Logo O POVO+
A mudança do clima é uma tragédia do presente, diz Lula
Comentar
CIDADES

A mudança do clima é uma tragédia do presente, diz Lula

Na abertura da Conferência do Clima, presidente do Brasil aponta que o tempo para agir é curto. Nesta terça-feira, 11, Elmano de Freitas e Evandro Leitão participam do evento
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Comentar
Lula cobrou implementação efetiva de medidas já acordadas e citou o tornado que atingiu o Paraná  (Foto: ANTONIO SCORZA/COP30)
Foto: ANTONIO SCORZA/COP30 Lula cobrou implementação efetiva de medidas já acordadas e citou o tornado que atingiu o Paraná

repórter especial para O POVO e diretamente de Belém, Pará

Durante o discurso de abertura da COP30, que contou com a presença de mais de 190 delegações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cobrou a implementação célere das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs). Até o início do evento, 110 metas climáticas foram entregues pelas delegações, o que representa 71% das emissões globais.

Índia, Irã e Arábia Saudita, que estão na lista de grandes poluidores mundiais, ainda não submeteram os documentos à Organização das Nações Unidas (ONU).

Para o presidente, “a mudança do clima já não é ameaça do futuro. É uma tragédia do presente. O furacão Melissa que fustigou o Caribe e o tornado que atingiu o Paraná deixaram vítimas e um rastro de destruição (...) o aumento da temperatura global espalha dor e devastação, especialmente entre as populações mais vulneráveis”, disse.

Lula também aproveitou e deu respostas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sem citá-lo nominalmente, ao criticar o negacionismo, gastos com compras de armamento e desinformação.

Para Danilo Moura, especialista em Clima e Meio Ambiente do Unicef, que acompanhou o discurso, o que mais chamou a atenção foi que estamos indo na direção certa, mas no tempo errado.

“Desde o acordo de Paris estamos focando esforços que estão tendo impacto na causa, mas não rápidos o suficiente. Assumimos compromissos, no mundo, mas precisamos sair dessa COP com as ações mais aceleradas”, observou.

Outro ponto levantado por Moura é como garantir essa adaptação para crianças e adolescentes. “Como eles serão incluídos nessas agendas”, pontuou.

Já Rafael Gama, da Athena, organização juvenil focada em debates das mudanças climáticas, está no evento pela primeira vez e a ideia é entender como funciona a Conferência para os jovens e participar de debates para depois levar para suas comunidades.

“Quero tentar entender tudo que acontece aqui com os organismos internacionais para democratizar com as outras pessoas.”, ressalta.

Além da presença dos jovens, o que também chama a atenção foi a presença massiva de indígenas. Segundo a titular do Ministério dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, cerca de 400 indígenas foram credenciados para a Zona Azul do e cerca de cinco mil estão em Belém em outras agendas paralelas ao evento oficial.

Anteriormente, o evento com maior presença dos povos originários tinha sido a COP de Dubai, em 2023, com 350 pessoas de todo o mundo.

Nesta terça-feira, 11, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT) lança o Observatório dos Riscos Climáticos de Fortaleza, uma rede de sensores meteorológicos que monitora em tempo real a sensação térmica e outros indicadores nas áreas periféricas.

Os dados vão orientar projetos para mitigar o calor na Cidade, assim como ações preventivas às inundações. Foram instalados, no mês de setembro, dez estações meteorológicas do tipo “all in one”, com o objetivo de monitorar a temperatura urbana, identificar as ilhas de calor e registrar a pluviometria, quantidade de chuva.

Segundo o titular municipal, essas informações contribuirão para a construção de políticas públicas mais assertivas no enfrentamento dos efeitos do aquecimento urbano e na gestão de riscos e desastres relacionados a eventos extremos, ampliando as políticas de saúde, de proteção e defesa civil.

Para o ativista cearense e empreendedor social, André Comarú, que está na capital paraense para apresentar palestras na agenda paralela ao evento, a iniciativa municipal é interessante e um passo importante para compreender melhor os impactos do aquecimento nas periferias de Fortaleza.

“Mas é fundamental que esses dados não fiquem só no monitoramento, que sirvam de base para políticas públicas que realmente protejam o verde urbano, recuperem áreas degradadas e preservem a fauna local. Sem ampliar e cuidar dos poucos espaços naturais que restam, nenhuma tecnologia será suficiente para frear o avanço do calor extremo”, analisa.

 
Ceará na Zona Azul


O Governo do Ceará também estará presente na Zona Azul da COP30 para apresentar um conjunto de ações em prol do desenvolvimento sustentável. O governador Elmano de Freitas (PT) conduz o painel, no dia 13, “Do Nordeste para o Mundo: o papel da Caatinga e do Hidrogênio Verde para a Transição Energética Justa”.


Comitiva sustentável


O BNB também marca presença com o presidente Wanger de Alencar; o diretor Aldemir Freire; o superintendente da área de Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Rubens Soares; e o gerente-executivo do Ambiente de Políticas de Desenvolvimento Sustentável, Kleber de Oliveira. O setor de Estratégia de Sustentabilidade, conta com 10 linhas de ação e cerca de 40 indicadores. O crédito de Contribuição Positiva, entre 2022 e 2024, destinou R$ 119,9 bilhões para contratações em setores da Economia Verde.

 

Ceará na zona Azul

O Governo do Ceará também estará presente na Zona Azul da COP30 para apresentar um conjunto de ações em prol do desenvolvimento sustentável. O governador Elmano de Freitas (PT) conduz o painel, no dia 13, "Do Nordeste para o Mundo: o papel da Caatinga e do Hidrogênio Verde para a Transição Energética Justa".

O que você achou desse conteúdo?