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"O Estado está desnorteado", diz ex-secretário de Saúde de Camilo
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"O Estado está desnorteado", diz ex-secretário de Saúde de Camilo

O médico e ex-titular da Sesa, Cabeto Martins, esteve reunido com os deputados da oposição ao governo estadual na Assembleia Legislativa
Em visita à Assembleia Legislativa, o médico Cabeto Martins esteve reunido com a oposição
 (Foto: Camila Maia)
Foto: Camila Maia Em visita à Assembleia Legislativa, o médico Cabeto Martins esteve reunido com a oposição

O ex-titular da Secretaria de Saúde do Ceará na gestão de Camilo Santana (PT), Dr. Cabeto Martins, esteve em reunião com os deputados de oposição na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira, 28. Na ocasião, o médico teceu uma série de críticas ao atual governante, Elmano de Freitas (PT), aliado de Camilo, incluindo a transferência de serviços do Hospital José Martiniano de Alencar para a PM.

“Desde que saí da secretaria eu não tive mais nenhum contato com ninguém da secretaria. Mas o que para mim está muito claro é que o Estado está desnorteado”, afirmou. “Ele não deixa claro para a sociedade qual é o projeto, como ele vai medir esse projeto, para que as pessoas percebam que realmente tem possibilidade de melhora.”

O médico foi crítico em relação ao novo Hospital Universitário do Ceará, o qual, segundo Cabeto, não possui um cronograma de funcionamento definido. “O Hospital Universitário do Ceará fica dois anos parado, sem licitar, sem projeto, sem nada. Aí, alguém critica e ele abre, chama o Presidente da República (...) para funcionar só três dias”, destacou.

Após afastamento da pasta, o médico avaliou que não houve mudanças concretas, apenas cortes do projeto de governo anterior.

“Não teve mudança, destruiu. Não botou para funcionar uma autarquia de regulação da qualidade, os planos regionais de saúde acabaram. A questão da valorização dos hospitais universitários, com a ampliação das residências, não aconteceu (...) Então, não é que mudou, deixou de existir, substituiu por zero”, constatou.

O ex-secretário foi duro nas críticas sobre a transferência de 30% dos usos do Hospital José Martiniano de Alencar para a polícia Militar. Segundo Cabeto, a mudança não leva em consideração quesitos técnicos e se enquadra como um "ato político".

“É um disparate completo na eficiência da aplicação do gasto público e vai gerar insatisfação nos policiais depois, porque não vai resolver o problema deles”, afirmou o médico. “Lá não vai ser feito cirurgia complexa, me parece muito mais um ato político do que um ato técnico”, disse.

O médico ainda justificou: “Não que o ato político, muitas vezes, seja ruim, mas precisa compreender esse critério de custa-efetividade, senão, você quebra o Estado. Não existe nada caro, existe coisa que não dá resultado e que não é necessária”.

por Camila Maia - Especial para O POVO

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