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Monumento a José de Alencar no Centro de Fortaleza continua sem manutenção e é alvo de vandalismo
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Monumento a José de Alencar no Centro de Fortaleza continua sem manutenção e é alvo de vandalismo

Monumento a José de Alencar segue deteriorado por pichações e falta de manutenção, enquanto comerciantes e frequentadores apontam insegurança
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Estátua do José de Alencar foi inaugurada em 1º de maio de 1929  (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal Estátua do José de Alencar foi inaugurada em 1º de maio de 1929

O monumento em homenagem ao escritor cearense José de Alencar, localizado na praça que leva seu nome no Centro de Fortaleza, segue sendo alvo das intempéries do tempo e do vandalismo. A base da estátua está com pichações em diversos pontos, além de acúmulo de lixo.

Comerciantes e frequentadores do local, contudo, apontam a falta de segurança como o principal problema da região.

Em janeiro de 2025, O POVO visitou o local e constatou situações semelhantes. Na época, a Prefeitura informou que uma equipe técnica seria enviada para avaliar os reparos necessários à estátua. Desde então, pouco parece ter sido feito. Novas pichações foram, inclusive, acrescentadas.

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Inaugurada em 1929 e idealizada pelo jornalista Gilberto Câmara, a estátua de bronze instalada no centro do espaço retrata o escritor José de Alencar sentado, com um livro nas mãos, sobre uma base de granito branco.

Além de abrigar o Theatro José de Alencar, a praça é também ponto de passagem diários para centenas de moradores, turistas e passageiros que saem do terminal nas proximidades.

A última revitalização da Praça José de Alencar foi concluída em dezembro de 2020, com investimento de R$ 3,2 milhões. Entre as melhorias, estavam a restauração da estátua, que recebeu limpeza especial do bronze, e a instalação de uma nova fonte luminosa. Na manhã de quarta-feira, 14, a fonte não estava em funcionamento, e os frequentadores afirmaram não saber se ela ainda opera.

Apesar de receberem com simpatia quem se aproxima para conversar, o tom dos comerciantes do local muda quando o assunto é o estado da praça, especialmente as pichações ao redor da estátua. Na parte mais alta da base do monumento a José de Alencar, há uma intervenção que faz referência a uma facção criminosa de origem carioca, em tentativa de marcar território na região.

Os comerciantes se mostraram receosos em comentar sobre a situação do espaço. Um deles, que trabalha no local há mais de 40 anos, lamentou que os bancos da praça estejam “todos quebrados” e que, nos últimos anos, nunca houve tantas pessoas em situação de rua se abrigando no espaço como agora.

Uma outra trabalhadora que atua nos arredores da praça comenta que há presença de policiais circulando durante a noite. Contudo, diz acreditar que o ideal seria a instalação de cabines fixas de policiamento no local.

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Entre os visitantes ocasionais, o sentimento é de descuido e perda da memória coletiva. A pedagoga Nara Camilo, 28, destacou o potencial da estátua: “Os espaços públicos precisam ser revitalizados constantemente, precisam de manutenção, porque fazem parte da nossa história. É uma forma de manter a memória e a responsabilidade pública”.

O POVO entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza sobre a manutenção da estátua e da praça. Em nota, a Coordenadoria Especial de Apoio à Governança das Regionais (Cegor) declarou que realizou vistoria no monumento.

"Foi elaborado o memorial para identificar os reparos necessários no local. Como o monumento é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Cegor solicitou a autorização do órgão para a execução dos serviços", disse. 

Já a Secretaria Municipal da Conservação e Serviços Públicos (SCSP) informou que o local “recebe serviço de limpeza diariamente”. A Secretaria Municipal da Segurança Cidadã (Sesec) também ressaltou que a área é monitorada por agentes da Base de Proteção Comunitária da Praça da Lagoinha.

A área também é patrulhada diuturnamente pelo 5º Batalhão da Polícia Militar do Ceará (PMCE). A corporação informou que, diante de situações de emergência ou qualquer ação suspeita, a PMCE deve ser acionada imediatamente pelo telefone 190.

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