soluções para gestão de RH, em parceria com as startups Comp e Pipo Saúde, 47,8% das empresas brasileiras já utilizam IA em seus processos. Tarefas rotineiras, como folha de pagamento, suporte via chatbot, controle de benefícios são robotizadas. Além disso, a IA entra nas análises preditivas que identificam a taxa de rotatividade de funcionários, lacunas de competências e até risco de burnout.
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