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Usuários de patinetes elétricos em Fortaleza podem ter reembolso de até R$ 30 mil em caso de acidentes
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Usuários de patinetes elétricos em Fortaleza podem ter reembolso de até R$ 30 mil em caso de acidentes

A Jet oferece seguro de até R$ 3 mil em despesas médicas e até R$ 30 mil por invalidez ou morte do condutor
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O seguro não cobre situações em que o usuário infringe regras de uso (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS O seguro não cobre situações em que o usuário infringe regras de uso

Os patinetes elétricos ganharam espaço em Fortaleza como uma alternativa para pequenos trajetos. Contudo, desde que o serviço de micromobilidade foi regulamentado, em maio de 2025, têm aumentado os relatos de acidentes durante o uso dos veículos. Segundo a Jet, empresa responsável pelo aluguel de patinetes na Capital, usuários que se acidentarem podem ter direito a indenizações que variam de R$ 3 mil a R$ 30 mil, dependendo da gravidade.

O porta-voz da Jet, Lincoln Silva, explica que todas as viagens contam com cobertura de seguro para acidentes. O benefício está incluído automaticamente no valor da corrida, com a opção de ampliar a proteção por meio de um plano pago: “O plano gratuito prevê reembolsos de despesas médico-hospitalares e odontológicas em até R$ 3 mil. Em caso de invalidez ou morte do condutor do patinete em até R$ 30 mil; além de responsabilidade civil”.

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Já a modalidade paga oferece reembolso de despesas médico-hospitalares de até R$ 10 mil para o condutor e R$ 5 mil para terceiros. “No plano pago, há cobertura por invalidez ou morte do condutor em até R$ 30 mil e de terceiros em até R$ 10 mil, além de cobertura para danos ao patrimônio público ou privado (até R$ 1,5 mil) e a veículos de terceiros (até R$ 15 mil)”, detalha o porta-voz.

A empresa reforça que o seguro não cobre situações em que o usuário infringe regras de uso. “Orientamos que ele guarde eventuais documentos que comprovam o acidente - incluindo eventual boletim de ocorrência - e acione a empresa”, informa Lincoln Silva.

Segundo a operadora, não há prazo máximo para contatar o seguro, mas é indicado que os usuários procurem o quão breve informar sobre o acidente. Os usuários podem fazer contato com a Jet por meio do atendimento virtual 24h no aplicativo e também por e-mail (brsupport@jetshr.com), WhatsApp (11-91541-6915) e Telegram (@jetbr_apoio_bopt). 

De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), não há registros oficiais de acidentes envolvendo patinetes elétricos. O POVO também procurou o Instituto Doutor José Frota (IJF) e operadoras de planos de saúde, como a Hapvida, que afirmaram não ter dados específicos sobre casos nesse recorte. Já a Unimed Fortaleza não respondeu ao questionamento.

O gerente de Operações e Fiscalização da AMC, André Luís Barcelos, explica que ainda há subnotificação dos acidentes: “Infelizmente, acidentes podem acontecer, e há uma subnotificação natural, já que muitas ocorrências envolvem pequenas quedas e não chegam a ser comunicadas [às autoridades].”

Uma das vítimas recentes é Cirlene Felipe, 57, moradora do bairro Cocó. Ela se acidentou em setembro ao usar um patinete na estação da Praça Martins Dourado. Após algumas voltas na praça, ela iria seguir com a família para a ciclovia. “Meu marido, que estava comigo, diz eu provavelmente devo ter me confundido [com a direção]. Quando fomos dobrar na ciclovia, eu me desequilibrei e caí.”

A queda resultou em múltiplos ferimentos. “Fiquei com vários hematomas pelo corpo, um bem grande na perna. Cortei o supercílio, cortei a boca, o nariz sangrou e, o mais grave, levei uma pancada forte na cabeça e perdi a memória”, relatou. “Meu esposo disse que eu não cheguei a desmaiar, mas fiquei completamente desorientada.”

Cirlene foi levada imediatamente a um hospital particular em Fortaleza. “Fiz uma tomografia. Mais tarde, o médico me liberou, mas eu continuava sem organização nas ideias”. Foi então que uma médica, parente da família, orientou que ela retornasse ao hospital.

