Em proposta de revisão do Plano Diretor Participativo e Sustentável, debatida durante a sétima audiência pública em Fortaleza, na manhã deste sábado, 27, previu-se a ampliação em 211% da área destinada às Zonas de Preservação do Patrimônio Cultural (ZPC).
O novo projeto aponta uma área de 493,76 hectares às ZPCs, incluindo sete zonas (Centro, Praia de Iracema, Jacarecanga, Aldeota, Benfica, Parangaba e José de Alencar). Anteriormente, no Plano Diretor de 2009, o espaço destinado equivalia a 158,78 hectares.
“Nós estamos propondo uma ampliação dessas áreas, entendendo que a cidade possui outras zonas, outras centralidades, que contam parte da nossa história. São marcos e ambiências que reforçam a nossa identidade enquanto cidadão”, considera Diego Amora, coordenador do Patrimônio Histórico-Cultural na Secretaria Municipal de Cultura de Fortaleza (Secultfor).
Uma das proposições é a ZPC do Benfica, bairro conhecido como polo cultural, que possui potencial em sua dinâmica urbana.
“É um bairro muito boêmio, muito cultural, e a gente não quer perder essa raiz, essa característica. Então, estamos delimitando a ZPC do Benfica, que comporta não somente aquela área institucional da UFC, das Casas de Cultura, dos espaços de museus e espaços culturais, mas todo o casario do Benfica, que é muito importante para a história de Fortaleza”, acrescenta o coordenador.
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Sob o tema “Macrozona de Centralidades”, o segundo ciclo de audiências, realizado na Academia do Professor Darcy Ribeiro, também abordou propostas de zoneamento. Um dos objetivos é favorecer um sistema urbano com múltiplos centros de atividades, promovendo uma Capital policêntrica.
De acordo com o presidente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Ipplan), Artur Bruno, o Plano Diretor proposto divide o município em três macrozonas: a Macrozona do Ambiente Natural (MAN), a Macrozona do Ambiente Construído (MAC) e a Macrozona das Centralidades Urbanas (MCE). É nesta última que se apresenta uma inovação, antes não encontrada no Plano de 2009.
“Qual é a ideia das centralidades? É que há determinados locais que merecem uma atenção especial, um foco do planejamento”, explica o presidente.
Na proposta compartilhada com o público, as macrozonas de centralidade são descritas como áreas responsáveis ou com o potencial de desempenhar um papel fundamental na distribuição de oportunidades. O termo considera a concentração de atividades comerciais e de serviços, além de condições adequadas de acessibilidade e acesso ao transporte público.
“Fortaleza hoje tem vários polos, vários centros”, reflete Artur Bruno. “Essas áreas que têm muito comércio, muito serviço, também são interessantes de capacidade construtiva, porque a ideia do Plano é que as pessoas morem, estudem, se divirtam, tenham um lazer próximo às suas moradias”.
O material de acesso ao Plano Diretor proposto está disponível no link a seguir: planodiretor.fortaleza.ce.gov.br/.
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