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Laje de prédio desaba e moradores são retirados
CIDADES

Laje de prédio desaba e moradores são retirados

Imóvel construído há 40 anos no bairro Dionísio Torres não tem certificado de inspeção predial. Não há vítimas. Em 2017, Defesa Civil recomendou obras que teriam sido realizadas
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PRÉDIO não corre risco 
de desabamento, segundo Defesa Civil (Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo)
Foto: Deisa Garcêz/Especial para O Povo PRÉDIO não corre risco de desabamento, segundo Defesa Civil

A laje de um prédio de 41 anos desabou ontem, 9, na avenida Barão de Studart, no bairro Dionísio Torres. Conforme a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), o imóvel não possui "nenhum registro de licenciamento (alvarás de reforma, certificado de inspeção predial, ou qualquer outra licença)". Em agosto, um orçamento foi feito, mas a inspeção do Edifício Solar do Atlântico não foi executada. O imóvel recebeu duas fiscalizações em 2019. Uma com relação à calçada e outra referente a uma infiltração.

Em maio de 2019, a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) notificou o condomínio após denúncia de falta de conservação da calçada. No mesmo mês, os fiscais estiveram no local para atender denúncia de infiltração em determinado apartamento provocada pelo morador vizinho. Não foi possível verificar a situação relatada, porque não havia ninguém no local.

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O edifício não corre risco de desabar, de acordo com a Defesa Civil do Município, que já havia sido acionada em 2017 e recomendou pequenos reparos de infiltrações no edifício, que foram executados. Não há vítimas e todas as famílias do edifício principal e os dois prédios vizinhos precisaram sair por questão de segurança. Estes dois foram liberados, enquanto os moradores do prédio principal não poderão voltar até a laje ser retirada e um engenheiro civil calculista fizer laudo liberando o imóvel.

De acordo com Hilmar Alves, diretor da CSI Inspeção Predial, um morador do prédio entrou em contato com a empresa relatando preocupação com infiltrações e rachaduras. Hilmar conta que pela pandemia e por falta de acordo entre os moradores, o laudo não foi elaborado.

"O que ocorre é que geralmente os condomínios demoram muito para decidir a fazer a inspeção. Uma inspeção predial evitaria esse tipo de incidente. Essa edificação já tem mais de 40 anos. Hoje, em Fortaleza, as pessoas relutam em fazer a manutenção preventiva e corretiva e acabam negligenciando. O mesmo que aconteceu no Andrea (edifício que desabou em 2019), ao longo dos anos não foram fazendo as medidas e acumulou no acúmulo de serviço", explicou.

No prédio, há seis apartamentos, todos ocupados. O representante dos moradores, o empresário Marcos Amorim, 43, contou que escutou um barulho muito alto e, pela varanda, percebeu que o mezanino tinha desabado. Ele pegou a família e correu para o lado de fora do prédio e observou as condições estruturais do edifício. "Eu vim observar se tinha alguma fissura, alguma coisa na parte estrutural. Não tinha. Daí me tranquilizei um pouco mais", afirmou. O morador relatou que voltou para avisar aos outros condôminos e todos evacuaram o prédio. Além disso, ele conta que também foi motivado por seus cachorros, que tinham ficado no apartamento. "Não tive medo não, nessas horas a gente não pensa", disse ele. (Ana Rute Ramires, Gabriela Custódio, Angélica Feitosa e Júlia Duarte/Especial para O POVO)

 

Ações

Nas ações de fiscalização, a Agefis verifica visualmente se o proprietário está negligenciando as condições de higiene e segurança dos elementos internos (pisos, tetos, revestimentos, telhados, instalações elétricas e hidrossanitárias).

 

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