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O papel da inteligência de dados na tomada de DECISÕES
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O papel da inteligência de dados na tomada de DECISÕES

| Data analytics | Plataformas com diversos bancos de dados têm ajudado empresas e investidores em como realocar dinheiro na tentativa de gerar riquezas, diminuir riscos e aumentar a competitividade
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Uso de inteligência analítica está cada vez mais presente no mercado de capitais (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Foto: REUTERS/Amanda Perobelli Uso de inteligência analítica está cada vez mais presente no mercado de capitais

Data analytics, ou inteligência analítica, é um conceito que está se consolidando como uma das principais ferramentas para auxiliar pessoas e negócios em tomadas de decisões. Usado na extração, leitura e aplicação de bases de dados, tem papel fundamental na estratégia de como obter melhores resultados, e a importância disso já foi observada e tem aplicação intensiva feita hoje pela B3, a bolsa de valores brasileira.

"É uma tendência global que a gente viu em várias bolsas, que expandiram a atuação para o mundo de dados. Tem gente que fala que dados é o novo petróleo, mas a nossa visão é que a gente consegue criar soluções", diz Gilson Finkelsztain, CEO da B3, mostrando a dimensão da geração de riquezas que se espera com o trabalho de diversas bases de dados.

Dados para solucionar problemas

Ele explica que, atualmente, este tipo de atuação no mercado não está mais focada na monetização das informações por meio das vendas dos dados, mas a partir da resolução de problemas feita com a leitura e a interpretação desses dados.

Na prática, as empresas focadas nesse novo segmento reúnem o maior número de informações (fornecedores, gastos, indicadores econômicos etc.) para construir cenários e possibilidades de atuação e, assim, montar uma estratégia de negócios. É o que Finkelsztain acredita ser "o poder da tecnologia e dos dados de transformar os negócios", seja para pessoa física ou jurídica.

"As empresas mais valiosas do mundo são as que, no fim do dia, são as que sabem trabalhar com informação para gerar conhecimento. Quando a gente começa a ter essas discussões de como aplicar dados analíticos para negócios, a questão cultural fica muito maior do que o produto", afirma Kadu Monguilhott, CEO da Neoway.

O executivo acumula experiência neste nicho há mais de dez anos e aponta a cultura de usar dados para tomadas de decisões como o principal gargalo do setor. Não saber, ou mesmo não querer assumir essa postura, é o motivo de fuga de clientes e baixa aplicabilidade das soluções propostas, segundo ele.

"Às vezes é o nosso produto que não está entregando aquilo que o cliente quer, mas muitas vezes ele espera que o produto vá salvar e resolver os problemas do cliente e não é assim que acontece. Um dos papéis do nosso pessoal que é responsável por deixar o cliente satisfeito, de gerar o valor que o cliente espera, é cultural. É ajudar o cliente a montar na estrutura de vendas, na área de compliance, a estrutura o processo", conta.

No fim, além do produto para o qual foi contratado, Monguilhott precisa entregar ainda um ensinamento de como interpretar os dados para se sair melhor nos negócios. Essa atuação, inclusive, é a aposta da B3 na formação de uma nova vertical de atuação e, para isso, a empresa adquiriu a catarinense Neoway.

Neoway foi adquirida por R$ 1,8 bilhão

A empresa foi comprada por R$ 1,8 bilhão no ano passado e começa a ter os primeiros produtos no mercado agora. Um deles, lançado no Data Drive Business, realizado na última semana em São Paulo, é o CX1. O produto é um ecossistema de soluções que une negócios de dados, serviços e aplicações.

Mas, mesmo após a aquisição, a Neoway continua a atuação independente do serviço prestado à B3 e, nisso, tem o Ceará como um dos mercados promissores. Com clientes como Hapvida, Nacional Gás e Indaiá, a empresa mira chegar nas pequenas e médias empresas cuja atuação rendeu o crescimento e capilaridade adquiridos no Sul do País.

Já a B3 vê a aquisição da Neoway como uma forma de fortalecer as iniciativas de comunicação com os investidores pessoa física a partir da oferta de mais dados para a tomada de decisão, como conta Gilson Finkelsztain. Recentemente, a Bolsa de Valores lançou o site "Bora Investir", direcionado ao investidor iniciante e já oferta dados.

"Hoje, a gente tem várias iniciativas de curadoria de conteúdo e o Bora Investir é para quem está na base da pirâmide começando a investir ter acesso a boa informação, isenta, neutra, sem viés, para que possa tomar as decisões. No site, tem uma ferramenta que, através do seu perfil, ao preencher um formulário, você conhece como pessoas do seu perfil alocam os portfólios, saldo médio... Essa é uma forma como os dados podem ajudar as pessoas a fazer a reflexão de se está investindo bem, que produtos pode conhecer, se deve se educar financeiramente", descreve.

O CEO da B3 diz acreditar que o mercado de capitais mudou de patamar nos últimos anos no que diz respeito à pessoa física e cita a atuação de quase 4,5 milhões de pessoas investindo em ações e 8 milhões em renda fixa. "Então, o interesse por educação financeira mudou muito e a gente tem obrigação de aproximar esse mercado das pessoas físicas", arremata.

*O jornalista viajou a convite da Neoway

 

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