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Fortaleza celebra 203 anos de Independência com desfile na Beira-Mar
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Fortaleza celebra 203 anos de Independência com desfile na Beira-Mar

Apesar do sol escaldante, o público se espalhou pela avenida, para apreciar desfile de diferentes segmentos da sociedade em homenagem ao 7 de Setembro
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DESFILE de pelotões das Forças Armadas e escolas na avenida Beira Mar (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal DESFILE de pelotões das Forças Armadas e escolas na avenida Beira Mar

Fortaleza se vestiu de verde e amarelo para comemorar os 203 anos da Independência do Brasil, com o tradicional Desfile Cívico-Militar na Avenida Beira Mar, neste domingo, 7. O evento reuniu mais de 10,3 mil civis e militares, atraindo uma multidão que, mesmo sob o sol forte, acompanhou a celebração com entusiasmo até o fim.

O governador Elmano de Freitas (PT) e o comandante da 10ª Região Militar (10ª RM), general de Divisão Ivon Barreto Leão, acompanharam o evento de perto. O governador chegou ao Quartel-General da 10ª RM às 7h30, de onde seguiu em carro aberto para a Beira Mar após a revista da tropa.

Em coletiva de imprensa, o general Barreto Leão declarou: “Eu fico extremamente feliz que logo após assumir o comando da 10ª Região Militar (10ª RM) possa presenciar um evento de extremo impacto coletivo, onde as pessoas demonstraram amor à nossa nação, e demonstraram que as instituições aqui no Estado do Ceará são unidas, sólidas e trabalham de maneira integrada”.

Em declaração exclusiva ao O POVO, Elmano avaliou o desfile como um dia memorável de muita emoção e alegria. "Um dia de muito orgulho, que eu vi estampado no rosto dos cearenses que vieram ao desfile. Pela independência, pelo direito soberano dos brasileiros de decidirem o destino do seu País".

Governador destacou o orgulho de ver a juventude das escolas desfilando, integrantes das forças armadas, das forças de segurança. "A união cívico-militar em homenagem e agradecimento por podermos decidir o destino do nosso País".

Questionado sobre a importância da data diante de um julgamento nacional por uma tentativa de golpe de Estado, Elmano frisou a necessidade de haver respeito pelas instituições. "Eu sou da opinião de que temos que deixar as instituições trabalharem. Judiciário fazer um trabalho independente, Legislativo fazer as leis, quem governa poder governar... E essa atuação das instituições só quem pode julgá-la, alterá-la, mudá-la e exigir melhorias é o povo brasileiro. (...) Nenhum estrangeiro tem o direito de dizer como é que nós devemos agir ou como não devemos agir” finalizou o governador.

Público enfrenta sol para assistir Desfile Cívico-Militar 

Apesar do sol escaldante, o público se espalhou pela avenida, protegido com guarda-chuvas, bonés, chapéus, viseiras, luvas e óculos escuros. Alguns subiram em paradas de ônibus para garantir a visão, enquanto outros trouxeram banquinhos para assistir de perto e com conforto.

Maria Zenaide de Oliveira Carvalho não perdeu tempo e chegou bem cedo com seu banquinho para ficar na grade prestigiando o filho Rui Freitas de Carvalho, que é militar. Para ela, que sempre comparece ao evento, o momento inspira a juventude a ir pelo caminho correto.

“Como eu já vim outras vezes, já trouxe o banquinho para não ficar muito tempo em pé. É uma homenagem muito grande para o nosso Estado e a nossa Capital também. Vai estimular mais jovens a entrarem nessa parte da educação, a terem uma vida toda programada, uma vida mais segura”, diz empolgada.

Já Edmilson Araújo assistiu ao desfile pela primeira vez. Nascido no Maranhão, há 4 anos mora no bairro Bom Jardim. Na manhã deste domingo chegou por volta de 8h30 e conseguiu pegar um lugar na grade. “Eu vim sozinho.

A esposa amanheceu meio cansada e acabei aqui vindo só, porque eu não queria perder esse momento tão especial para nós. Estou meio espremidinho aqui. Estou aqui feliz de estar podendo ver o desfile” disse, vestindo jaqueta, chapéu e óculos escuros.

O desfile também virou um programa familiar. Monique Queiroz, uma jovem mãe, levou a filha de colo, Maria Sofie, de dois anos, ambas protegidas do sol com chapéu e viseira. “Prometi a ela que eu a traria, porque ela ama polícia, ama bombeiro. Ah, é maravilhoso! E eu indico muito (assistir ao desfile), principalmente para as crianças, elas se divertem bastante vendo, né? E eu amo”.

Até os animais tiveram vez na programação, além do desfile com os cães farejadores, a cadelinha Bela, uma yorkshire de lacinho verde chamou atenção entre o público. A tutora, Jaqueline Menezes da Silva, de 57 anos, chegou cedo para acompanhar o desfile, mas sabia que não ficaria até o fim. “A gente está aqui pela pátria, né? Eu acho muito bonito, sempre achei, desde criança. Não (vou ficar até o fim do desfile), porque ela não aguenta. Eu aguentaria, mas ela não”.

O calor também abriu espaço para os ambulantes. Além de vendedores de guarda-chuvas, item disputado pelo público em busca de sombra, alguns comerciantes aproveitaram para vender água e espetinhos, como Orlando Teles, de 60 anos.

Vendedor ambulante há 10 anos, antes trabalhava como vigilante, mas devido à insegurança decidiu mudar de rumo. “Hoje o movimento foi bom, outro dia não estava dando nada. Hoje eu espero vender uns 60 espetinhos. Em evento bom (que dura o dia todo) dá para vender entre 180 e 200 (espetinhos)”, relatou comemorando o dia de hoje.

Estrutura, desfile e participantes

O palanque principal foi montado em frente ao Náutico Atlético Cearense. O desfile começou às 8h30, com o acendimento do Fogo da Pátria. O evento contou com a participação de mais de 3,9 mil alunos de escolas públicas e particulares, além de grupos como escoteiros, associações e entidades religiosas. Às 10h, teve início a parte militar, com cerca de 6,4 mil integrantes da Marinha, Exército, Força Aérea, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Guarda Municipal e outras forças de segurança.

A chegada das tropas da Marinha, seguida das demais Forças Armadas, foi um dos momentos mais aplaudidos com a multidão gritando entusiasmada, assim como a passagem dos veículos motorizados com sirenes ligadas, que encantaram principalmente as crianças. O desfile foi encerrado por volta das 11h30.

O dia de festa também foi marcado por um incidente. Um militar da Marinha do Brasil foi atropelado por um motociclista que fazia o balizamento da via. Ele foi levado ao hospital, onde passou por exames e está sob cuidados médicos. De acordo com nota oficial, a Força acompanha a situação e presta apoio ao militar e à família

 

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