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Com trilhas fechadas, Parque do Cocó tem movimento tranquilo de visitantes neste domingo, 21
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Com trilhas fechadas, Parque do Cocó tem movimento tranquilo de visitantes neste domingo, 21

Incêndio motivou a interrupção de algumas atividades do Parque do Cocó, como trilhas e tirolesa. Isso não impediu uma manhã dominical de lazer nos espaços permitidos
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Parte do acesso ao Parque do Cocó foi fechado neste domingo, 21
 (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Parte do acesso ao Parque do Cocó foi fechado neste domingo, 21

O Parque do Cocó, em Fortaleza, registrou movimento tranquilo de visitantes na manhã deste domingo, 21. A região do parque próxima ao Anfiteatro está aberta para o público neste fim de semana, mas, as trilhas, a tirolesa e outras atividades foram temporariamente desativadas.

O cerceamento é motivado pelas operações de combate ao incêndio que atinge a unidade de conservação (UC) desde a quarta-feira, 17. Na tarde deste domingo, o governador Elmano de Freitas informou que o incêndio foi controlado. Ainda assim, equipes continuarão no local durante a noite e a madrugada para evitar surgimento de novos focos.

Nos espaços liberados do parque, os cidadãos aproveitaram o Sol caloroso para montar pique-niques, entreter as crianças, passear com cachorros, fazer exercícios físicos e passar o tempo.

Pessoas procuraram uma das entradas da trilha, na altura da avenida Padre Antônio Tomás, e esbarraram em portões fechados.

Márcia Arruda, de 40 anos, foi uma dessas pessoas. Natural de João Pessoa e moradora da Capital há 11 anos, a médica anestesista tem o costume de “respirar um pouco do ar puro e dar uma caminhadinha” pelo parque.

Antes de se dirigir ao local neste domingo, Márcia não buscou se informar se conseguiria atingir seu propósito “central”: levar a filha para conhecer as trilhas do Cocó. Apesar disso, ela relata que imaginou a possibilidade da atividade ter sido bloqueado em decorrência do incêndio.

Isso não impediu mãe e filha de aproveitarem o resto do espaço disponível. “O Cocó é muito agradável. É bom sair do ambiente residencial e entrar em contato com a natureza, é saudável para o crescimento”, sublinha Márcia.

A médica acrescenta que o parque “tem que ser preservado e mantido. Faz bem às pessoas que moram em Fortaleza e às que vêm visitar também”.

Claudomir de Sousa, 43, concorda com a visão de Márcia. Para ele, a preservação do Parque do Cocó é pertinente para manter vivo o conhecimento sobre a natureza local. “É de grande importância não só para o Ceará, como também para o País todo”, frisa o auxiliar de limpeza.

Natural de Trairi, a 124,6 quilômetros (km) de Fortaleza, Claudomir mora na Capital há 20 anos. Hoje, ele levou o filho para aproveitar a tirolesa, mas se decepcionou por estar desativada. Apesar disso, o trairiense destaca que “é sempre muito bom estar” no Cocó, por isso, o incêndio é “lamentável”.

Guilherme Anselmo, que estava em um encontro no Cocó, destaca que a morte de animais silvestres, uma das consequências do fogo no parque, “é uma coisa horrível”. Os animais terrestres são as principais vítimas do incêndio, sobretudo os rastejantes, como cobras, tartarugas e roedores.

“Fortaleza tenta manter o Cocó, o resto que sobra. É complicado quando esse tipo de acontecimento [incêndio] destrói uma parte significativa”, pontua o fortalezense. Guilherme compara o parque a um “grande purificador, um grande coração no meio da Cidade”.

“Além disso, é uma reserva para a vida. É um ‘basta’ numa cidade tão industrial e urbanizada. É um marco para quem quer uma leveza para si. É uma grande casa, morada, para os animais, incluindo os humanos”, completa.

Mara Pinto, educadora ambiental do Cocó, também enfatiza a relevância do parque. Para ela, os cidadãos que visitam o Cocó ainda precisam entender o que significa estar em uma unidade de conservação.

“As prioridades são fauna e flora. O Cocó não é só o lazer proporcionado às pessoas”, pontua ela. A profissional salienta que o parque percorre 18 bairros da capital cearense, guarda espécies fundamentais para o ecossistema do Estado e ajuda a diminuir a temperatura das regiões próximas.

Mara reforça o desejo dela: “Queria muito que as pessoas viessem para cá com a intenção de conhecer o parque, quais animais moram aqui, o que pode ser feito para reduzir a produção do lixo”.

“Coisas voltadas para o dia a dia, que impactam a vida. Queria muito que não fosse um espaço em que as pessoas vêm, aproveitam e saem. É além disso. Nas trilhas, eu falo que tem cobras e tem gente que não entra por isso. Mas, gente, vocês estão no espaço delas, precisam saber onde estão”, conclui.

Órgão de administradores planeja plantio de 56 mudas no Cocó

Em alusão ao aniversário de 56 anos da fundação do Conselho Regional de Administração no Ceará (CRA-CE) — na última quarta, 17 —, representantes do órgão plantaram uma muda nesta manhã, na região próxima à quadra de futebol e ao Anfiteatro do Parque do Cocó.

O objetivo inicial da ação, segundo o presidente Francisco Rogério Cristino, era plantar 56 mudas de árvores no parque. No entanto, a administração da UC permitiu a semeadura de apenas uma planta, porque há orientações quanto a quais espécies de flora podem ser instaladas no ecossistema.

Segundo Mara Pinto, educadora ambiental do Cocó, a área que estava aberta ao público e pronta para receber novas plantas não tinha espaço para tal. Apesar disso, ela afirma que os dois órgãos devem manter contato para aproveitar as outras 55 mudas em zonas atingidas pelo incêndio.

Presidente do Conselho Federal de Administração (CFA), que representa o CRA a nível nacional, Leonardo Macêdo conta que a ideia de plantar mudas para celebrar veio do núcleo cearense, quando o CRA completou 50 anos.

Ele elogia a iniciativa e reforça que a visão dos Conselhos está aliada aos princípios de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG).

“Temos que levar essa ideia de preservação, de uma economia sustentável que possa gerar empregos sem desmatar. A ideia de manter nossas florestas em pé”, finaliza.

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