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Taxa de ocupação das UTIs públicas de coronavírus está acima da média do Ceará
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Taxa de ocupação das UTIs públicas de coronavírus está acima da média do Ceará

Índice de 76% pode ser resultado do quadro de gravidade no qual os pacientes se encontravam ao procurar a rede pública
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Aumento de casos da doença fez com que ocupação de leitos disparasse, resultando na necessidade de contratação de novos profissionais (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Aumento de casos da doença fez com que ocupação de leitos disparasse, resultando na necessidade de contratação de novos profissionais

Apesar da taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e enfermaria no Ceará estar em declínio, principalmente em comparação com abril, quando chegou a 100%, a ocupação na rede pública está em 76%, ao passo que a rede privada possui apenas 53% dos leitos com doentes. Ao todo, reunindo leitos de instituições públicas, privadas, sem fins lucrativos e outras, o estado tem índice de ocupação total de 69,3% dos leitos de UTI. As informações foram obtidas na noite de ontem, 4, no IntegraSus, plataforma da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa).

"Estar abaixo de 70% é um fato muito positivo. Sobre essa diferença entre a ocupação dos leitos de UTI da rede pública e privada, acredito que isso se dê porque os pacientes na rede privada recebem atendimento mais cedo e têm mais oportunidades de tratamento. Além disso, conseguem medicações mais facilmente e, mesmo os que são internados, chegam com quadros menos graves. Há de se ressaltar que esses fatores são hipotéticos", explica Anastácio Queiroz, médico infectologista no Hospital São José e professor da Universidade Federal do Ceará (UFC).

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"Existe uma relação do acesso ao sistema com o nível socioeconômico e cultural, não há dúvida. Uma pessoa com nível socioeconômico melhor acessa mais as informações sobre a Covid-19 e chega ao hospital mais cedo. Para as pessoas com condições mais desfavoráveis, tudo é mais difícil: elas se informam menos sobre a doença, muitas vezes não têm uma pessoa para acompanhar ao hospital ou um meio de transporte para facilitar. Estes aspectos contribuem para que a população mais carente receba o atendimento mais tarde", ressalta.

Em Fortaleza, as taxas de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria estão em 68,91% e 46,05%, respectivamente. O Hospital Leonardo da Vinci possui a maior quantidade de leitos ativos (150), sendo que 77,33% da UTI e 75,76% da enfermaria estão ocupados.

Na rede privada, os que possuem o maior número de vagas exclusivas para a Covid são o Hospital da Unimed, com 37 leitos para UTI e igual número para enfermaria (ocupação de 43,24% e 54,41%) e Hospital São Raimundo, com 15 leitos para UTI e 39 para enfermaria (ocupação de 60% e 23,08%).

Estavam, na noite de ontem, com 100% de ocupação na UTI os hospitais Antônio Prudente; São Vicente e Uniclinic.

Já na enfermaria, estavam com lotação completa o Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara; Hospital Infantil Albert Sabin e Hospital Monte Klinikum.

Em relação aos números da epidemia no Ceará, já são 179.976 os casos registrados, sendo 7.8921 mortes - 10 ocorridas de segunda para terça-feira. Em Fortaleza, são 45.512 e 3.834 óbitos, sendo duas registradas no período de 24 horas.

Desde o início da pandemia, 2.801.921 brasileiros contraíram o vírus. O total de mortes chega a 95.819, com 1.154 ocorridas em 24 horas.

 

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