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Requalificação da Praça do Ferreira deve ser entregue um dia antes do Natal de Luz
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Requalificação da Praça do Ferreira deve ser entregue um dia antes do Natal de Luz

Obras seguem dentro do cronograma previsto; entre as mudanças em execução estão a reforma dos bancos, a instalação de novos postes de iluminação e a modernização das fontes
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OBRAS tiveram início no dia 8 de julho e seguem dentro do cronograma divulgado (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal OBRAS tiveram início no dia 8 de julho e seguem dentro do cronograma divulgado

Histórico cartão-postal de Fortaleza, a Praça do Ferreira passa por obras de requalificação desde o dia 8 de julho deste ano. De acordo com a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), a reforma segue em ritmo constante e dentro do cronograma programado, com previsão de reabertura no próximo dia 26 de novembro.

Foram concluídas as etapas de retirada da pavimentação antiga e dos serviços de hidráulica, incluindo o reservatório das fontes, até a quarta-feira passada, dia 22.

Entre as mudanças em execução, a pasta informou que estão a reforma dos bancos, a instalação de novos postes de iluminação e a modernização das fontes, que contarão com recursos interativos. Está sendo feita também a requalificação das vias do entorno, com passagens elevadas.

A Seinf destacou que seguem em andamento a implantação de ramais de drenagem e pontos de carga e descarga

Confira imagens da obra de requalificação:

Entrega da praça será marcada pelo Natal de Luz

A entrega da praça revitalizada marca também o início da celebração do tradicional Ceará Natal de Luz, previsto para o dia 27 de novembro.

O evento, organizado há 29 anos pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), segue até o final de dezembro com apresentação do coral das crianças, coral itinerante e shows musicais.

O projeto de requalificação da Praça do Ferreira, orçado em R$ 8 milhões, é assinado pelo arquiteto Fausto Nilo e prevê a reforma completa do piso, instalação de travessias elevadas para pedestres, requalificação dos passeios com foco em acessibilidade, construção de novos quiosques, reforma da fonte da Coluna da Hora, instalação de paraciclos, entre outros serviços. 

Praça foi inaugurada oficialmente em 1933.

Redução da clientela e segurança pública são os principais desafios relatados por comerciantes

Cenário de memórias saudosistas de seus frequentadores mais assíduos, a Praça do Ferreira viu seus bancos, quiosques e árvores se tornarem abrigo para centenas de pessoas em situação de rua.

Há 40 anos trabalhando como jornaleiros no logradouro, Salassiê Sancho da Silva, 63, e Maria Edna de Oliveira Sancho, 53, contam que a praça costumava atrair muitos turistas interessados em conhecer a história e os prédios tradicionais de Fortaleza. Há uma década, porém, o panorama começou a mudar.

“Os guias turísticos andavam com eles aqui na praça, mas isso acabou por causa desse problema que teve aqui na praça, essa invasão dos moradores de rua. Então, eles se afastaram daqui”, explica o jornaleiro.

Os desafios ligados à habitação urbana e ao aumento do número de pessoas em situação de rua que vivem na praça também foram apontados por Maria Edna como uma demanda a ser superada.

“A maior dificuldade dessa praça aqui eram os moradores de rua. Muito complicado. Muitos clientes chegavam na minha banca e diziam: ‘Faz muito tempo que eu não venho ao Centro e não tenho nem vontade, porque eu gostava muito de vir aqui para a Praça do Ferreira, mas agora com esses moradores, não dá’”, relata.

Durante o período de obras, uma outra questão passou a se destacar: a redução do número de clientes. “É notório que caiu muito o fluxo de pessoas e as vendas também caíram muito, porque não tem gente. Ficou muito difícil para a gente melhorar”, desabafa.

O casal confessa que está com boas expectativas para a chegada de melhorias que devem ser apresentadas após a reabertura do espaço, mas expressa preocupação em relação ao destino dos permissionários que atuavam na praça.

“O que eu tô achando diferente e difícil é porque eram 11 permissionários de bancas de revistas. Agora, só vão existir seis bancas. O que dói no meu coração é que 11 pais de família vão ficar desempregados, porque só são seis bancas agora. Dizem que eu vou voltar, mas eu não sei”, desabafa.

A permissão para trabalhar lá também preocupa o numismático Especialista ou colecionador de moedas, cédulas e medalhas. Francisco José de Souza do Nascimento, 58. O estudioso e comerciante de moedas trabalha há oito anos na Praça do Ferreira.

Ele relata que a permissão para continuar trabalhando no local venceu no dia 15 de outubro. Apesar de ter sido renovada, ele confessa temer o futuro.

“Na verdade, eles deram para nós (a permissão) lá no Beco da Poeira, só que lá não cabe nem uma mesa. Então, a gente não quis e preferiu ficar aqui ao redor da praça. Eles deram a permissão para nós e eles não chegaram a prometer, mas nós temos uma pequena ilusão de que a gente pode receber, mas não temos certeza”, detalha.

Ele conta que, desde o início das obras, viu o fluxo de clientes diminuir e os gastos aumentarem. “Antes eu nem vinha no meu carro, agora eu venho todo dia, pago estacionamento. Eu gasto R$72 de estacionamento por semana e gasto R$80 de gasolina por semana. E antes eu não gastava isso”, explica.

Em relação a situação dos permissionários, a Secretaria da Regional 12 informou, em nota, que avalia individualmente cada situação e oferece alternativas de realocação temporária, como autorizações provisórias para comércio nas imediações da praça.

Após a conclusão das obras, a Regional afirmou que fará o ordenamento do local.

EXTRA

Acesse o QR Code e veja ações realizadas com pessoas em situação de rua que permaneciam na praça

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