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Vereador retira projeto contra área verde de 11,4 hectares do Parque do Cocó
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Vertical política

Vereador retira projeto contra área verde de 11,4 hectares do Parque do Cocó

Luciano Girão retirou de tramitação PLC na mesma semana em que prefeito vetou projetos parecidos
Área ambiental sob risco de extinção no  Parque do Cocó (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE Área ambiental sob risco de extinção no Parque do Cocó

O vereador Luciano Girão (PDT) retirou de tramitação o Projeto de Lei Complementar (PLC) 19/2024. A proposição excluía a proteção de até 11,4 hectares da Zona de Interesse Ambiental (ZIA) do Parque do Cocó, no bairro Manuel Dias Branco.

“Vamos aguardar o Plano Diretor, que virá com frutos de muitos fóruns que a sociedade participou”, disse Luciano Girão à coluna nesta sexta-feira, 14.

O parlamentar já havia negado qualquer interesse em "degradar" o Meio Ambiente de Fortaleza. Afirmando que o projeto teria apenas a intenção de "regularizar e deixar regularizado" áreas que já estariam tomadas por construções. Na semana passada, à coluna, o vereador não descartou retirar o projeto de pauta caso houvesse provas de desmatamento no local.

A situação acabou ocorrendo na última quarta-feira, 12, com pedido de retirada de pauta do projeto. No mesmo dia, o prefeito José Sarto (PDT) vetou outros dois projetos com teor parecido, sob alegação de que já estavam em discussão no Plano Diretor e, portanto, havia "contrariedade ao interesse público".

O POVO foi ao local na semana passada e constatou que quase metade da área era composta por vegetação. Em conversa com o repórter Guilherme Gonsalves, o biólogo Thieres Pinto apontou que a área em questão possui vegetação capaz de amplificar a capacidade de retenção hídrica.

"Aquela área era, originalmente, um ambiente dunar de vegetação psamófila (de áreas arenosas). Uma vegetação herbácea-arbustiva, quase como a da imagem, capaz de gerir o processo de movimentação dunar e de amplificar a já enorme capacidade de retenção hídrica. Zonas assim, quando modificadas e impermeabilizadas, poderão sofrer com inundações", explicou Thieres.

Luciano Girão até chegou a defender o projeto em suas redes sociais nesta semana, alegando que a área passou por um adensamento urbano significativo, e que por isso havia perdido características que justificam sua classificação. No entanto, voltou atrás e defendeu que a discussão seja feita no âmbito do Plano Diretor, que está em revisão desde o início de 2023.

Por Yuri Gomes- Especial para O POVO

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