Logo O POVO+
Como ficar mais seguro no uso da internet
Economia

Como ficar mais seguro no uso da internet

Neste segundo e último episódio da série, O POVO traz um manual de boas práticas na internet que ajudam no processo de conscientização digital, além dos desafios do mercado financeiro e legais
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Mais pessoas na internet durante a pandemia refletiu em mais golpes virtuais (Foto: amauricio)
Foto: amauricio Mais pessoas na internet durante a pandemia refletiu em mais golpes virtuais

Postagens do filho com a farda da escola, imagens que capturam a placa do carro particular, hora da saída e endereço do trabalho, localização em tempo real, nomes de parentes e datas especiais. Quem revela estes e outros detalhes nas redes sociais espera apenas compartilhar vivências com os amigos e familiares, mas esquece ou desconhece que, nas mãos erradas, essas publicações se tornam dados valorosos e podem expor os envolvidos ao risco de fraudes.

Esses conteúdos podem ser utilizados para um falso sequestro, coletar elementos que ajudarão a arquitetar golpes bancários ou compras no cartão de crédito, por exemplo. Ou seja, em muitos casos, não é sequer necessário um vírus de computador invadir os equipamentos eletrônicos para que os golpistas façam uma vítima. Compreender a vulnerabilidade dessas informações é o primeiro passo para se proteger. 

O especialista em segurança da informação da ESET América Latina, Luis Lubeck, esclarece que o antivírus é crucial para detectar esses casos, mas é apenas uma das camadas necessárias para defender um computador de diferentes ameaças.

“Hoje, é necessário ter uma solução de segurança confiável que também tenha proteção de botnet (dispositivos zumbis, que comandam o seu computador a fazer tarefas de forma automatizada na internet), alertas maliciosos de sites, escudos anti-ransomware, entre outros. E, claro, o usuário precisa ser responsável ao navegar e acessar diferentes sites e aplicativos para minimizar os riscos”, enumera.

Ele acrescenta que é fundamental estar alerta aos links acessados, evitar sites que chegam por sistemas de mensagens ou e-mails. Alguns erros, explica, que servem para detectar esse tipo de ameaça são o uso de sites semelhantes (mas nunca iguais ao oficial) ou algum erro ortográfico ou gramática na mensagem, como, geralmente, são campanhas regionais ou traduzidas rapidamente de outros idiomas.

Já o chefe de pesquisas do Morphus Labs, Renato Marinho, avalia que não é preciso deixar de utilizar esses canais de mídias sociais, mas deve-se adotar uma conduta diferente para dividir as situações e ficar atento às políticas de privacidade de cada rede social. Restringir as postagens somente para usuários acima de qualquer suspeita já é uma barreira de defesa.

Além de repensar sobre a exposição na internet, um ponto importante é duvidar de tudo que se está lendo e recebendo, principalmente, aquelas correspondências que exigem pressa. Dentre elas, promoções extraordinárias que deveriam ser aproveitadas rapidamente, supostos familiares pedindo dinheiro por meio de aplicativos de mensagens para socorrer em uma situação atípica, mas com a promessa de devolver no dia seguinte.

A pessoa física ou jurídica que está por trás desse apelo pode ser um atacante disfarçado de um conhecido ou marca com credibilidade no mercado. Estas ameaças são alimentadas por duas fontes: informações concedidas de forma naturalizada, como citado no início desta reportagem, ou por meio dos “softwares maliciosos" (malwares). 

“A questão da educação cibernética passa muito pelo senso crítico. De um modo geral, essas ameaças chegam sempre atreladas a uma urgência. Quanto mais a população estiver atenta e desconfiar primeiro e depois validar se aquele material realmente está vindo daquela pessoa ou daquela empresa, será melhor”, afirma Renato. (Colaborou Miguel Araújo/Especial para O POVO)

Manual: O passo a passo para adquirir mais segurança

Consciência

O primeiro passo é se educar para usar a internet. Nas redes, você está acessível e precisa ter consciência de que está gerando o tempo inteiro dados e fornecendo informações sobre si, sua família, trabalho, hábitos de consumo e interesses. Lembre-se disso sempre ao navegar, reveja sua conduta e o como tem utilizado cada uma dessas plataformas

