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La Niña deve favorecer ocorrência de chuvas no Ceará na pré-estação
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La Niña deve favorecer ocorrência de chuvas no Ceará na pré-estação

| PROJEÇÃO|Fenômeno que causa resfriamento das águas do Pacífico costuma aumentar níveis de precipitações no Nordeste e em parte da Amazônia. Porém, o sistema para dezembro, janeiro e fevereiro são de baixa previsibilidade
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Chuvas de pré-estação podem banhar o Estado até fevereiro (Foto: Aurélio Alves/ O POVO)
Foto: Aurélio Alves/ O POVO Chuvas de pré-estação podem banhar o Estado até fevereiro

Apesar de não fazer prognósticos para o período que antecede a quadra chuvosa no Estado, a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) aponta que o fenômeno climático La Niña deve criar condições favoráveis para a ocorrência de chuvas do Ceará até o fim deste ano. A informação foi divulgada pela Gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, no último dia 7, durante o Comitê da Sub-bacia Hidrográfica do Rio Banabuiú.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) também projeta um cenário otimista, indicando que até fevereiro o Ceará tem 80% de chances de registrar chuvas acima da média histórica para o trimestre (dezembro/janeiro/fevereiro).

As previsões, ainda que preliminares, têm como base a expectativa pela consolidação do La Niña, que tradicionalmente exerce influência direta sobre os níveis de precipitações no Ceará. O fenômeno é caracterizado pela intensificação de ventos alísios [massas de ar quente e úmido] , entre o centro e o leste do Oceano Pacífico, causando o resfriamento das águas e, consequentemente, influenciando nos níveis de pluviometria mundo afora.

Tradicionalmente, quanto maior a intensidade da La Niña, mais abundantes são as chuvas em toda a região Nordeste e em parte da Amazônia. Nas demais áreas do País, os efeitos não costumam ser previsíveis, mas geralmente também predomina o aumento das precipitações.

Segundo o meteorologista Raul Fritz, da Funceme, o fenômeno é caracterizado por "facilitar a ascensão de ar úmido da superfície para o alto, nas proximidades do norte do Nordeste, gerando a formação de nuvens que podem originar chuvas constantes". O especialista ressalta, no entanto, que embora haja expectativas otimistas, ainda é cedo para cravar prognósticos definitivos.

"A Funceme não realiza esse tipo de previsão para o período que antecede a quadra chuvosa, basicamente, porque os sistemas que trazem chuva na pré-estação, notadamente no mês de janeiro, são de baixa previsibilidade se comparado aos modelos que fazem a previsão para três meses à frente", explica.

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Mesmo sem um quadro preciso, o especialista acrescenta que, nos próximos três meses, o Ceará pode sofrer influência da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), mesmo sistema que tem levado chuvas torrenciais à Bahia. "Esse fenômeno meteorológico pode trazer algumas chuvas para o Ceará, principalmente no Sul do Estado. Geralmente, as ZCASs e a La Niña são os dois sistemas que têm maior importância para o Ceará na sua Quadra Chuvosa", analisa Fritz. (Colaborou Gabriel Borges)

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