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Borboletas, cobras e aranhas encantam crianças em ação de educação ambiental em Fortaleza
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Borboletas, cobras e aranhas encantam crianças em ação de educação ambiental em Fortaleza

Evento Bicharada Urbana reuniu famílias para aprender sobre o cuidado com a natureza e insetos
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FEIRA de borboletas e insetos no Parque Rio Branco (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA FEIRA de borboletas e insetos no Parque Rio Branco

Deixando o medo e o nojo de lado, crianças e adultos aprenderam sobre insetos e animais peçonhentos durante evento de educação ambiental no Parque Rio Branco, no bairro Joaquim Távora, neste domingo, 15.

A ação contou com estandes que exibiam amostras preservadas de espécies de borboletas, lagartas, baratas, besouros, aranhas, cobras, entre outros, para o público conhecer a biodiversidade desses animais no Ceará.

O evento Bicharada Urbana fez parte da programação do Junho Verde, promovido pela Prefeitura de Fortaleza em alusão ao mês do meio ambiente. O objetivo é incentivar o cuidado com a natureza por meio de práticas ambientais responsáveis e sustentabilidade.

“Eu tenho um pouquinho de nojo, mas consegui aprender alguma coisa”, disse a autônoma Camila de Freitas, 39. Ela levou a filha Maya, 8, e o sobrinho, Caio, 5, para ter contato com os bichos. “Eles aprendem como se procriam e onde a gente encontra. Estou achando o máximo”, comentou.

Para Maya, o que mais chamou atenção foram os morcegos e as cobras. Com a fala dos educadores ambientais, a menina aprendeu que “tem algumas cobras que têm veneno e outras não”, como as corais.

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Já Caio afirmou ter gostado de tudo, principalmente das aranhas. O menino se empolgou com a espécie, mas reiterou: “só olhei”.

“Muito importante nós levarmos a natureza, a vida, para as crianças, sem ter aquela ilusão de que eles não entendem”, disse Geanne Belo, 54, que levou o neto Rian, de dois anos, para um domingo de “piquenique com a natureza” no Parque Rio Branco.

Por meio da exposição dos insetos, ela espera que Rian aprenda a importância do vínculo do ser humano com as outras espécies. “Agora mesmo a gente está vendo uma borboleta saindo do casulo. Está sendo uma novidade para ele”, comentou.

Trocar o medo pela curiosidade

Um dos responsáveis por apresentar o ciclo de vida das borboletas para os visitantes foi João Manuel Araújo, 19. O estudante de Agronomia da Universidade Federal do Ceará participa do projeto Cores da Natureza, o borboletário da UFC.

“A gente teve uma aceitação muito boa, as pessoas conseguiram identificar alguns insetos. Muita gente chega com medo das lagartas, das borboletas, então a gente tenta conversar, falando que esse inseto não tem nada que possa machucar. A gente consegue trabalhar isso na pessoa para que ela não tenha mais medo”, explicou.

O medo sentido pelos seres humanos, conforme o estudante, pode prejudicar os animais, uma vez que leva algumas pessoas a matarem os bichos por desconhecimento do papel ecológico deles no meio ambiente.

“Manter esses animais é importante. Fortaleza é uma cidade muito grande, muito desenvolvida, e a gente já perdeu muito a nossa área verde. E logo que perde essa área verde, a gente perde esses animais, perde nossa biodiversidade”, afirmou o também participante do projeto Dominique Varela, 21.

O objetivo de levar conhecimento para a população é trocar o medo pela curiosidade. “A gente pegar uma criança e mostrar que o inseto não vai fazer mal, quando ela for adulta não vai ter esse medo e não vai matá-los”, completa.

Fim da exportação de animais vivos para abate move protesto em Fortaleza

Unindo-se às manifestações planejadas em território nacional pelo fim da exportação de animais vivos para o abate, um grupo de ativistas se reuniu na avenida Beira Mar no final da tarde deste domingo, 15, para ato de conscientização sobre o tema. Na ocasião, ressaltaram as condições precárias de bovinos durante o transporte marítimo.

“Hoje o nosso movimento nacional é contra a exportação de animais vivos em navios. E a gente pede à sociedade para ser a voz dos animais, que não sabem se proteger sozinhos e ainda servem a uma cadeia alimentar”, reflete Stefani Rodrigues, organizadora do protesto e fundadora da ONG Anjos da Proteção Animal (Apa).

Rodrigues explica que o protesto é focado na conscientização do público. Entre os objetivos, espera-se que as pessoas conheçam “o que estão colocando dentro do prato”, além de entenderem melhor sobre os projetos de lei relacionados à temática.

O PL 2627/2025, da deputada federal Duda Salabert (PDT), por exemplo, prevê a instituição de um programa para a redução progressiva da exportação de animais vivos ao abate, estabelecendo diretrizes para a transição do setor.

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“Nós, que somos ativistas, sabemos bem o nível de crueldade que existe na questão do transporte marítimo intercontinental, que parte de cidades portuárias do Brasil”, indica Silvana Ribeiro, presidente da Associação de Proteção Animal e Meio-Ambiente (Apama). “Uma boa parte desses animais, infelizmente, chega morto ou doente”.

Segundo informe do Ministério da Agricultura e Agropecuária, o setor de carne foi o principal destaque em novembro de 2024, atingindo um recorde histórico de exportações para o mês: US$ 2,45 bilhões. O principal produto, com US$ 1,23 bilhão, foi a carne bovina.

O ministério também apresenta uma série de orientações para o transporte de animais vivos, produzida pela Coordenação de Boas Práticas Agropecuárias. Em sua descrição, indicam que as medidas podem “evitar a dor e reduzir o estresse dos animais”.

Com informações da repórter Penélope Menezes

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