Reforço na segurança

Use sempre um antivírus e o mantenha atualizado. Mas ele é apenas mais uma camada de proteção, seja cauteloso com suas senhas. Nada de datas de aniversários ou outras informações fáceis de serem adquiridas em uma simples zapeada nas suas redes sociais ou uma rápida conversa pessoalmente

Desconfie mais

Evite acessar sites que chegam por sistemas de mensagens ou e-mails com ofertas tentadoras. Observe se as mensagens têm erros ortográficos. Isso pode sinalizar uma fraude.

Educação para as crianças

Você pode controlar o acesso a vídeos por meio do Youtube Kids e ativar a supervisão em uma conta do Google já existente. Caso seu filho já tenha uma conta do Google, você pode supervisioná-la e gerenciar os recursos de controle dos pais usando o Family Link.

São medidas importantes, mas o fundamental é conversar e explicar os riscos, além de estar sempre acompanhando os passos dele na rede para orientá-lo sobre os perigos e como poderá contar com sua ajuda

Cuidado com o
que você mostra

Todas as redes sociais têm configurações de privacidade que podem reduzir alguns dos seus rastros para outros usuários. Dentre elas, a definição de quem verá suas postagens, fotos e quem poderá adicioná-lo mediante aprovação. São medidas simples que geram uma proteção. 

Facebook

Além das configurações citadas, você consegue baixar as informações que a empresa sabe de você. É um conteúdo importante para saber quais dados seus estão utilizados

E como são
utilizados os dados

Isso dependerá de cada rede social e dos termos que você aceitou a criar aquela conta. Por isso, leia sempre os termos para ter acesso a esse rastreio 

Whatsapp

Durante a pandemia, os golpes por esta rede cresceram. Para se prevenir deles, não clique em links de promoções que pareçam absurdamente vantajosas e não forneça dados pessoais e bancários por meio de mensagens. Em configurações, você pode ativar a confirmação em duas etapas, que é uma camada extra de proteção para evitar clonagens, por exemplo. Veja o passo a passo

Abra o WhatsApp e clique em "Configurações".

Selecione "Verificação/Confirmação em duas etapas".

Crie uma senha de seis dígitos para a conta do WhatsApp.

Confirme o seu PIN (digite novamente o seu código pessoal).

Informe um endereço de e-mail válido para o caso de esquecer seu código.

Ao ativar esse recurso, você poderá inserir seu endereço de e-mail.

Caso você esqueça seu PIN de seis dígitos, o WhatsApp enviará um link a esse e-mail para desativar a confirmação em duas etapas. Isso também ajudará você a proteger sua conta.

Se você receber um e-mail para desativar a confirmação em duas etapas sem tê-lo solicitado, não clique no link. Outra pessoa pode estar tentando confirmar seu número de telefone no WhatsApp.

Comprando na internet

Desconfie de valores muito abaixo do mercado. Na dúvida, abra o site da loja diretamente no navegador, sem clicar no link do anúncio, ou entre em contato
por telefone.

Mude suas senhas (de e-mail, acesso a redes sociais, cadastros em lojas ou serviços, entre outros) com frequência.

Tenha cautela com mensagens de caráter emergencial, que pedem que o consumidor clique em um determinado link para conferir uma compra, um rastreio de produto, um débito no cartão ou algo similar - neste caso, melhor entrar em contato diretamente com a empresa que está supostamente enviando o link, seja um banco ou uma loja.

No caso de celulares, é importante ter uma senha no dispositivo e outra no chip. Assim, caso o aparelho seja perdido ou roubado, ninguém poderá ter acesso aos dados pessoais nem praticar golpes utilizando uma identidade falsa (como no caso de pedidos de ajuda em dinheiro pelo WhatsApp, supostamente feitos pelo titular da conta)

Fontes: Morphus Labs, Proteste,
Google e WhatsApp

 

O que você achou desse conteúdo?