A estima ao legado de Cláudio Ferreira Lima, economista e defensor do desenvolvimento da Região, foi eternizada pelo Banco do Nordeste (BNB) ao inaugurar ontem o Auditório Cláudio Ferreira Lima, na sede do banco, em Fortaleza. Falecido em 30 de junho de 2018, o homenageado foi funcionário do banco a partir de 1962, sendo um dos responsáveis pela aprovação do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), criado pela Constituição de 1988.
Além da notável passagem pelo BNB, Cláudio atuou como secretário-adjunto na então Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), no atual governo, presidente do antigo Instituto de Planejamento do Ceará (Iplance) no Governo Ciro Gomes, secretário do Planejamento do ex-governador Tasso Jereissati (PSDB) e, ainda na gestão Camilo Santana (PT), atuou como assessor especial no projeto Ceará 2050.
Cláudio também fez parte do Conselho Editorial do O POVO e foi consultor editorial do Anuário do Ceará.
O presidente do BNB, Romildo Rolim, destacou que o auditório inaugurado é destinado a reuniões estratégicas para o banco. Esse é o segundo auditório do complexo, o primeiro é batizado de Celso Furtado. "Eu não acredito em começo, meio e fim. Acredito em começo, meio e legado. O Cláudio foi uma das pessoas que mais contribuíram com o desenvolvimento do Nordeste e do BNB. Estamos continuando a missão dele".
Na solenidade, além de discursos de nomes notáveis da história do BNB, Isabel Ferreira Lima falou com orgulho do pai, dizendo que ele foi um "Nordeste" para a família. Ela lembrou ainda do amor que Cláudio tinha pelo BNB. "O BNB representou, em parte, a vida dele, sua segunda casa, desde que ingressou no banco por concurso, aos 15 anos".
Diretor do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Vladimir Spinelli homenageou o ex-colega de BNB. Destacou a "inteligência brilhante" de uma pessoa que sempre buscava soluções de forma ética e simples. "Cláudio nos permitiu avançar nos pensamentos dos ideais que ele defendeu".
Destacado como o principal legado profissional de Cláudio Ferreira Lima, a criação do FNE foi contada em detalhes por dois ex-presidentes do BNB. João Alves de Melo, titular do banco entre 1992 e 1995, diz que acompanhou de perto o trabalho de montagem do projeto que seria o FNE e ações a serem tomadas no fomento econômico regional, em 1985. "Costumamos falar só do FNE, mas foram 18 artigos nesta Constituição construída construídas por essa grande equipe", pontua.
O presidente do BNB de 1985 a 1986 e ex-senador, Mauro Benevides, ressaltou que Cláudio foi seu braço técnico, sendo importante articulador de seu projeto à frente da instituição. "Atuou junto aos incrédulos na aprovação do FNE". (Samuel Pimentel)
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Legado
Seguidor de Celso Furtado, é reconhecido como grande nome da Economia do Nordeste. Defendeu durante sua carreira o desenvolvimentismo e acreditou por toda a vida no crescimento econômico inclusivo.