
Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O vereador Luciano Girão (PDT) retirou de tramitação o Projeto de Lei Complementar (PLC) 19/2024. A proposição excluía a proteção de até 11,4 hectares da Zona de Interesse Ambiental (ZIA) do Parque do Cocó, no bairro Manuel Dias Branco.
“Vamos aguardar o Plano Diretor, que virá com frutos de muitos fóruns que a sociedade participou”, disse Luciano Girão à coluna nesta sexta-feira, 14.
O parlamentar já havia negado qualquer interesse em "degradar" o Meio Ambiente de Fortaleza. Afirmando que o projeto teria apenas a intenção de "regularizar e deixar regularizado" áreas que já estariam tomadas por construções. Na semana passada, à coluna, o vereador não descartou retirar o projeto de pauta caso houvesse provas de desmatamento no local.
A situação acabou ocorrendo na última quarta-feira, 12, com pedido de retirada de pauta do projeto. No mesmo dia, o prefeito José Sarto (PDT) vetou outros dois projetos com teor parecido, sob alegação de que já estavam em discussão no Plano Diretor e, portanto, havia "contrariedade ao interesse público".
O POVO foi ao local na semana passada e constatou que quase metade da área era composta por vegetação. Em conversa com o repórter Guilherme Gonsalves, o biólogo Thieres Pinto apontou que a área em questão possui vegetação capaz de amplificar a capacidade de retenção hídrica.
"Aquela área era, originalmente, um ambiente dunar de vegetação psamófila (de áreas arenosas). Uma vegetação herbácea-arbustiva, quase como a da imagem, capaz de gerir o processo de movimentação dunar e de amplificar a já enorme capacidade de retenção hídrica. Zonas assim, quando modificadas e impermeabilizadas, poderão sofrer com inundações", explicou Thieres.
Luciano Girão até chegou a defender o projeto em suas redes sociais nesta semana, alegando que a área passou por um adensamento urbano significativo, e que por isso havia perdido características que justificam sua classificação. No entanto, voltou atrás e defendeu que a discussão seja feita no âmbito do Plano Diretor, que está em revisão desde o início de 2023.
Por Yuri Gomes- Especial para O POVO
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