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Feira da Madrugada é encerrada após hora combinada; feirantes reclamam de insegurança
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Feira da Madrugada é encerrada após hora combinada; feirantes reclamam de insegurança

Neste feriado da Consciência Negra, a feira foi encerrada por volta das 8h por agentes da Agefis, AMC e Guarda Municipal, apesar do acordo para limitar o funcionamento até as 6h. Feirantes relatam insegurança durante a madrugada
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HORÁRIO de funcionamento estabelecido é entre 22h e 6h (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA HORÁRIO de funcionamento estabelecido é entre 22h e 6h

“Bom dia, encerrou pessoal”, repetiam os agentes da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) enquanto percorriam a Feira da Madrugada, no entorno da rua José Avelino, no Centro, por volta das 8h desta quarta-feira, 20, feriado do Dia da Consciência Negra.

Segundo fiscais no local, a feira de rua deve funcionar de terça para quarta e de sexta para sábado, das 23h às 7h. 

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Em setembro deste ano, contudo, o prefeito Evandro Leitão (PT) informou que houve um acordo para regulamentar o horário da chamada Feira da Madrugada. O limite de funcionamento passaria a ser até as 6h da manhã.

Apesar disso, na manhã desta quinta, muitos vendedores ainda estavam nas bancas após as 7h. Além de agentes da Agefis, a ação envolveu agentes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e guardas municipais armados, que orientaram os vendedores a encerrar as atividades.

Em cerca de 15 minutos, as duas faixas da avenida Alberto Nepomuceno e a rua José Avelino foram liberadas. Apesar da urgência dos feirantes em atender os últimos clientes, desmontar as estruturas e recolher os materiais, a operação de dispersão ocorreu sem qualquer conflito.

Entre os trabalhadores, o sentimento é de resignação quanto ao cumprimento do horário. Margarida Vaz, feirante há 25 anos, confirma que todos sabem da necessidade de respeitar o horário estabelecido. “A gente vende só na rua, mas tem que sair, é o jeito. Eles deixaram a gente ficar até o horário combinado. A gente é que tá errado mesmo, porque já deu o horário.”

Um outro feirante, que preferiu não se identificar, aponta o temor das apreensões, popularmente chamadas de “rapa”. “Tem hora, então tem que respeitar. Se não, eles levam toda nossa mercadoria”.

Sentimento de Insegurança

Embora a presença da Guarda Municipal seja constante nas primeiras horas da manhã, os feirantes relatam falta de policiamento nas horas mais críticas da madrugada. Rosa Maria, que trabalha na feira há quatro anos, diz que a presença dos agentes só é sentida na hora da retirada.

“Eles vêm para tirar nós, junto com os guardas da Prefeitura. Agora, vir fazer segurança pra nós, eles não vêm. Quer dizer que a gente passa a madrugada toda aqui sem nenhuma segurança”, disse a vendedora de roupas.

Movimento fraco mesmo em época de fim do ano

Entre os feirantes, também há preocupação com o fraco movimento mesmo na reta final do ano, período em que, tradicionalmente, as vendas aumentam.

“O pessoal pergunta assim: ‘Cadê a feira de final de ano? Vai começar quando?’ A gente tá fazendo a mesma pergunta. Nada [movimento] melhorou ainda. Se não fossem os clientes de fora, de outros estados. Aí dá certo, mas a feira mesmo… dá nem pra pagar as costureiras”. diz Rosa Maria, que atua na venda de roupas.

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Feira da Madrugada: gestão diz que horário é das 22h às 6h e Agefis confirma reforço no fim de ano

O POVO entrou em contato com a Prefeitura de Fortaleza para obter detalhes sobre o horário oficial da Feira da Madrugada, possíveis mudanças no fim de ano, quais os procedimentos de ação de retirada dos feirantes e a frequência da segurança municipal no local.

Em nota, a Secretaria Regional (SER) 12 informa que "o horário de funcionamento da Feira da Madrugada segue estabelecido entre 22h e 6h. O cumprimento desse prazo é essencial para garantir a liberação do espaço público e o início regular das atividades urbanas no começo da manhã".

A Regional diz o encerramento no horário previsto "é necessário para evitar impactos no trânsito, na limpeza urbana e na rotina da população". A gestão afirma que atua para que a desmobilização seja "de maneira organizada, preservando o espaço público e assegurando uma convivência equilibrada entre a atividade comercial e a cidade".

A Agefis também respondeu que atua na retirada diária dos feirantes "de maneira contínua e organizada" e garante que "preza pelo diálogo com os comerciantes, orientando sobre a importância de cumprir os horários previstos e de manter o espaço público acessível".

Neste fim de ano, a Agefis confirma que haverá reforço no efetivo de agentes, para dar maior celeridade à desmobilização e garantir o espaço liberado no horário correto. As ações têm apoio da Guarda Municipal de Fortaleza (GMF), que acompanha as equipes durante o processo de dispersão.

Vendas

Entre os feirantes, também há preocupação com o fraco movimento mesmo na reta final do ano, período em que,

tradicionalmente,

as vendas aumentam

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