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Censo da população em situação de rua em Fortaleza tem previsão de ser apresentado em junho
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Censo da população em situação de rua em Fortaleza tem previsão de ser apresentado em junho

Informação foi confirmada pelo prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), durante entrega requalificação do largo do viaduto da avenida Dom Luís, nesta sexta, 25
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Durante o evento, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o diretor superintendente da organização, Tales de Sá Cavalcante, assinaram o termo de adoção do espaço pela instituição educacional
 (Foto: Gabriele Félix)
Foto: Gabriele Félix Durante o evento, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o diretor superintendente da organização, Tales de Sá Cavalcante, assinaram o termo de adoção do espaço pela instituição educacional

O 3º Censo da População em Situação de Rua de Fortaleza tem previsão para ser apresentado ainda no primeiro semestre deste ano, segundo o prefeito Evandro Leitão (PT). A informação foi confirmada durante a solenidade de entrega da obra de requalificação do largo do viaduto da avenida Dom Luís, no bairro Varjota, na Capital, na manhã dessa sexta-feira, 25.

O levantamento faz parte do Programa Integrado para Superação da Situação de Rua, anunciado pela Prefeitura de Fortaleza na quarta-feira passada, 23. Ainda em fase de construção, o projeto prevê ações de curto, médio e longo prazo, com o objetivo de descentralizar serviços e criar espaços voltados ao desenvolvimento cultural e profissional dessas pessoas.

Sem anunciar datas, Evandro Leitão destacou que estão em curso algumas intervenções que devem ser realizadas em quatro bairros que, segundo o gestor, concentram o maior número de pessoas em situação de rua na Capital, são eles: Parangaba, Benfica, Centro e Aldeota.

Ao O POVO, o prefeito ressaltou que as intervenções contam com um trabalho de sensibilização prévia com a população. De acordo com o gestor, a Prefeitura está apresentando uma série de possibilidades de acolhimento para pessoas que vivem em situação de rua na Cidade.

“Eu sempre tenho dito que não quero a utilização de força policial. Nós temos que fazer esse trabalho de diálogo, de conversa, mostrando que nós temos condições de proporcionar a essas pessoas uma qualidade de vida melhor; ou nas suas próprias casas; ou no Aluguel Social, se elas assim entenderem que seja melhor; ou em uma unidade de abrigo, que nós também estamos propondo; ou em uma clínica terapêutica”, detalha.

A vice-prefeita e titular da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social de Fortaleza (SDHDS), Gabriella Aguiar, destaca que o censo deve revelar não só o número de pessoas em situação de rua na Capital, mas detalhar as características dessa população. As informações devem ajudar a ampliar o desenvolvimento de ações da Prefeitura.

“Junto com as universidades, utilizando a inteligência delas, nós pretendemos fazer um novo censo. Entendendo não só quantas pessoas estão em situação de rua, mas o porquê elas estão em situação de rua; de onde elas vêm; se elas têm desejo de ter novos vínculos com suas famílias, aqueles que foram rompidos; se elas têm desejo de iniciar um tratamento; se elas têm desejo de empreender”, explica.

Ainda sobre as intervenções, o titular da Coordenadoria Especial de Políticas sobre Drogas, Técio Nunes, revelou que a pasta está priorizando desenhar ações para compor a rede integrada de políticas públicas que garanta moradia, direitos e tratamento à população em situação de rua.

“Nós vamos apostar em uma política revolucionária aqui para Fortaleza, que é pensar a política de política de drogas a partir da política de prevenção à violência. Isso é um marco que a gente está gerando.”

Com viagem marcada à Brasília para o início do mês de maio, com o objetivo de se reunir com equipes do Ministério da Justiça e da Secretaria Nacional de Polícia de Drogas, do Senado, Técio Nunes explica que Fortaleza deve ter um papel fundamental no debate sobre esse tema.

“Nós queremos fazer o debate de política de drogas, tirar desse estigma social preconceituoso e trazer o debate sobre prevenção à violência. E a capital, Fortaleza, tem um papel fundamental nisso. O problema que a gente tá sofrendo de insegurança, tem um fator econômico ligado a essa situação das facções, das drogas, enfim, do tráfico e nós queremos fazer uma aposta em uma política de prevenção”, defende.

Intervenção no viaduto da avenida Dom Luís contou com sensibilização prévia, afirma Evandro Leitão

A entrega da obra de requalificação do largo do viaduto da avenida Dom Luís contou com uma parceria público-privada entre a Prefeitura de Fortaleza e a Organização Educacional Farias Brito.

Em março de 2025, de acordo com a Prefeitura, o local recebeu intervenção integrada com a acolhida para as pessoas em situação de rua que já ocupavam o espaço de forma insegura e irregular há cinco anos.

A ação durou mais de um mês e incluiu entrevistas com educadores sociais, emissão de documentos e atendimentos sociais, de saúde; além de encaminhamentos para benefícios como Bolsa Família, Benefício de Prestação Continuada (BPC), Aluguel Social e abrigamento.

Durante o evento, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão, e o diretor superintendente da organização, Tales de Sá Cavalcante, assinaram o termo de adoção do espaço pela instituição educacional.

O diretor da instituição de ensino afirmou que a parceria surgiu durante conversas com o gestor municipal.

“A gente viu que Prefeitura tinha aquelas missões, mas a Prefeitura não pode fazer tanta coisa, então a gente achou que devia dar uma ajuda à Prefeitura. A gente acha que serve de exemplo para outras empresas ajudarem”, explica.

Sobre as responsabilidades adotadas pela organização educacional, o diretor avalia: “nós vamos cuidar de toda essa área de jardinagem, de pintura e nos preocupar que, para aquelas pessoas que não têm onde morar, a Prefeitura tem um trabalho social muito bonito. Eu acompanhei. Então, aquelas pessoas vão ser deslocadas para uma moradia mais digna, porque não é justo que elas fiquem ao relento aqui. Fortaleza não é da Prefeitura, Fortaleza é nossa”.

Questionado sobre a motivação da parceria público-privada para a requalificação do viaduto, o secretário da Regional 2, George Lima (Solidariedade), ressaltou a importância da cooperação para a continuidade das ações da Prefeitura.

“O público tem muitas coisas para tomar de conta, então, não adianta fazer uma iniciativa dessas e daqui a um mês tá tendo que fazer de novo. O problema volta. Quando a iniciativa privada, que tem o dia a dia mais com rotinas, fica mais fácil ele que tá próximo, no caso aqui do Farias Brito, que está do lado do viaduto, a tendência é que vá dar certo”, explica.

E acrescenta: “Então, qualquer delito que venha a acontecer nesse novo viaduto, que ele já está todo requalificado; qualquer espaço que venha a ser ocupado, imediatamente a iniciativa privada vai tomar uma ação e vai procurar também a iniciativa pública e, juntos, vão resolver o problema. Fica muito mais fácil. Eu sou muito à favor disso”.

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