Ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado nunca esteve sozinho. Contou sempre com a ajuda dos filhos Daniel Firmeza Machado, 43, Sergio Firmeza Machado, 41, e Expedito Machado da Ponte Neto, o Did, 34, de longe o mais desenvolto da trinca.

Cabia a Did, por exemplo, aportar os investimentos dos Machado em offshores fora do País, notadamente em Londres, onde adquiriu muitos imóveis.

A suspeita da Operação Lava Jato é de que por ali passassem as propinas arrecadadas via contratos de empreiteiras com a estatal. Essas operações foram alvo de denúncia do jornal britânico "The Guardian" ainda em 2016, quando a delação veio à tona.

Em julho do ano passado, o caçula causou novo alvoroço ao aparecer sorridente num programa de TV participando de uma partida de pôquer em Las Vegas. O vídeo está disponível no Youtube.

Sabe-se que a família pesou para que Machado decidisse entregar os poderosos do MDB, assinando acordo de delação que incluiria os filhos, diretamente implicados.

Graças ao grampo do cearense, feito num mês de fevereiro, três anos atrás, a Justiça decretou a prisão de Renan Calheiros e Eduardo Cunha, então senador e deputado federal e dois dos principais caciques da legenda.

Além de salvar a própria pele, o diretor da Transpetro pretendia sobretudo livrar a prole do risco de prisão. Conseguiu até agora, mas o cerco vem se fechando sobre o patriarca.

Dos três herdeiros de Machado, apenas Sergio mora fora do Estado, em São Paulo. Os demais têm residência em Fortaleza, por onde circulam sem constrangimento em eventos sociais, como aniversários e casamentos.

Há menos de um mês, por exemplo, um dos rapazes Machado comemorava na Europa o aniversário da esposa, que acabara de completar 40 anos. Pouco tempo depois, o pai se tornaria réu pela terceira vez.