Sete mil novas famílias de Fortaleza passam a ser beneficiadas com o programa “Ceará sem Fome”. A cerimônia de entrega dos novos cartões foi realizada na manhã deste sábado, 3, no Ginásio Poliesportivo da Parangaba.
Para o governador do Estado, Elmano de Freitas (PT), o “Ceará sem Fome” é o primeiro passo para garantir dignidade às famílias pobres do Ceará.
“Considero o programa (Ceará sem Fome) um passo inicial para superar dificuldades, garantindo dignidade e cidadania. Temos o compromisso fundamental de superar a fome do povo”, disse ele.
A primeira-dama do Estado, Lia de Freitas, ressaltou que as famílias que não puderam comparecer ao ginásio Poliesportivo para pegar o cartão na manhã deste sábado, terão novas oportunidades para garantir o benefício.
Ela também informou que os contemplados que estão recebendo o benefício hoje terão uma carga inicial de R$900, referentes aos benefícios de março, abril e maio. Posteriormente, os beneficiários receberão R$300 por mês.
Frisou que o programa não garante apenas “um prato de comida”, mas também a possibilidade de o beneficiário receber qualificação profissional e poder abrir seu próprio negócio.
“É isso que o governo quer. Se aproximar dessas famílias que estão em extrema vulnerabilidade. Isso traz dignidade, perspectiva de vida, realização de sonhos nas famílias”, disse ela.
Lia também lembrou o “Ceará Cred”, que garante empréstimos de até R$4 mil para famílias carentes. A previsão é que em 2025, o “Ceará sem Fome” aumente de 130 mil para 150 mil o número de pessoas atendidas. Também serão criadas 200 novas cozinhas.
Além disso, estão previstas 55 mil qualificações profissionais, e a abertura de mil novos empreendimentos pelos beneficiários do programa.
Entre os beneficiados, a expectativa é de dias melhores. A dona de casa Márcia Alves, 38 anos, mãe de Isaías Mateus Alves, 21 anos, Isaac Alves, 12 anos e Pablo Alves de 10 anos, disse que o programa "ajuda bastante na alimentação da casa, nas despesas.
"Vem numa boa hora, porque por ser mãe solo as despesas são muito grandes e criar filhos sozinha não é fácil."
A tecnologia também é uma aliada para Isaías Mateus Alves, filho de Márcia, destacando que o aplicativo do programa tem sido útil ao mostrar quais locais aceitam o cartão.
“Se a gente vai em algum supermercado diferente já pergunta logo, porque tem supermercado que recebe e tem supermercado que não recebe”, contou.
A movimentação no entorno do ginásio também impulsionou a renda de comerciantes informais como Adriana Carioca que é ambulante há 8 anos. “Foi ótimo! Vendi tudo: café, bolo, água, refrigerante. Cheguei aqui às 7h e às 9hjá tinha acabado minhas coisas. Aqui é uma localização muito boa, perto de dois terminais, o fluxo é ótimo”.
Rogério Carvalho, amigo de Adriana e organizador do tradicional festival de quadrilhas juninas do bairro, também marcou presença e falou sobre a importância de eventos como esse para a economia local. “O dia de hoje foi muito bom para toda a população, porque tá abrangendo e ajudando milhares de famílias com esse benefício".
Apesar da grande expectativa e da presença de autoridades, o evento contou com momentos de tensão. Logo no início muitas pessoas estavam perdidas sem saber qual era a fila que devia pegar, algumas reclamavam da lotação, foi possível ouvir algumas pessoas falando que estavam passando mal e precisaram sair.
No ginásio, mais próximo ao palco, onde uma bande se apresentava e onde autoridades do governo falaram, foi possível ver ventiladores espalhados para tentar amenizar o calor.
Depois que Elmano terminou a coletiva de imprensa e se retirou, por volta das 10h20, uma confusão entre os atendidos pelo programa causou correria entre o público, com muitas pessoas buscando abrigo nas arquibancadas.
Pouco tempo depois, a organização anunciou que a chamada para recebimento dos cartões seria feita pelo CRAS, o que foi comemorado pela multidão.
O programa “Ceará sem Fome” garante uma renda de R$300 por mês, para a compra de alimentos. Além de tirar essas pessoas do mapa da fome, o programa também movimenta a economia de pequenos municípios com a compra dos alimentos em estabelecimentos locais.
1) Cadastro Único atualizado nos últimos 24 meses;
2) Família beneficiária do Bolsa Família, com renda per capita de até R$ 218,00, incluídos nesse cálculo os valores recebidos do Bolsa Família;
3) Preferencialmente, famílias chefiadas por mulheres;
4) Prioritariamente, famílias com responsável familiar com baixa escolaridade;
5) Ter em sua composição pelo menos uma criança ou adolescente de até 14 anos;
6) Não estar com o benefício do Bolsa Família bloqueado ou suspenso.
Com informações de Estela Félix/ESPECIAL PARA O POVO