Nascido em 24 de maio de 1810, o tamborilense Antônio de Sampaio, mais conhecido como General Sampaio, foi um importante combatente das forças do Exército Brasileiro (EB). Por seu destaque em batalha, ele foi homenageado com uma estátua em um pedestal, na praça do 23º Batalhão de Caçadores do Exército (BC), em Fortaleza.
A estátua de cobre que, à época, era considerada muito valiosa, foi implantada entre os anos de 1987 e 1988. Pelo alto valor do material, a estátua foi furtada há cerca de 15 anos. Até os dias atuais, nenhum monumento foi recolocado no lugar.
Ele foi homenageado com uma rua em Fortaleza e um município em seu nome, que fica localizado na região Norte cearense. Na época, ele ficou conhecido como Tenente Brigadeiro Sampaio, posto que hoje em dia equivale ao General de Brigada.
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Ao O POVO, o advogado e ex-secretário de finanças da ex-prefeita Maria Luiza Fontenele, Dalton Rosado, conta que a ideia de homenagear General Sampaio se deu por sua bravura dentro do exército.
“Era um menino de origem humilde, era analfabeto quando entrou, mas com muito esforço se alfabetizou e fez uma carreira brilhante e intensa no exército. Ele era muito leal ao império português”, explica.
Sua vida era totalmente dedicada ao militarismo, tendo ingressado entre 18 e 19 anos, de acordo com Dalton. Morreu aos 56 anos, na Guerra do Paraguai, ao ser atingido por uma bomba e duas lanças.
O 23º BC informou ao O POVO que antes da praça ter o monumento de Sampaio, um projeto para homenagear Luiz Gonzaga foi pensado, porém, nunca concretizado.
Antes de ficar conhecido como “Rei do Baião”, Gonzaga serviu ao exército se tornando um cabo corneteiro Além de liderar pequenas equipes de soldados, ele também é responsável por tocar a corneta para transmitir comandos, como o toque de alvorada, a chamada para o almoço, a saudação à bandeira, o toque de silêncio, entre outros. , afirma Dalton.
“Ele já era um grande instrumentista, que tinha aprendido com o pai, Januário. Então, ele se consolidou musicalmente em Fortaleza e no 23° BC ele foi por muito tempo militar no batalhão até ir para o Rio de Janeiro”, conta.
A pracinha foi construída com objetivo de facilitar o acesso à avenida Treze de Maio, afirma Dalton.
“Havia uma dificuldade muito grande de tráfego de quem vinha da avenida Senador Pompeu para fazer a curva à [avenida] Treze de Maio. A secretária de transportes da época, justificou que era importante, se pudesse, fazer aquela pracinha para ter um acesso mais fácil à Treze de Maio”, relata.
“Foi cedido aquele espaço que era ocioso para o 23 BC, para que fosse feita a pracinha. Em troca foi feita uma homenagem ao General Sampaio, patrono da infantaria. A prefeitura colocou o busto dele, que se tornou valioso, e infelizmente levaram a estátua bonita do General Sampaio. [Lá] está sem imagem atualmente”, lamenta.
O historiador e presidente do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh), Evaldo Lima, explicou ao O POVO que Sampaio atuou em campanhas militares como “executor da política de pacificação”.
“Que, não raramente, significava a aniquilação de movimentos sociais marcados por profundas desigualdades. A paz que ajudou a impor foi, muitas vezes, a paz dos cemitérios. Mas é justamente aí que reside a complexidade histórica de sua figura: Sampaio era um oficial disciplinado, fiel à missão que lhe era conferida pelo Estado, e não um formulador das políticas que reprimia”.
Conquistando a patente de Brigadeiro, em 1860, Sampaio participou da Guerra do Uruguai (1864 - 65) e, logo em seguida, da Guerra do Paraguai (1864 - 1870).
“À frente da 3ª Divisão de Infantaria, que viria a ser conhecida como a Divisão Encouraçada, comandou com bravura as tropas brasileiras na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio de 1866 — considerada como a mais sangrenta batalha campal da América do Sul”, explica.
“Ali, foi gravemente ferido por três estilhaços de granada, mas ainda teve forças para orientar a tropa e pedir notícias de seus homens, antes de sucumbir aos ferimentos dias depois, em 6 de julho, a bordo do navio-hospital Eponina”, detalha.
Veja abaixo outras campanhas as quais General Sampaio teve participação:
Sampaio teve a morte lamentada pelo imperador Dom Pedro II, e seu nome foi inscrito entre os grandes da história nacional. A consagração memorial viria apenas 74 anos depois, com o presidente Getúlio Vargas o proclamando como Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro.
General Sampaio também teve seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O livro foi criado em 1992 e reúne um acervo de protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram sua vida ao país em algum momento da história.
A publicação se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, e a inscrição de uma nova personalidade no livro depende de lei aprovada no Congresso. Em 2009, foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 11.932, que instituiu o nome de Sampaio.