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Comunidade enfrenta dificuldade para ter internet por causa de ameaças de facção
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Comunidade enfrenta dificuldade para ter internet por causa de ameaças de facção

|Cidade Jardim II| Situação se mantém desde, pelo menos, 2019. Serviços como gás e TV a cabo também são afetados. SSPDS destaca atuação de grupo de trabalho no residencial
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CIDADE JARDIM II tem atuação de facção criminosa que dificulta serviços na comunidade
 (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE CIDADE JARDIM II tem atuação de facção criminosa que dificulta serviços na comunidade

Os moradores do residencial Cidade Jardim II, no bairro Prefeito José Walter, seguem tendo dificuldade para contratar serviços de internet por causa das ameaças de faccionados contra os prestadores. O POVO acompanha a situação desde 2019, quando um homem foi preso suspeito de ordenar as ameaças. Outros serviços também já foram alvo dos criminosos, como distribuição de gás e TV a cabo, como O POVO mostrou em setembro de 2020. No local, há a atuação da facção criminosa Comando Vermelho.

Conforme um morador do conjunto, que pediu para ter a identidade preservada, quando ele chegou ao residencial, há quase dois anos, diversas empresas ainda prestavam serviço. As ameaças fizeram com que, aos poucos, os serviços fossem deixando de ser prestado no Cidade Jardim II. A empresa que a fonte contratava parou de fornecer assistência técnica após alegar não haver segurança para entrar no local. Outras, ele narra, pararam de oferecer o serviço por ter seus equipamentos furtados dos postes.

Hoje, ele usa um modem com chip de celular, mas reclama que o serviço não é suficiente. “Têm pessoas de bem que precisam da internet para movimentar seus negócios, tem aluno, crianças que estudam, precisam ser entretidas, pessoas que precisam de internet para poder estudar“, desabafa. “Eu, em particular, tô pensando até em sair de lá, exatamente porque eu preciso estudar e não consigo”. A distribuição de gás também sofreria ameaças semelhantes: apenas uma empresa entrega no local. “Não entendo porque tem cabine policial no Cidade Jardim se eles sabem o que acontece e não tomam providências”. Atualmente, conta a fonte, empresas do próprio residencial têm conseguido fazer instalação, mas ele desconfia delas por não ter achado registro na Anatel e CNPJ.

Um outro morador do Cidade Jardim II ouvido por O POVO, também de identidade preservada, afirma que seus vizinhos deixaram de ter internet após a empresa que eles contrataram ter os equipamentos arrancados. “A gente não pode usar uma internet porque a facção não deixa. Quando eles vêm ligar, tudo bem, eles ligam, mas depois quando vai fazer a manutenção já não pode mais entrar. Nessa história já vieram várias e todas desistem”.

Em fevereiro último, equipamentos de uma empresa de internet foram furtados na comunidade. “Como já é do conhecimento de todos, por conta da periculosidade do local, ficamos impossibilitados de atender a demanda, com isso, não temos um prazo para realizar a manutenção do serviço ou se conseguiremos fazer a manutenção em algum momento, visto as condições que já é do conhecimento da população”, disse, em nota, a empresa aos consumidores.

Um inquérito da Polícia Civil investiga o caso, mas ainda não foi concluído. Em fevereiro, a Justiça concedeu mais 90 dias para que a investigação fosse concluída. Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que o residencial conta com um grupo de trabalho permanente para “inibir ameaças contra moradores e impedir práticas criminosas que monopolizem a prestação de serviços como gás e internet”. No grupo, estão a Coordenadoria de Inteligência (Coin/SSPDS), a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), a Polícia Militar do Ceará (PMCE) e o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

Além disso, a SSPDS destacou que o Cidade Jardim II conta com base do Programa de Proteção Territorial e Gestão de Riscos (Proteger), que atua juntamente com o policiamento convencional, assim como a Polícia Civil realiza trabalhos investigativos no local.

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