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Protestos contra o governo Bolsonaro registram aumento na adesão
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Protestos contra o governo Bolsonaro registram aumento na adesão

Na capital cearense, manifestações ocorreram no Centro e outras regiões. Marca de 500 mil mortes pela Covid que o País alcançou exatamente no sábado foi muito lembrada
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Passeata, em Fortaleza, se concentrou na Praça da Gentilândia e as pessoas saíram pelas ruas do bairro Benfica (Foto: Thais Mesquita)
Foto: Thais Mesquita Passeata, em Fortaleza, se concentrou na Praça da Gentilândia e as pessoas saíram pelas ruas do bairro Benfica

Com gritos de defesa de vacinas e do auxílio emergencial, milhares de manifestantes foram às ruas de diversas cidades do Brasil em protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Os atos, com adesão maior que os protestos registrados em 29 de maio, tiveram concentrações em Fortaleza e em diversas outras cidades do Ceará.

"Nós não queríamos estar nas ruas, mas, diante do ponto que essa situação chegou, fica insuportável ficar em casa", resumiu ontem o ex-senador Inácio Arruda (PCdoB), que acompanhou protesto realizada no Centro de Fortaleza. Com concentração na Praça da Gentilândia, no Benfica, a passeata saiu por vias do Centro até a Praça da Bandeira.

Em linha semelhante às manifestações nacionais, ato de Fortaleza cobrava impeachment de Bolsonaro, mais vacinas e proteção econômica para os mais pobres. Segundo organizadores, o ato superou a manifestação de 29 de maio e reuniu cerca de 20 mil pessoas.

Os protestos ocorreram no mesmo dia em que o Brasil bateu marca dos 500 mil mortos pela Covid-19, após semana com médias diárias de cerca de 2.000 mortes por dia - um dos piores quadros da pandemia. Mesmo com o cenário, manifestantes realizaram protestos em mais de 400 cidades, ainda que com recomendação de distanciamento e uso de máscaras - o que não ocorre em manifestações pró-governo.

Um dos que não havia participado do protesto anterior, mas apareceu na manifestação de ontem, foi o vereador Gabriel Aguiar (Psol). Afirmando ter perdido recentemente diversos amigos e companheiros de militância para a Covid-19, o parlamentar organizou a distribuição de álcool em gel e cerca de 300 máscaras PFF2 no evento.

"Viemos porque a gente tá considerando esse momento muito crítico, que a gente precisa ir às ruas. Estamos na marca triste de 500 mil mortes, e atribuímos parte significativa dessas mortes ao comportamento do presidente", diz.

Além do ato no Benfica, outros protestos foram registrados em Fortaleza. Para quem queria evitar aglomerações, foi realizada pela tarde uma carreata com concentração na Igreja de Santa Edwirges, próximo ao Marina Park, na avenida Leste-Oeste. Ocupando a faixa da direita da via, dezenas de carros saíram em direção ao Pirambu, fazendo retorno e seguindo até o Náutico Clube.

"Esse ato é importante para demonstrar a indignação da população contra esse desgoverno genocida que já responde por mais de 500 mil mortes diante de seu negacionismo, de sua irresponsabilidade e omissão, na negativa de adquirir vacinas a tempo hábil", diz a vereadora Larissa Gaspar (PT), que participou da carreata.

Com mote de "Fora Bolsonaro", atos de ontem também contaram com apoio mais expressivo de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais diversos, como entidades estudantis

 

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