Venda de máscaras e álcool em gel sobe até 400% em farmácias do Ceará

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Publicado 23:49 | mar. 3, 2020 Tipo Notícia Por Áquila Leite

COMERCIALIZAÇÃO de álcool em gel e máscaras cirúrgicas aumenta (Foto: Beatriz Boblitz) — Foto: Beatriz Boblitz COMERCIALIZAÇÃO de álcool em gel e máscaras cirúrgicas aumenta

O medo da epidemia do coronavírus (Covid-19), que já tem 19 casos suspeitos no Ceará e dois confirmados no Brasil, tem aumentado a procura de cearenses por itens que possam oferecer algum tipo de proteção contra o contágio. Em farmácias do Estado, a venda de produtos como máscaras cirúrgicas descartáveis e álcool em gel já cresceu até 400% na comparação com os últimos meses do ano passado, de acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Ceará (Sincofarma-CE).

Com o boom da procura por esses itens, as farmácias de Fortaleza lutam para manter suas gôndolas abastecidas, o que não tem sido tarefa fácil. Em visita a quatro estabelecimentos da Capital, O POVO constatou a dificuldade para adquirir as máscaras, encontradas em apenas um local, além do baixo estoque de álcool em gel, principalmente nas versões menores, de 60 ml. Alguns vendedores ouvidos disseram, inclusive, que os produtos esgotam em menos de 24 horas.

Para Mauricio Filizola, diretor tesoureiro do Sincofarma-CE, o setor não estava preparado para receber uma demanda tão elevada. "Os empresários programam a reposição de estoque com base em um histórico de vendas. Como o coronavírus é muito novo e não possui um medicamento específico, as pessoas estão se protegendo por meio de cuidados paliativos, como o uso de máscara e o melhor asseio das mãos, o que fez disparar as vendas do álcool em gel, por exemplo. Essa atipicidade fez os estoques esvaziarem", explica.

Ainda conforme Filizola, as máscaras cirúrgicas descartáveis foram os primeiros itens a "desaparecer" das farmácias de Fortaleza, e o álcool em gel "não está tendo a reposição devida". O diretor do Sincofarma-CE ressalta, porém, que a indústria farmacêutica brasileira deve se adaptar em breve à realidade atual, aumentando sua produção e normalizando a oferta de produtos. "Acredito que atenderão ao mercado", diz.

Dentre as quatro farmácias visitadas ontem, apenas a Economia Farma, localizada na av. Santos Dumont, possuía máscaras cirúrgicas descartáveis à venda. No estabelecimento, uma embalagem com 50 unidades do produto saía por R$ 30, exatamente o dobro do que os R$ 15 normalmente cobrados pela Drogasil, que fica na mesma via, do outro lado avenida, mas que estava com o item indisponível.

"As máscaras acabam muito rápido. Temos pedido novos estoques semanalmente, e até limitamos as compras em uma caixa por pessoa, para tentar atender a todos, mas os estoques não duram 24 horas na prateleira", afirma o atendente Evandro, da Drogasil. Segundo ele, muitos buscam o produto, principalmente, para fazer visitas a parentes ou amigos em clínicas e hospitais localizados na região.

Próximo dali, na Pague Menos da rua Ildefonso Albano, as máscaras cirúrgicas, que eram vendidas por R$ 21 no local, também estavam em falta. Segundo a balconista Gizela Castro, a procura também tem sido grande pelo álcool em gel em tamanhos maiores. "Os dois produtos chegaram ontem (segunda, 2) e acabaram no mesmo dia. Estamos solicitando novos produtos diariamente para atender os clientes", conta.

Na Extrafarma da av. Santos Dumont, esquina com a rua João Cordeiro, a situação era ainda mais caótica, tendo em vista que tanto as máscaras como o álcool em gel, de qualquer tamanho, estavam em falta. Questionada sobre a reposição, uma vendedora frisou que aconteceria "ainda nesta semana", mas que não era possível estimar quando.

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