Sob um Sol com temperatura de 32ºC, banhistas lotaram a Praia do Futuro nesse domingo, 6, em Fortaleza, mesmo após alerta da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) sobre a qualidade da água imprópria no local. A Praia do Futuro é um dos 128 pontos do litoral nordestino contaminados por óleo de origem ainda desconhecida.
Os registros de manchas de óleo no mar e na areia tiveram início em 2 de setembro, em Pernambuco. Relatório do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis atualizado na última sexta-feira, 4, aponta que 61 municípios, distribuídos nos nove estados do Nordeste, já foram afetados.
O microempresário Jorge Canalito, 50, aproveitou o sol e o mar na manhã de ontem. Ele diz que não lembrou do alerta da Semace, antes de decidir ir à praia. De toda forma, procurou manchas de óleo pela faixa de areia e não encontrou. Assim como ele, muitos, de faixa etária variada, aproveitavam com pouca preocupação o Atlântico.
O vendedor ambulante Fausto Augusto, 45, percorre algumas vezes ao dia o trajeto de 4 quilômetros da Praia do Futuro. Ele observou um fluxo de clientes menor em relação aos outros domingos. O ambulante acredita que a situação da praia já se normalizou e e diz que a presença de petróleo cru já não é mais como antes.
Ademir Nunes, 45, que trabalha com segurança privada em uma barraca, também acha que o pior já passou. Para ele, o material já desapareceu. Seja por causa da limpeza feita há uma semana por órgãos públicos ou por ter se misturado à areia do local. "Eu já vi água viva, peixe morto. Não estava entendendo. Primeiro apareceram os bichos, depois o óleo", comenta.
A expectativa de organizações não governamentais, como o Instituto Verdeluz e Aquasis, é que, até o fim desta semana, a origem e as circunstâncias do derramamento do material tóxico sejam esclarecidos. A Petrobras descartou ser de suas operações. Um rastreamento do carbono das amostras está sendo feito para identificar a origem do composto.
Segundo o professor Flávio Lima, coordenador-geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca, que atua no monitoramento de praias, resgate, reabilitação e soltura de animais marinhos, a contaminação no Rio Grande do Norte estabilizou. Ele afirma que não surgiram novas manchas de óleo recentemente.
"A nossa preocupação é com os efeitos secundários no que diz respeito a contaminação das áreas de alimentação das tartarugas, peixes-bois, golfinhos e aves marinhas", diz. Quanto aos humanos, ele destaca que a contaminação pode ser pequena e imperceptível, mas situações mais graves podem ocorrer. Por isso, a dica do especialista é atentar para as condições da areia e da água do mar.
ENCALHE DE ANIMAL MARINHO
O QUE FAZER
1. Informe via telefone o máximo de informações possíveis sobre o animal (espécie, vivo ou morto, local do encalhe, fotos e vídeos via WhatsApp).
2. Não entre em contato direto com o óleo. É alto o risco de contaminação. Nem tente limpar o animal com sabão ou qualquer produto corrosivo.
3. Não devolva o animal para água. Ele precisa de cuidado veterinário especializado. Retornando ao mar, ele irá encalhar em outro local.
4.Isole a área onde o animal se encontra. Mantenha os curiosos afastados, crianças e animais domésticos. Caso ele esteja vivo, evite barulho excessivo ou ações que estressantes.
4.Proteja o animal do sol.
PRA ONDE LIGAR
Aquasis -CE :
(85) 3113 2137
(85) 9 98000109
Instituo Verdeluz
(85) 9 8665 8930
Comissão Ilha Ativa - CE
(86) 994071824
(86) 981342001
Corpo de Bombeiros: 193
Batalhão de Policiamento Ambiental: 3101 3545
Semace: 0800 275 2233