De volta à unidade, Cirlene passou por novos exames de imagem. O diagnóstico apontou uma lesão cerebral na área da memória temporal. Até hoje, um mês após o acidente, Cirlene ainda não consegue se lembrar da maior parte do dia da queda.

O contador José Feitosa, 39, também sofreu um acidente envolvendo os dispositivos. Ele conta que, também em setembro, pegou o patinete em uma praça no bairro Cidade 2000 e seguiu em direção ao trabalho da esposa, no bairro Cocó. “São cerca de oito quarteirões de distância. Fui pela ciclovia mas, próximo ao trabalho da minha esposa, ela acaba”, disse.

O acidente aconteceu perto da rua César Fonseca, quando um carro estacionado saiu da vaga. “O carro bateu no patinete e eu acabei caindo na pista. Tive sorte que não vinha nenhum carro naquele momento, porque poderia ter acontecido algo bem mais grave.”

José relata que o aplicativo de aluguel do patinete oferece pouca segurança: “O único aviso que aparece é sobre o local onde você deve estacionar o patinete. Mas sobre segurança, não tem nenhuma orientação. Não informam nada sobre uso de capacete ou regras de circulação.”

Ele também chama atenção para o estado precário das vias e ciclovias. “Uma coisa é andar de bicicleta, que tem amortecimento. Outra é andar de patinete, que é duro, e ainda por cima em ruas cheias de buracos. O patinete perde totalmente a estabilidade quando passa por uma irregularidade.”

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Cerca de 980 patinetes elétricos disponíveis para aluguel estão atualmente em circulação em Fortaleza. Conforme a Jet, a área de operação compreende principalmente a Zona Leste da Cidade, como Centro, Aldeota e Praia do Futuro.

Desde o início da operação, em 15 de maio deste ano, já foram realizadas cerca de 147 mil viagens em Fortaleza. Somente no mês de setembro, o serviço contabilizou 34 mil deslocamentos.

Regras de uso de patinetes elétricos

  • Uso permitido apenas para maiores de 18 anos
  • Não podem circular em calçadas, exceto próximo às estações, apenas para estacionar ou retirar o equipamento
  • Não podem circular em rodovias ou vias com limite de velocidade acima de 40 km/h, que não tenham infraestrutura cicloviária. Os patinetes devem circular preferencialmente em ciclovias e ciclofaixas.
  • Patinetes das empresas permissionárias têm velocidade máxima de 20 km/h. Em áreas de grande fluxo, a velocidade deve ser reduzida para 10 km/h.
  • Uso do capacete não é obrigatório, mas é recomendado.

Fonte: AMC

Relatos de acidentes

Uma das vítimas recentes de acidentes com o equipamento é Cirlene Felipe, 57, moradora do bairro Cocó. Ela se acidentou em setembro ao usar um patinete na estação da Praça Martins Dourado.

A queda resultou em múltiplos ferimentos. "Fiquei com vários hematomas pelo corpo, um bem grande na perna. Cortei o supercílio e a boca, o nariz sangrou e, o mais grave, levei uma pancada forte na cabeça e perdi a memória", relatou.

Após realização de exames de imagem, o diagnóstico apontou uma lesão cerebral na área da memória temporal. Um mês após o acidente, Cirlene ainda não consegue lembrar a maior parte do dia da queda.

O contador José Feitosa, 39, também sofreu um acidente. Ele conta que, também em setembro, pegou o patinete em uma praça no bairro Cidade 2000 e seguiu em direção ao bairro Cocó. "Fui pela ciclovia mas, próximo ao meu destino final, ela acaba", disse.

José relata que o aplicativo de aluguel do patinete oferece pouca segurança: "O único aviso que aparece é sobre o local onde você deve estacionar o patinete. Mas sobre segurança, não tem nenhuma orientação."

Ele também chama atenção para o estado precário das vias e ciclovias.

Canais

Os contatos com a Jet ocorrem por meio do atendimento virtual 24h no aplicativo, por e-mail (brsupport@jetshr.com), WhatsApp (11-91541 6915)
e Telegram
(@jetbr_apoio_bopt)

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